INCA reforça papel da atividade física no controle do câncer
Todo início de ano, as resoluções de adotar uma rotina mais saudável ganham força. Aproveitando esse momento, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) reforça a importância da atividade física não apenas para a qualidade de vida geral, mas também como estratégia essencial na prevenção e no controle do câncer.
De acordo com o posicionamento do INCA, alinhado à Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), a prática regular de exercícios reduz significativamente o risco de diversos tipos de câncer, como os de mama, próstata, endométrio, cólon e reto. Além disso, beneficia pacientes em tratamento oncológico, ajudando a melhorar a aptidão cardiorrespiratória, o estado psicossocial, o sono e a qualidade de vida, além de reduzir a fadiga e prevenir o comprometimento funcional.
O Instituto enfatiza que a atividade física, quando adaptada às condições individuais, é segura e eficaz para pacientes em diferentes estágios do tratamento oncológico. Exercícios pré-operatórios, por exemplo, podem reduzir complicações e o tempo de internação para os que têm câncer de pulmão. Porém, é fundamental que o plano de cuidados inclua orientação profissional para garantir que os exercícios sejam realizados de forma segura e integrada ao tratamento.
Manter-se ativo deve ser parte da rotina diária de toda a população, tanto para a prevenção quanto para o controle de câncer, de acordo com o INCA. Profissionais de saúde e gestores públicos têm papel fundamental na promoção desse hábito, desmistificando o senso comum de que repouso é a melhor estratégia para pacientes oncológicos.
Impacto do sedentarismo no SUS
Apenas 40% da população brasileira adulta (acima de 18 anos) é fisicamente ativa no tempo livre, enquanto 37% é considerada insuficientemente ativa, de acordo com levantamento de 2019. Há, ainda, desigualdades de acesso à atividade física: mulheres, idosos, pessoas negras e indivíduos com menor escolaridade são os grupos mais prejudicados.
A inatividade física na população tem impacto direto nos custos do Sistema Único de Saúde (SUS). O INCA estima que, em 2018, R$ 94,7 milhões dos gastos federais com atenção oncológica no sistema público foram atribuíveis à inatividade física no tempo livre. Se nada mudar, esse valor pode atingir R$ 146,9 milhões em 2030. No entanto, uma redução de 10% nesses dados de sedentarismo poderia gerar economia de R$ 20,4 milhões até 2040.
Posicionamento do INCA: https://www.inca.gov.br/publicacoes/notas-tecnicas/posicionamento-do-inca-acerca-da-atividade-fisica