Versão para população
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Estatísticas
Estimativa de novos casos: 45.630, sendo 21.970 homens e 23.660 mulheres (2022 - INCA); e
Número de mortes (C18 a C21): 24.773, sendo 12.438 homens e 12.335 mulheres ( Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM, 2023).
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O que aumenta o risco?
Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, inatividade física, excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade) e alimentação pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras. O consumo de carnes processadas, comumente conhecidas como embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame, entre outras) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para este tipo de câncer.
Outros fatores relacionados à maior chance de desenvolvimento da doença são história familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.
Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). Pacientes com essas doenças devem ter acompanhamento individualizado.
O câncer de intestino também pode estar relacionado a condições de trabalho. Exposições a substâncias como o amianto/asbesto, radiações ionizantes (raios X e gama) e a realização de trabalho em turnos noturnos podem aumentar o risco de desenvolver a doença. O trabalho noturno, por sua vez, altera o ritmo natural do corpo, desregulando a produção de hormônios e prejudicando os processos de recuperação do organismo, tornando o trabalhador mais vulnerável ao câncer de intestino. Considerando essas exposições, algumas ocupações apresentam maior risco, como profissionais da construção civil, da radiologia, da medicina nuclear, bombeiros, trabalhadores da indústria naval, da aviação, caminhoneiros e outros que realizam turnos noturnos.
REFERÊNCIAS:
IARC. List of classifications by cancer sites with sufficient or limited evidence in humans, IARC Monographs Volumes 1–140a. International Agency for Research on Cancer, 2025. Disponível em: < https://monographs.iarc.who.int/wp-content/uploads/2019/07/Classifications_by_cancer_site.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2025
OTERO, U. B; NOGUEIRA, F. A.M; MADEIRA, C. S. P; JUNIOR, J.S.S; BANDINO, M. Câncer relacionado ao trabalho: relato de experiência do Instituto Nacional do Câncer na atualização da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho do Ministério da Saúde no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, [s. l.], vol. 50, p. edoc1, 2025.
Ministério da Saúde (BR). Portaria GM/MS nº 5.674, de 1º de novembro de 2024.Altera a Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, e atualiza a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT). Diário Oficial União. 5 nov 2024.
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Como prevenir?
A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino. Uma alimentação saudável é composta, principalmente, por alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes.
Além disso deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana.
Esse padrão de alimentação é rico em fibras e, além de promover o bom funcionamento do intestino, também ajuda no controle do peso corporal. Manter o peso dentro dos limites da normalidade e fazer atividade física, movimentando-se diariamente ou na maior parte da semana, são fatores importantes para a prevenção deste tipo de câncer.
O consumo de laticínios (leite, queijo e iogurte), como parte do padrão de uma alimentação saudável, também contribui para a prevenção desse tipo de câncer.
Verifique se seu peso está adequado com uma calculadora de IMC.
Não fumar. E caso seja fumante, parar o quanto antes. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para quem deseja parar de fumar.
Para se proteger do câncer de intestino relacionado ao trabalho, é importante evitar a exposição direta a substâncias como amianto e radiações, usando sempre os equipamentos de proteção fornecidos pelo empregador. Reduzir a frequência de turnos noturnos e garantir períodos de descanso adequados ajuda o corpo a se recuperar.
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Sinais e sintomas
Os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino são:
- sangue nas fezes;
- alteração do hábito intestinal (diarreia e/ou prisão de ventre);
- dor, cólica ou desconforto abdominal;
- fraqueza e anemia;
- perda de peso sem causa aparente;
- alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas);
- massa (tumoração) abdominal
Esses sinais e sintomas são inespecífico e podem estar presentes em doenças benignas como hemorroidas, verminose, doenças inflamatórias intestinais, síndrome do cólon irritável, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico correto e tratamento especifico.
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
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Detecção precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar uma lesão pré-cancerosa ou um tumor numa fase inicial e possibilitar maior chance de tratamento bem-sucedido.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce).
Os principais sinais e sintomas sugestivos deste câncer são:
- Sangramento nas fezes;
- Massa (tumoração) abdominal;
- Dor abdominal;
- Perda de peso e anemia;
- Mudança de hábito intestinal.
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é necessário investigá-los, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
Além do diagnóstico precoce, a Organização Mundial da Saúde preconiza que os países com condições de garantir a confirmação diagnóstica, referência e tratamento, realizem o rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas assintomáticas por meio do exame de sangue oculto de fezes. Caso o teste seja positivo (constate a presença de sangue), a pessoa deverá fazer um exame endoscópico (colonoscopia ou retossigmoidoscopia), que permitirá ao médico visualizar a parte interna do intestino para ver se há câncer ou pólipos que possam vir a se transformar em câncer. Ao retirar os pólipos, se evita a própria ocorrência do câncer.
O Ministério da Saúde tem trabalhado para desenvolver as diretrizes para o rastreamento do câncer colorretal (intestino) e assim implementar um Programa nacional de rastreamento desse câncer.
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Diagnóstico
O diagnóstico requer biópsia, exame onde um pequeno pedaço de tecido é retirado da lesão suspeita e analisado por um patologista. A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).
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Tratamento
O câncer de intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. A cirurgia é o principal tratamento, sendo utilizada no início do tratamento quando o tumor é do cólon, ou em sequência à radioterapia e quimioterapia nos tumores de reto baixo, e compreende a retira da parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. Outras etapas do tratamento, como já referido, incluem a radioterapia (uso de radiação), associada ou não à quimioterapia (uso de medicamentos), para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor.
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.
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Acompanhamento pós tratamento
Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores.
Na consulta médica, o médico fará uma entrevista dirigida, além de ouvir as queixas do paciente e realizar o exame físico. Exames complementares são solicitados e incluem marcadores tumorais (exames de sangue), colonoscopia e exames de imagem (tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética).
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