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Ocupação Grande Othelo: memória e fundamento das artes brasileiras
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Está aberta em São Paulo, até março de 2026, a Ocupação Grande Othelo, mostra realizada pelo Itaú Cultural em parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte), que celebra o legado de Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Othelo, memória e fundamento das artes brasileiras. Através do acervo pessoal do artista, sob guarda do Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da Funarte desde 2008, a Ocupação apresenta ao público a trajetória e contribuições artísticas de Othelo, marcando também os 110 anos de seu nascimento.
Na abertura, realizada no dia 6 de dezembro, familiares de Othelo e representantes das duas instituições saudaram visitantes com samba, ritmo que, junto a diversas outras poéticas, permeou a expressão do artista. No primeiro andar do Itaú Cultural, os mais de 160 itens do acervo de Grande Othelo – entre fotos, documentos históricos, objetos pessoais, roteiros originais e indumentárias – convidam a uma imersão na vida e obra daquele que foi o primeiro artista negro a ocupar lugar de destaque no teatro, rádio, cinema e televisão no Brasil. Com talento, humor e sagacidade, Othelo abriu caminhos nas artes e pautou discussões importantes, reivindicando direitos e representatividade. Uma presença marcante e fundamental às artes e à cultura do Brasil, de alcance e reconhecimento internacional.
“Othelo foi um grande das nossas artes e, para nós, é uma honra e uma missão difundir esse acervo. Sabemos que as artes do Brasil são uma riqueza do seu povo e, através de ações como essa, a Funarte, no marco de seus 50 anos de existência, celebra e toma para si a responsabilidade de formular, no contexto da Política Nacional das Artes, uma política de memória que seja capaz de reconhecer, promover, proteger, mas sobretudo distribuir, partilhar, esse sensível que são as artes do Brasil”, afirmou a presidenta da Funarte, Maria Marighella, na ocasião.
A Ocupação Grande Othelo tem consultoria da pesquisadora Deise de Brito, projeto expográfico de Kleber Montanheiro e desenho técnico de Lígia Zilbersztej. A execução é assinada pelo Núcleo de Curadorias e Programação Artística do Itaú Cultural, gerenciado por Galiana Brasil, com supervisão geral do superintendente do Itaú Cultural, Jader Rosa. Representando a equipe Funarte envolvida diretamente na realização da mostra, participaram da abertura o diretor-executivo Leonardo Lessa; a coordenadora do Cedoc, Joelma Ismael; a diretora do Centro de Teatro, Aline Vila Real; e a coordenadora-geral de Difusão, Carila Matzenbacher.
Para José Antonio Souza Prata, o Pratinha, filho de Grande Othelo, a mostra conseguiu recuperar o brilho da trajetória realizada por seu pai. “E esse mesmo brilho, nós procuramos perpetuar até hoje com as nossas lutas, no nosso desenvolvimento, honrando esse caminho que ele começou de valorização do povo negro com arte”, anunciou.
Além dos objetos pessoais do acervo salvaguardado pela Funarte, a Ocupação Grande Othelo conta ainda com material audiovisual da TV Cultura e da TV Globo.