Coaf participa de plenária e reuniões de trabalho do Gafilat na Guatemala

 O Grupo de Ação Financeira da América Latina (Gafilat) realizou, na cidade de Antígua, República da Guatemala, a 52ª Plenária de Representantes e as reuniões dos grupos de trabalho da entidade. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) chefiou a delegação brasileira, composta também por representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O encontro ocorreu entre os dias 5 e 10 de dezembro de 2025.

A semana de trabalhos teve início com o Diálogo Regional de Políticas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o tema “Rumo a uma recuperação de ativos eficaz”. Na oportunidade, os participantes discutiram os desafios técnicos às ações de recuperação de ativos derivados da lavagem de dinheiro. Também foram organizados painéis de alto nível em que se apresentaram políticas e estratégias regionais, com o objetivo de promover a harmonização da legislação vigente nos diferentes países que compõem o Gafilat.

Na sequência, ocorreu a reunião do Grupo de Trabalho de Avaliações Mútuas (GTEM), que debateu, entre outros assuntos, as adaptações da metodologia de avaliação às alterações aprovadas para a Recomendação 16 do Gafi, que trata de transparência de pagamentos. A nova recomendação busca otimizar os requisitos de informação, definir a cadeia de pagamentos, incorporar novas tecnologias para prevenir fraudes, e conferir maior clareza aos elementos a serem avaliados no contexto da 5ª rodada. O GTEM também apresentou o Guia para o uso de ferramentas de Inteligência Artificial no processo de Avaliações Mútuas.

O posicionamento do Coaf no encontro foi o de destacar a relevância do documento: “O uso de IA é um dos principais desafios do nosso tempo. São ferramentas importantes e que prestam apoio ao nosso trabalho, mas seu uso deve ser responsável. O documento do Gafilat traz questões essenciais, sobretudo relacionadas à necessidade de preservarmos a confidencialidade do que se discute nas avaliações e os riscos de as ferramentas preencherem lacunas e levarem a conclusões precipitadas. A decisão final nas avaliações e as ações recomendadas devem ser sempre humanas”, afirmou a representante do Conselho no evento, Elizabeth Cosmo.

Também se reuniram os Grupos de Trabalho de Apoio Operacional (GTAO), de Financiamento do Terrorismo (GTFT) e Análise de Riscos (GTAR). Os dois últimos realizaram sessão conjunta, enfocada na apresentação de experiências e boas práticas no combate ao financiamento do terrorismo no contexto do uso de novas tecnologias, fintechs e ativos virtuais.

Comissão Estratégica e Plenária

As agendas específicas foram concluídas com encontros da Comissão Estratégica, que reúne os coordenadores nacionais para definir as orientações logísticas e estratégicas do Gafilat, e do Grupo de Trabalho de Capacitação e Desenvolvimento (GTCD), com destaque para a edição 2025 da premiação do Campus GAFILAT, voltada à ampliação do alcance e da visibilidade da plataforma.

Por fim, ocorreu a LII Plenária, que contou com a participação da vice-presidente da Guatemala, Karin Herrera, na abertura. Em sua fala, Herrera destacou a honra de sediar a plenária do Gafilat em solo centro-americano no ano em que o Grupo celebra 25 anos, e instou as delegações a aproveitarem os momentos de diálogo proporcionados para estreitar parcerias que maximizem o combate à lavagem de ativos na região.

Plano Estratégico 2026-2030

O principal resultado da Plenária foi a adoção do Plano Estratégico 2026-2030. O documento lança as bases para o desenvolvimento das atividades do Gafilat para os próximos cinco anos, estrutura-se em cinco pilares:

1) Melhorar o cumprimento dos padrões e a efetividade dos sistemas; 2) Fornecer capacitação e assistência técnica; 3) Promover a adaptação tecnológica; 4) Participar ativamente na Rede Global; e 5) Fortalecer a participação e coordenação estratégica dos membros.

O Gafilat voltará a se reunir em julho do próximo ano, sob presidência pro-tempore do Panamá e a vice-presidência da Colômbia, eleitos por aclamação.

Fonte: Coaf