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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 11/02/2025 ANO 08 Nº 75
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de janeiro, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre fevereiro, março e abril (FMA) de 2025.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de janeiro de 2025, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 583 alertas, sendo 307 de origem hidrológica e 276 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 03 de fevereiro de 2025 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios nas porções norte e sul do Amazonas, nas porções leste e sul da região Norte, porção norte das regiões Centro-Oeste e Sul e grande parte das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica, muitos rios nas porções oeste da região Norte, porção sudoeste da região Centro-Oeste e porção sul da região Sul do Brasil encontram-se abaixo da média climatológica e nas demais áreas do país os níveis dos rios encontram-se dentro da média climatológica da climatologia.

- Figura 1. Situação dos níveis dos rios no Brasil em 03 de fevereiro em relação a climatologia da estação hidrológica de medição (a) e previsão sazonal de vazão de fevereiro a abril de 2025 – FMA, (b).
A previsão sazonal para o trimestre FMA do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade para ocorrência de vazões acima ou muito acima da média climatológica para o período na porção norte das regiões Norte e Nordeste, probabilidade de vazões próximas da média para o período nas porções oeste da Região Norte, na porção leste da região Nordeste e porção sul da região Sul do Brasil e probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3) de janeiro de 2025 indica uma melhora no cenário nacional, com a redução do número total de municípios em seca severa e moderada comparado a dezembro, de 849 municípios para 220. Municípios no Acre e na divisa dos estados do Tocantins, Pará e Mato Grosso continuam com condição de seca severa. A região Nordeste foi a que apresentou a maior redução em relação à condição de seca, com a maior parte da região com condição normal ou e seca fraca e apenas 26 municípios com condição de seca moderada.

- Figura2. Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de janeiro de 2025 nas escalas de 3 meses (IIS3, esquerda) (a) e 6 meses (IIS6, direita) (b). Previsão do Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de fevereiro de 2025 na escala de 3 meses (c).
Entretanto, na escala de 6 meses (IIS6) tem-se um número maior de municípios com condição de seca severa e moderada, um total de 604 municípios. Com destaque para a região Norte e Nordeste com, respectivamente, 27 e 15 municípios em condição severa. Quanto à condição de seca moderada, na escala de 6 meses, a seca ainda persiste na região Nordeste, com destaque para os estados do Sergipe (42 municípios), Pernambuco (33 municípios), Alagoas (27 municípios) e Rio Grande do Norte (26 municípios).
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A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O Índice Padronizado Bivariado Precipitação-Vazão (TSI), permite a caracterização e previsão das secas hidrológicas nas principais bacias hidrográficas afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água e navegabilidade (Figura 3).
Na Região Sudeste, o TSI-6 indica que o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, está classificado em seca hidrológica moderada, evidenciando uma estabilidade em relação ao mês anterior.
Entre as regiões Sudeste e Sul do país, as sub-bacias da bacia hidrográfica do rio Paraná apresentaram, em janeiro, condições variando entre estabilidade e atenuação da seca hidrológica, em comparação ao mês anterior. No rio Iguaçu, por exemplo, as sub-bacias afluentes às UHEs Segredo, Salto Santiago e Salto Caxias estão em seca fraca, indicando melhoria em relação ao mês anterior, quando a condição era de seca moderada.
Na região Sul do país, as bacias afluentes às UHEs Barra Grande e Foz do Chapecó, no rio Uruguai, mantiveram-se estáveis em condição de seca hidrológica moderada. Estabilidade também foi registrada no rio Jacuí, na bacia afluente à UHE Passo Real, que atualmente está classificada em seca severa.
Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) manteve a estabilidade da condição hidrológica em janeiro, em comparação com o mês anterior, caracterizando-se por normalidade. Ainda no Centro-Oeste, as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho, localizadas às margens do rio Paraguai, continuam em condição de seca hidrológica excepcional.
A região Norte do país também enfrenta uma situação crítica de seca, com impactos significativos nos níveis dos rios. Uma situação preocupante é observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que continua em condição de seca excepcional, mesma situação registrada no mês anterior. Em contrapartida, a sub-bacia afluente à UHE Belo Monte, no rio Xingú, encontra-se em uma condição menos crítica, caracterizada por seca hidrológica de intensidade moderada, situação melhor comparativamente ao mês anterior (severa).
Na região Nordeste, a bacia afluente à UHE Sobradinho (rio São Francisco) apresentou uma redução na severidade da seca em relação ao mês anterior, passando da intensidade moderada para fraca.
De acordo com as previsões do TSI para o mês de fevereiro de 2025 (Figura 3), espera-se que, no país, as condições variem entre estabilidade e desintensificação da seca, com exceção de algumas sub-bacias pertencentes às bacias do Doce (Baguari), Paraíba do Sul (Paraibuna, Santa Branca e Santa Cecília), São Francisco (Sobradinho) e Tocantins (Descarreto). Nas bacias afluentes às estações fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho, no rio Paraguai, a atual condição de seca extremamente crítica deverá ser atenuada, passando para intensidades severa e extrema, respectivamente. Já nas bacias afluentes às UHEs Itaipu, no rio Paraná, e Santo Antônio, no rio Madeira, que também se encontram em alta criticidade em relação a seca, espera-se que a seca seja atenuada, com intensidades variando de moderada a extrema, respectivamente.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Assista à gravação da Reunião de Impactos.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Larissa Silva, Lidiane Costa, Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.
