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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 09/10/2025 ANO 08 Nº 83
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apresenta: (a) avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de setembro, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre outubro, novembro e dezembro (OND) 2025.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de setembro de 2025, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 53 alertas, sendo 38 de origem hidrológica e 15 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
Situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), referente ao dia 08 de outubro, conforme ilustrado na Figura 1a. Observa-se que, na porção norte da região Norte, os rios estão com níveis acima ou próximos da média climatológica. Além disso, na porção noroeste da região Centro-Oeste, na porção leste da região Nordeste, na porção sudeste da região Sudeste e em grande parte da região Sul, os níveis dos rios também se encontram acima da média ou próximo dela. Por outro lado, muitos rios localizados nas porções oeste e sudeste da região Norte, na porção oeste da região Nordeste, grande parte da região Sudeste, principalmente na porção oeste, assim como nas porções leste e sul da região Centro-Oeste, estão com níveis abaixo da média climatológica.

- Figura 1. Situação dos níveis dos rios no Brasil em 08 de outubro em relação a climatologia das estações hidrológicas de medição (a) e previsão sub-sazonal de vazão de outubro a novembro de 2025 – ON (b).
A previsão sazonal para os próximos 45 dias - ON do modelo Sistema Global de Alerta para Inundações (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade para ocorrência de vazões acima ou muito acima da média climatológica para o período na porção noroeste da região Norte, entre os rios Juruá, Solimões e Negro e entre os estado do Amapá e Pará, probabilidade de vazões próximas da média para o período na porção leste das regiões Nordeste e Sudeste e grande parte da região Sul do Brasil e probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O número de municípios em situação de seca severa aumentou de 109 em agosto para 460 em setembro, no entanto não houve registros de municípios em condição de seca extrema e excepcional, como aponta o Índice Integrado de Seca (IIS3, Figura 2a). Enquanto a seca moderada passou de 1327 para 1394 municípios e a seca fraca reduziu de 2010 para 1932. No recorte de 6 meses, observou-se também diminuição da severidade da seca (Figura 2b). O número de municípios em condição severa caiu de 460 em agosto para 248 em setembro, não havendo também registros de seca extrema e excepcional. A seca moderada apresentou um aumento de 1386 para 1694 municípios e a seca fraca passou de 2263 para 2016 municípios. A região central do país continua concentrando as áreas mais críticas, com a seca persistindo no corredor que abrange partes do Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso), Nordeste (Bahia e Piauí) e Norte (Tocantins e Pará).
A região central do país continua concentrando as áreas mais críticas, com a seca persistindo no corredor que abrange partes do Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso), Nordeste (Bahia e Piauí) e Norte (Tocantins e Pará).

- Figura 2. Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de setembro de 2025 nas escalas de 3 meses (IIS3, esquerda) (a) e 6 meses (IIS6, direita) (b). Previsão do Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de outubro de 2025 na escala de 3 meses (c).
As projeções do Índice Integrado de Seca (IIS-3) para o final de outubro de 2025 indicam uma redução no número de municípios com seca moderada a extrema, sinalizando uma tendência de atenuação da situação de seca em todo o país (Figura 2c).
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O Índice Padronizado Bivariado Precipitação-Vazão (TSI), permite a caracterização e previsão das secas hidrológicas nas principais bacias hidrográficas afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água e navegabilidade (Figura 3).
Na região Sudeste e Sul, o Sistema Cantareira apresentou enfraquecimento da seca, passando de severa para moderada. Na sub-bacia afluente à UHE Jaguari, a mais crítica do rio Paraíba do Sul, a seca enfraqueceu de extrema para severa. No rio Paranapanema, as sub-bacias das UHEs Jurumirim e Capivara regrediram de extrema para severa, enquanto a UHE Rosana manteve condição estável de seca extrema. Em Itaipu, a condição também permaneceu extrema.
No Centro-Oeste, a bacia da UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) registrou seca severa, após apresentar condição extrema no mês anterior. As bacias do rio Paraguai, nas estações de Porto Murtinho e Ladário, mantiveram seca severa, em melhora frente à condição extrema observada anteriormente, embora ainda persistam déficits hídricos significativos acumulados nos últimos anos.
Na região Nordeste, as bacias das UHEs Sobradinho (rio São Francisco) e Boa Esperança (rio Parnaíba) permaneceram em condição de seca severa.
De acordo com as previsões para outubro de 2025, as bacias com condições mais críticas de seca — como as dos rios Paraná (Itaipu e Paranapanema), baixo Paraguai (Ladário), médio e baixo São Francisco (Sobradinho), cabeceira do Tocantins (Serra da Mesa) e Parnaíba — devem permanecer estáveis, sem recuperação significativa.

- Figura 3. Índice Bivariado de Seca (Chuva-Vazão) - TSI 6 e 12 para o mês de setembro (observado, esquerda) e outubro de 2025 (previsão, direita). As delimitações coloridas representam as principais bacias monitoradas ao longo do país com suas respectivas classes de seca (variando de excepcional a seca fraca) e a condição dentro da normalidade. Fonte dos dados observados entre janeiro/1981 e setembro/2025: Precipitação (CHIRPS); e Vazão (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA/Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS). Fonte dos dados de precipitação prevista para maio: Climate Forecast System (CFS).
- Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Fabiani Bender, Larissa Silva, Lidiane Costa, Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.