Portal Brasiliana Fotográfica ganha mais um parceiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB)

O portal Brasiliana Fotográfica celebrou, na última terça-feira (02/04), seus nove anos de existência, em cerimônia realizada no Auditório Machado de Assis, na sede da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – entidade vinculada ao Ministério da Cultura – no Centro do Rio. E o “presente” de aniversário não poderia ser melhor: a adesão do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), a 13ª entidade parceira do projeto, fundado em 2015 pela FBN e pelo Instituto Moreira Salles (IMS).

A assinatura do termo de adesão ocorreu durante a solenidade, da qual participaram, na mesa de abertura, o presidente da FBN, Marco Lucchesi, o diretor-geral do IMS, Marcelo Araújo, e o presidente do IHGB, Victorino Chermont. A primeira fala foi de Lucchesi, que parabenizou as equipes envolvidas, os servidores da FBN e os demais agentes públicos que contribuíram com a Brasiliana Fotográfica ao longo desses nove anos. Atualmente, o site reúne cerca de 11 mil fotografias realizadas entre a segunda metade do século XIX e as três primeiras décadas do século XX, e já ultrapassou a marca de 72 milhões de visualizações. 

“É fascinante compreender, neste século e meio de acervo, a riqueza de olhares para o Brasil. Hoje o maior desafio consiste na concepção inegociável do reconhecimento de nossa polifonia. Foi através dela que conseguimos atravessar tempos extremamente difíceis de uma democracia de baixa intensidade. Foi a cidadania plural e diversa o maior agente republicano”, afirmou Marco Lucchesi.

“Nossa intenção é promover a sintonia entre a Brasiliana e o Brasil profundo - tarefa de nossa geração, de nossa quadra histórica, de nosso percurso de país. A Brasiliana há de se tornar cada vez mais espelho de nossa gente, abrindo o seu olhar para as quase 300 línguas que florescem em nosso país. Os rostos que se pronunciam – terras indígenas e quilombolas – cujas vozes precisam ser resgatadas e conjugadas no futuro”, completou o presidente da FBN. 

Em seguida, o diretor do IMS ressaltou a importância do projeto para a cultura nacional, bem como das parcerias e do esforço contínuo das equipes:

“A Brasiliana oferece ao público não apenas 11 mil imagens do acervo dessas instituições - os disponibiliza e dá visibilidade a esse conjunto fotográfico tão importante - mas também produziu mais de 500 conteúdos ao longo desse período, adensando o pensamento, aprofundando toda uma reflexão sobre o Brasil. É uma iniciativa única e que merece celebração”, afirmou Marcelo Araújo.

“Gostaria de destacar e reforçar a importância dessa parceria interinstitucional, que inclusive logrou sobreviver a momento políticos recentes tão delicados e tão complexos, evidenciando a força dessa parceria. A Brasiliana é o resultado da atuação cotidiana de muitas pessoas que merecem reconhecimento e aplauso. Hoje o projeto é uma referência, não só para o nosso país, mas internacionalmente”, destacou.

A nova instituição parceira foi representada por seu presidente, Victorino Chermont. O IHGB é a mais antiga entidade de fomento da pesquisa e preservação histórico-geográfica, cultural e de ciências sociais do Brasil, fundado em 2 de outubro de 1838.

“Gostaria de parabenizar a Brasiliana Fotográfica por esses nove anos de caminhada, de construção dessa parceria muito importante para a preservação da nossa memória. É um prazer e uma honra para o Instituto integrarmos este esforço, com a abertura de nossos arquivos, a comunicação dos tesouros que possuímos e os subsídios que temos para uma escrita mais aberta - e até mais correta – da nossa história e formação. Espero que esta contribuição seja uma alavanca e um estímulo a que outras instituições se unam no futuro a nós”, disse Victorino Chermont.

“Esse rosto brasileiro, ao que o Marco se referiu, se verá no acervo do Instituto numa profusão muito grande. Espero que possamos ter um trabalho profícuo, e que outros projetos possam surgir no decorrer dessa caminhada, para o fortalecimento desta ideia fundamental de buscar retratar o Brasil de uma maneira mais abrangente e plural”, concluiu Chermont.

Na sequência do evento, mesas temáticas foram compostas por pesquisadores ligados ao portal. A primeira teve o tema “Brasiliana Fotográfica: novas parcerias”, com Paulo Knauss e Carolina Alves. A segunda mesa, com o tema “Brasiliana Fotográfica: acervo e acesso”, contou com Diana Ramos e Andrea Wanderley. Em seguida, Ana Maria Mauad e Amanda Farah proferiram a palestra da mesa “Brasiliana Fotográfica: pesquisa e difusão”. O encerramento ficou por conta dos curadores do portal, Joaquim Marçal e Sérgio Burgi.

Assista ao evento na íntegra no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=rtJ7POjc1xs

Mais sobre a Brasiliana Fotográfica

Lançado em 2015, o portal é um espaço para dar visibilidade, fomentar o debate e a reflexão sobre os acervos fotográficos. Atualmente, a plataforma reúne cerca de 11 mil imagens provenientes dos acervos das seguintes instituições: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro; Arquivo Nacional; Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz; Escola de Ciências Sociais (FGV CPDOC); Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha; Fundação Biblioteca Nacional; Fundação Joaquim Nabuco; Instituto Moreira Salles; Leibniz-Institut fuer Laenderkunde; Museu Aeroespacial; Museu da República; Museu Histórico Nacional e Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

Durante a consulta, o usuário pode salvar o resultado de sua pesquisa no próprio portal, retomando-a em outro momento. Um dos principais atrativos é a ferramenta de zoom, que permite ver detalhes, como rostos de pessoas em fotos de multidão. Também é possível, registrando-se no site, selecionar imagens e direcioná-las para grupos que o próprio usuário cria, compartilhando as seleções com outras pessoas, transformando a ferramenta em um espaço de discussão e estudo.

Brasiliana Fotográfica é um repositório voltado à preservação digital, desenvolvido em DSpace – um software livre, largamente utilizado por entidades públicas e privadas em todo o mundo. Para interoperar com outros sistemas de bibliotecas digitais, foi adotado o protocolo da Iniciativa dos Arquivos Abertos (Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting/OAI-PMH), um mecanismo para transferência de dados entre repositórios digitais.