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Parceria objetiva o intercâmbio técnico, o desenvolvimento de projetos de pesquisa e a realização de seminários
FBN e Academia Brasileira de Ciências firmam Protocolo de Intenções
A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) – e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) firmaram, na tarde da última quinta-feira, 18 de setembro, um Protocolo de Intenções. O documento foi assinado pelo presidente da FBN, Marco Lucchesi, e pela presidente da ABC, Helena Nader. Também participaram da reunião a coordenadora-geral do Centro de Processamento e Preservação da FBN, Gabriela Ayres; a integrante da ABC, Maria Vargas; a professora da UFRJ e diretora da ABC, Débora Foguel; e a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz e vice-presidente regional da ABC, Patricia Bozza.
O Protocolo prevê ações de cooperação em pesquisas, o compartilhamento de conhecimentos técnicos, o intercâmbio de publicações e a realização de seminários sobre temas de interesse mútuo.
“Essa parceria era um sonho para nós. A ABC é a academia mais antiga da área de ciências no Brasil, prestes a completar 110 anos, e a Biblioteca Nacional é uma instituição bicentenária. A divisão entre Ciências e Cultura não faz sentido. Queremos trazer de volta o conceito de que ‘juntos somos mais’. Pretendemos organizar palestra e debates sobre a convergência dessas áreas tão relevantes – e que o Brasil tinha deixado de prestigiar. Ciência e Cultura estão de volta, em um país que está prezando essas áreas”, afirmou a presidente da ABC, Helena Nader.
Cultura e ciência
A Biblioteca Nacional é considerada uma Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT): seu trabalho engloba a gestão do acervo de milhões de itens, com a aplicação dos princípios da ciência da informação; a preservação do acervo original e sua reprodução digital empregam técnicas científicas de conservação, restauração e digitalização.
Ao digitalizar seu acervo e disponibilizá-lo em plataformas como a Hemeroteca Digital e a BNDigital, a FBN garante que documentos históricos - inclusive de caráter científico - estejam acessíveis para pesquisadores e para a sociedade em geral. Recentemente, a FBN teve projeto aprovado em edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a digitalização de mais de três mil teses médicas do século XIX.
A FBN integra a Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital (Rede Cariniana), colaborando com instituições de ciência e tecnologia para a preservação digital de documentos. Desenvolve projetos estratégicos no campo da ciência e tecnologia da informação com instituições como o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e o Museu Nacional. A FBN também fomenta a pesquisa acadêmica e científica ao conceder bolsas de estudo (PNAP e PAP-IC) para pesquisadores que utilizam seu acervo para produzir conhecimento.
“A Academia Brasileira de Ciências exerce um papel fundamental na história do pensamento brasileiro. E a relação com a Biblioteca Nacional é profunda, porque a biblioteca também é lugar de ciência. Precisamos voltar ao conceito de uma só cultura, ao contrário do abismo artificial que separa ciências técnicas e humanas. A Biblioteca Nacional realiza uma prática e uma reflexão que não divide, mas multiplica saberes”, afirma o presidente da FBN, Marco Lucchesi.
“Vamos desenvolver seminários e encontros entre as duas casas para aprofundar o novo paradigma contemporâneo, a defesa de múltiplos saberes integrados - como quer o grande filósofo e nosso querido amigo Edgard Morin. Tenho pela presidente Helena Nader um grande reconhecimento. É um dia feliz, não só para as duas instituições, mas para a cultura do Brasil que sinaliza esse encontro”, completa Lucchesi.