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Esta foi a primeira ação da instituição nas celebrações do Rio Capital Mundial do Livro
Equipe da Biblioteca Nacional visita o Morro da Providência
Na tarde da última terça-feira (08/07), uma equipe da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) – vinculada do Ministério da Cultura (MinC) – esteve na comunidade do Morro da Providência, região central do Rio de Janeiro. A visita foi a primeira ação da instituição para celebrar o Rio Capital Mundial do Livro e incluiu a doação de mais de 100 livros.
A equipe da Biblioteca Nacional, liderada pelo presidente Marco Lucchesi, foi recebida por Flávio Ribeiro, coordenador do projeto Mãos à Obra Providência, onde funciona a biblioteca “Dodô da Portela”, nome escolhido em homenagem à saudosa e ilustre moradora da comunidade. Com os livros doados pela FBN, os moradores passam a contar com um novo acervo literário. As obras são edições próprias da Biblioteca Nacional, que contemplam uma diversidade de temas, como romance, poesia, iconografia e história.
Morro da Providência
Surgida no final do século XIX, a comunidade do Morro da Providência é tida como a primeira favela do Brasil. Ao fim da Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, ex-combatentes e moradores despejados de cortiços cariocas se instalaram na localidade. Parte fundamental na formação da cultura do Rio de Janeiro, a comunidade é um marco na história da cidade.
Foi ali, no antigo Morro do Livramento (que hoje é parte do Morro da Providência), que nasceu Machado de Assis, em 1839. O escritor testemunhou o surgimento da primeira favela do Brasil, fato que levantava questões como desigualdade social, urbanização acelerada, exclusão e marginalização das classes populares, presentes em romances como “Dom Casmurro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Apesar de antiga, a comunidade do Morro da Providência ainda enfrenta desafios como a falta de infraestrutura e a precariedade de muitas moradias.
Rio Capital Mundial do Livro
A Biblioteca Nacional (BN) realizará uma série de ações e eventos durante as celebrações do Rio Capital Mundial do Livro. A Cidade Maravilhosa foi a primeira de língua portuguesa a receber o título da Organização da Nações Unidas (ONU). Entre as razões para a escolha, está a presença da BN: a maior biblioteca nacional da América Latina e uma das maiores do mundo. As ações da BN incluirão visitas às bibliotecas históricas do Rio, a comunidades e unidades prisionais. A BN também promoverá uma série de seminários sobre a mediação e o incentivo à leitura, a construção da subjetividade e outras temáticas relacionadas à leitura.
“Esse foi um gesto simbólico das atividades da Biblioteca Nacional no âmbito do Rio Capital Mundial do Livro: começar a partir de um morro tão carioca, onde nasceu um grande escritor carioca, brasileiro e, portanto, universal - como é o caso de Machado de Assis. É uma bela geografia a ser explorada, como o próprio Machado chegou a dizer sobre a ‘história dos subúrbios’”, afirma o presidente da FBN, Marco Lucchesi.
"Mas, na verdade, nos dias de hoje, já não existe mais um só centro – ou uma imprecisa ‘periferia’. Hoje todos nos tornamos centro de um processo de transformação. A Biblioteca Nacional está atenta a essa nova geografia carioca e brasileira, e seguirá levando o projeto Rio Capital Mundial do Livro para uma série de atividades e modalidades que contemplem o território, a subjetividade e a democracia”, completa.