Coleções da Seção de Manuscritos | Seweloh

A Coleção Seweloh é composta por dois documentos: Memórias diárias (32 v.) e Apontamentos sobre a guerra do Brasil com o Paraguai, do militar alemão Anton Adolf Friedrich von Seweloh. Esses manuscritos são importantes fontes de pesquisa sobre a Guerra Cisplatina e a Guerra do Paraguai.

Seu titular chegou ao Rio de Janeiro em 1825. De acordo com a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no fascículo publicado em 1976, veio para o Brasil em razão de ter sido impedido de casar com uma nobre da cidade de Hanôver, embarcando no navio Caroline com outros colonos. Parte deles iria para o serviço militar no Império, como fizeram, no Primeiro Reinado, muitos mercenários estrangeiros, principalmente alemães.

Seweloh serviu na Guerra Cisplatina, tendo sido ajudante de ordens do Marquês de Barbacena. Foi sócio correspondente do IHGB, que, em 1874, publicou a tradução do manuscrito alemão de sua autoria sobre a campanha da Cisplatina, denominado “Reminiscências da campanha de 1827 contra Buenos Ayres”. Foi admitido como capitão do Imperial Corpo de Engenheiros em 1825, condecorado por D. Pedro I como cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro em 1828 e promovido a tenente-coronel por D. Pedro II, em 1842.

Esteve em missão na Província do Pará, realizando expedições sob os auspícios do Museu Nacional. Em 1842, ao partir para o interior da província, sobretudo pelo lado da Guiana Inglesa, enviou uma carta ao Presidente do IHGB, o Visconde de São Leopoldo, e pediu que o instruísse sobre os objetos que mereciam atenção na expedição. Acompanhou o naturalista alemão Georg Heinrich von Langsdorff na expedição científica pelo interior do Mato Grosso e do Amazonas, que terminou em 1829.

Não há informações referentes à procedência da coleção. A Seção de Cartografia possui mapas desenhados por Seweloh e outros documentos de sua autoria estão custodiados na Seção de Manuscritos, tais como a “Carta a José Feliciano Fernandes Pinheiro, Visconde de São Leopoldo, em comissão do Governo pelo interior do Pará, colocando seus préstimos à disposição do Instituto”, “Carta ao cônego Januário da Cunha Barbosa, em agradecimento por ter sido nomeado sócio correspondente do Instituto” e “Notas topográficas e observações astronômicas e meteorológicas feitas no Pará”.

Constam trinta e dois volumes das Memórias diárias, faltando os anos 1832-8, 1865 e 1868. A maior parte encontra-se digitalizada na BN Digital, podendo ser acessada através do link:

https://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1463005/mss1463005.pdf

Daniele de Almeida Simas – Seção de Manuscritos