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Coleções da Seção de Manuscritos | Heitor Lira
O historiador, escritor e diplomata Heitor Pereira de Lira (Recife, 1893 – Lisboa, 1973) é o titular desta coleção formada principalmente por correspondência pessoal e de terceiros.
Em 1916, Lira começou a trabalhar na Secretaria de Estado das Relações Exteriores. Já nessa época, interessava-se por Histografia e História do Brasil, em especial o período do Segundo Reinado. Ao longo de sua carreira diplomática - que o levaria a várias cidades da Europa, bem como a Ottawa, no Canadá -, teve acesso a arquivos importantes, como os do castelo D´Eu e os da monarquia austro-húngara; isso lhe permitiu intensificar suas pesquisas, cujo objetivo principal era escrever uma obra consistente sobre D. Pedro II e sua atuação ao longo de décadas.
Após alguns artigos que versavam sobre o Segundo Reinado, o diplomata publicou “História de D. Pedro II, 1825-1891”. O livro saiu em três volumes entre 1938 e 1940 e por um bom tempo foi considerado a mais completa biografia do imperador, embora exagerasse ao enaltecer suas qualidades e a importância de seu papel na política brasileira. Além disso, a narrativa muitas vezes assumia um tom ficcional, ainda que se referisse a fatos históricos comprovados.
Além da biografia de D. Pedro II, Heitor Lira escreveu vários trabalhos sobre a vida diplomática e as relações internacionais. Ao encerrar sua carreira, fixou residência em Lisboa, que afirmava ser sua cidade preferida, e lá escreveu “O Brasil na vida de Eça de Queiroz”, publicado em 1965. Morreu subitamente, em abril de 1973, pouco antes de completar 80 anos.
A Coleção Heitor Lira foi comprada do livreiro Carlos Ribeiro em 1994. Compreende 153 registros, referentes, principalmente, a correspondência e postais. A coleção está organizada e pode ser acessada pelos catálogos de Manuscritos, mas não está digitalizada, à exceção de um único documento: um cartão postal enviado a Lira pelo escritor português Fialho d´Almeida, em 1907, sugerindo ao amigo que “aproveite a vida”. O cartão foi enviado da vila alentejana de Cuba, mas, curiosamente, o monumento retratado é o Palácio Monroe, no Rio de Janeiro.
https://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1612180/mss1612180.pdf
Ana Lúcia Merege
(Seção de Manuscritos)