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COMUNICAÇÃO
Estudantes paraenses realizam cobertura jornalística da COP30 pelo projeto MídiaCOP
Iniciativa integra o conjunto de ações da SECOM/PR para fortalecer a educação midiática no Brasil, promover a integridade da informação e ampliar o protagonismo juvenil no debate climático. Foto: MídiaCOP divulgação
Estudantes do Ensino Médio de 11 escolas da rede pública estadual do Pará participaram, ao longo de 2025, de formações em educação midiática que culminaram na cobertura jornalística da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém. Destes, 22 jovens estiveram presencialmente na conferência, atuando como repórteres do Projeto MídiaCOP, iniciativa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM/PR).
O MídiaCOP é um projeto de educação midiática e ambiental que forma professores e estudantes para produzir conteúdos jornalísticos sobre temas climáticos, fortalecendo o pensamento crítico, a integridade da informação e o protagonismo juvenil. A iniciativa envolveu alunos de Belém e do município vizinho de Santa Isabel, que participaram de oficinas, aulas práticas e atividades de campo desde maio — aprendendo a apurar, entrevistar, escrever e comunicar temas complexos de forma ética e acessível. O projeto é fruto de uma cooperação bilateral entre Brasil e França, firmada em 2024, envolvendo SECOM/PR, MEC, UFMS, SEDUC-PA, Embaixada da França no Brasil e o Centre pour l’Éducation aux Médias et à l’Information (CLÉMI).
A cooperação iniciou com uma formação feita pela SECOM e pelo CLÉMI com professores de todos os estados da região Norte em abril de 2025. Na sequência, os professores de cada Estado desenvolveram projetos específicos com seus estudantes tendo como pano de fundo a temática ambiental e integridade da informação. No caso do Pará, os professores desenvolveram formações específicas para qualificar os jovens para a cobertura da COP30, em Belém, etapa final do projeto MidiaCOP.
Logo nos primeiros dias dessa formação, os estudantes começaram a experimentar o que é fazer jornalismo na prática. “Aprendi bastante sobre a criação de pautas, que uma boa reportagem deve sempre contar os dois lados da história. Aprendi como é a visão de um jornalista, a curiosidade, a atenção que um bom jornalista deve ter”, contou a estudante Beatriz Sales, da Escola Marechal Cordeiro de Farias.
APRENDIZAGEM NA PRÁTICA — Durante a 3ª Semana Brasileira de Educação Midiática, o grupo participou de uma aula especial organizada em parceria com Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com o Artur Romeu, diretor do escritório da RSF na América Latina e com o jornalista Marcos Wesley, do veículo de comunicação popular Tapajós de Fato. O encontro ajudou os estudantes a compreender o rigor e a responsabilidade envolvidos em coberturas de grande porte — conhecimento que levaram diretamente para a COP30.
Já na conferência, os jovens atuaram como repórteres na Zona Verde e na Zona Azul, entrevistando autoridades, especialistas e participantes de diversos países. “Pude entrevistar autoridades, conhecer lugares e aprendi muito mais sobre a COP30”, relatou Marcelly Silva, estudante da Escola Albanízia de Oliveira Lima.
Entre gravações, redação de roteiros, entrevistas e cobertura de painéis, os estudantes também participaram do Mural do Clima, atividade realizada com a Associação Mural do Clima, o MDHC e o CONANDA, aproximando os jovens de outros coletivos e grupos de juventude presentes no evento.
Para muitos, foi a primeira experiência em um evento internacional — e um momento de descoberta pessoal. “Foi uma das experiências mais surreais da minha vida. Eu estive frente a frente com autoridades importantes da educação, sustentabilidade e meio ambiente”, afirmou Antônio Reginaldo, estudante da Escola Antônio Lemos.
A vivência também marcou jovens que sonham com carreira na comunicação. “Essa experiência me mostrou que sou capaz de fazer muito mais do que imaginava e que o jornalismo é uma área onde eu posso continuar aprendendo e me descobrindo cada vez mais.”, contou Juliana Miyamoto, estudante da mesma escola.
OLHAR DOS PROFESSORES — As professoras que acompanharam a formação destacaram o impacto pedagógico e a potência do protagonismo juvenil.
“A cobertura da COP30 foi o ápice de toda a preparação desses alunos. Eles passaram por formação, aprenderam a produzir pautas, construir reportagens e pensar sobre as questões climáticas — e foi muito especial vê-los colocando tudo isso em prática.”, afirmou Lorena Rodrigues, educadora da rede estadual e coordenadora local do projeto.
Para Marcela Castro, a relação entre educação midiática e justiça climática ficou ainda mais evidente ao longo da experiência:
“Pensar em justiça climática é também pensar em educação midiática. Participar do MídiaCOP, com estudantes como protagonistas da comunicação e das negociações sobre o clima, foi impressionante — uma experiência que levarei para sempre.”
LEGADO — O MídiaCOP integra o conjunto de ações da SECOM/PR para fortalecer a educação midiática no Brasil, promover a integridade da informação e ampliar o protagonismo juvenil no debate climático, em articulação com a Estratégia Brasileira de Educação Midiática (EBEM) e iniciativas de cooperação internacional.
“O projeto MídiaCOP demonstra como a educação midiática pode ampliar o protagonismo juvenil e fortalecer a integridade da informação nos temas ambientais. Esses estudantes levaram para a COP30 uma visão de jovens comunicadores comprometidos com o interesse público e com a agenda climática. O legado dessa experiência reverberou na própria comunicação da COP30 e seguirá reverberando em suas escolas e comunidades”, afirmou Mariana Filizola, Coordenadora de Educação Midiática da SECOM/PR.
A atuação dos estudantes chamou atenção de delegações internacionais e organizações de juventude durante a COP30. O conteúdo produzido será incorporado a atividades escolares e materiais de formação, ampliando o alcance do projeto e reforçando o papel da juventude amazônida na comunicação sobre a mudança do clima.