Paulo Teixeira reforça potencial da agricultura familiar no combate à fome

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, não tem dúvidas: o Brasil é um país grande e potente na agricultura, capaz de resolver a questão da insegurança alimentar e produzir alimentos que cheguem mais baratos e com mais qualidade a abundância à mesa do povo brasileiro. Ele reforçou os argumentos a radialistas de todo o país durante o programa Bom Dia, Ministro nesta quinta-feira, 29/6.

O presidente Lula está fazendo um chamado para que o povo brasileiro ajude a produzir mais alimentos para que tenhamos soberania alimentar, para que o Brasil nutra corretamente o seu povo, as crianças, jovens, adultos e idosos, que precisam comer bem”

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar

“O presidente Lula está fazendo um chamado para que o povo brasileiro ajude a produzir mais alimentos para que tenhamos soberania alimentar, para que o Brasil nutra corretamente o seu povo, as crianças, jovens, adultos e idosos, que precisam comer bem”, afirmou.

» Fotos em alta resolução (Flickr) 

Teixeira detalhou no bate-papo alguns aspectos do Plano Safra da Agricultura Familiar, apresentado pelo Governo Federal nesta quarta-feira. O programa terá R$ 71,6 bilhões em crédito rural para a safra 2023/2024, o maior da série histórica e 34% superior ao do ano passado. A conversa também incluiu temas como assentamento de terras, incentivo aos produtores e investimentos em implementos agrícolas.

O bate-papo contou com jornalistas da Rádio Nacional da Amazônia, da região Norte; Rádio Imembuí, do Rio Grande do Sul; O Tempo, de Minas Gerais; Rádio Verdinha, do Nordeste; Rádio Cultura, representando a região Sudeste pelo estado de São Paulo; Rádio Excelsior, na Bahia; Rádio Grande Rio, em Pernambuco, e da rádio Grupo Feitosa, do Mato Grosso do Sul.

Paulo Teixeira tem 62 anos, cursou direito na Universidade de São Paulo e é mestre em Direito Constitucional. Deputado Federal licenciado, conduz o ministério responsável pelas ações de reforma agrária, regularização fundiária, regularização de territórios quilombolas, cadastro de imóveis rurais e educação do campo. O órgão tem como competências também a promoção da política agrícola, associativismo, cooperativismo e outras ações destinadas à agricultura familiar.

Acompanhe algumas das principais declarações do ministro.

RECURSOS RECORDES – Nós estamos corrigindo o Pronafe em 34%. Por isso esperamos que os recursos cheguem até o final. Mas se não chegar, o próprio presidente Lula falou que não vai deixar faltar dinheiro para o agricultor que queira financiamento para a safra. É o maior volume de recursos de um Plano Safra, mas, se porventura o entusiasmo for maior e o plantio de alimentos no Brasil melhorar, influenciando na diminuição da inflação, o presidente disse que pode contar com ele.

DÍVIDAS – Eu estou pedindo que minha equipe se debruce sobre as dívidas dos produtores rurais e vou me reunir com bancos que operam o Plano Safra da Agricultura Familiar para fazer um levantamento do volume de dívidas dos agricultores. Se for significativo, vamos tomar uma medida para repactuação. É importante que esse agricultor acesse o crédito. Fatos passados não podem impedi-lo de continuar produzindo.

MÁQUINAS – Estamos buscando financiar máquinas, e chamamos a indústria de máquinas e indústrias estrangeiras para investirem em produção de máquinas aqui no Brasil, com outra qualidade, produção de máquinas menores, agrícolas, que podem ajudar aqueles que trabalham na horta para que o trabalho fique menos sofrido.

ÊXODO RURAL – A gente quer que o jovem fique no campo, queremos que ele volte para fazer a modernização da agricultura dos pais, porque muitos serão sucessores no campo. Lançamos ontem um programa de crédito fundiário em que o jovem pode comprar a propriedade dos irmãos com financiamento generoso. Queremos internet e estamos discutindo levar cultura para o campo, para que o jovem possa ficar em uma situação melhor e condições adequadas.

FOME – O presidente Lula está fazendo um chamado à agricultura brasileira para produzir mais alimentos. Tem muita gente que não está comendo no Brasil, muita gente em situação de insegurança alimentar. Nós temos que voltar a comer bem, recuperar a tradição alimentar do povo brasileiro que gosta de arroz, feijão, carne, batata, ovos.

JUROS – Os juros no Plano Safra da Agricultura familiar são menores, e menores ainda para quem produz alimentos. Estimular por meio dos juros baixos é um mecanismo que vamos adotar, além de estimular os preços mínimos, e assim garantir ao produtor que ele pode produzir com respaldo da segurança de preço mínimo.

AMAZÔNIA – A nossa missão é produzir alimentos de qualidade para colocar na mesa do povo. Queremos colocar essa janela de oportunidade, que são os bioinsumos, e vamos pedir na Amazônia a força da Embrapa e dos institutos federais para mudar os paradigmas na agricultura e entregar uma agricultura agroecológica. Ao mesmo tempo, vamos estimular o que a gente chama de agricultura regenerativa que recupere as nascentes, as áreas de proteção ambiental, as matas ciliares, e para a Amazônia vamos fazer um grande programa de agrofloresta, que possa estimular aquelas árvores que são fortes na região.

MULHERES – As mulheres são muito importantes na nossa agricultura e estão sendo feitos vários estímulos para que participem através do Plano Safra. Temos ainda um programa de assistência, por meio da Anater, onde foi lançado em 8 de março um edital de R$ 50 milhões para assistência técnica e extensão rural das mulheres.

ASSENTAMENTOS – Nós já temos um estoque de terras e, em breve, o presidente Lula vai anunciar novos assentamentos no país. Queremos fazer novos assentamentos com muita assistência técnica, para que o agricultor familiar se aproprie dessas terras e desenvolva o local com muita tecnologia.