De volta à UFRJ, como professor do Instituto de Matemática, Gadelha esteve na direção do LNCC nos últimos cinco anos

Na manhã desta sexta-feira (12), uma cerimônia virtual marcou a despedida do Prof. Augusto Gadelha que, nos últimos cinco anos, ocupou o cargo de diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC (unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - MCTI). Ao ser substituído pelo Prof. Dr.-Ing Fábio Borges, o professor Gadelha retorna ao cargo de professor do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

No evento, que reuniu coordenadores, pesquisadores, servidores e prestadores de serviço do LNCC, o papel como conciliador na gestão de uma crise orçamentária foi ressaltado. "Esse caráter conciliador fez com que o LNCC fosse mantido mesmo diante dos cortes orçamentários, não deixando nenhum setor sofrer o impacto", destacou a coordenadora do Laboratório de Bioinformática - Labinfo do LNCC, Ana Tereza Vasconcelos. "Ter alguém com essa capacidade de conciliar discórdias para o avanço científico é muito importante", avaliou Fábio Porto, pesquisador e fundador do Data Extreme Lab - Dexl do LNCC.

Os avanços no setor de pesquisas e segurança da informação também foram pontuados pelo coordenador da COMOD (Coordenação de Modelagem Computacional), Márcio Murad. "Qualquer um que veja as reuniões anuais do LNCC percebe que, mesmo com o quadro reduzido, nós temos grupos de qualidade muito boa, qualidade internacional. Você (prof. Gadelha) foi um catalizador disso". Já a pesquisadora do LNCC Carla Osthoff destacou que, nos últimos cinco anos, a chegada do supercomputador Santos Dumont e a gestão de Gadelha contribuíram para a mudança de status da instituição. "Conseguiu inserir o Santos Dumont não apenas a nível nacional, mas na comunidade científica internacional. O LNCC tem sido reconhecido como referência não só de capacidade de pesquisa, mas de recursos humanos também".

Na área acadêmica, o grande desafio foi o enfrentamento à pandemia no último ano. "Deu apoio à criação de áreas novas, diversificando as atividades do LNCC, mantendo a qualidade das linhas de pesquisa que já existiam, ajudando a aumentar a visibilidade do LNCC, além de dar apoio às carreiras dos pesquisadores. A pós-graduação sempre teve um apoio muito grande do prof. Gadelha, que nos deu mais autonomia. Especialmente nessa crise da Covid-19, quando a pós-graduação teve que se reinventar", ressaltou Artur Ziviani, coord. da pós-graduação do LNCC.

Do encontro de despedida também participaram representantes de outras instituições científicas como Ieda Caminha, que assumiu em agosto o cargo de diretora do Instituto Nacional de Tecnologia - INT. "Queria agradecer o apoio ao INT e a longa parceria profissional que temos. Eu assumi em agosto e o Gadelha tem sido um grande conselheiro nesse período". Já Nelson Simões, diretor da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa - RNP, registrou o trabalho realizado não apenas pelo LNCC, bem como pelo país e pela Ciência. "Muito também pela contribuição a outras instituições como a RNP". "Você reestruturou a Fundação de Apoio, que se tornou uma das mais importantes fundações de apoio para o país e para a ciência e tecnologia", pontuou ainda Márcio Portes de Albuquerque, coordenador da Coordenação de Ações Institucionais - COINS do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas).

O novo diretor do LNCC, Prof. Dr.-Ing. Fábio Borges, agradeceu pelos últimos cinco anos de gestão de seu antecessor. "Eu, particularmente, trabalhei com o Gadelha somente nesses últimos cinco nos quais ele dirigiu no LNCC, o que foi muito importante na minha carreira. Inclusive para a redação do meu livro sobre inteligência artificial, que foi possível com a ajuda dele".

"As palavras que ouvimos nos encorajam a continuar, sabendo que podemos ter um papel relevante no setor de ciência e tecnologia, que está sob grande ataque nos últimos anos, em todo o mundo", pontuou o agora ex-diretor do LNCC, que ressaltou ainda os desafios da Ciência no Brasil e no mundo neste período de crise sanitária global. "O obscurantismo sempre ocorrerá junto com o desenvolvimento da ciência, tentando anular as conquistas que ela traz para a humanidade".

As declarações e depoimentos dados durante a vídeo conferência estão disponíveis aqui.