INCA recebe pesquisadores do Massey Cancer Center para a troca de conhecimentos sobre oncologia
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) recebeu, dia 08 de junho, uma comitiva de pesquisadores do Massey Comprehensive Cancer Center, da Virginia Commonwealth University (VCU), dos Estados Unidos, para um encontro.
Durante a apresentação do Dr. Robert Winn, presidente da Associação Americana de Institutos de Câncer, os pesquisadores americanos discutiram o foco do trabalho realizado no Massey Cancer Center, abordando temas como a inclusão de populações negligenciadas em ensaios clínicos e a promoção da equidade no acesso ao tratamento do câncer. O diretor-geral do INCA, Roberto Gil, acompanhou atentamente a exposição, que destacou a importância de realizar pesquisas com representatividade global e a participação de populações frequentemente sub incluídas nos ensaios clínicos.
O INCA também apresentou um panorama da situação oncológica no Brasil, por meio da equipe da Divisão de Vigilância e Análise de Situação, área da Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV) responsável pelas informações sobre o câncer. O pesquisador Luís Felipe Martins compartilhou dados populacionais do Brasil e informações sobre a cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS), além de detalhar os registros de câncer existentes no país e sua distribuição geográfica. Foram expostos indicadores de incidência e mortalidade por câncer, bem como as principais publicações e plataformas do INCA que disponibilizam esses dados ao público. A palestra foi concluída com a exposição de um estudo conduzido pelo próprio Luís Felipe, que analisou a mortalidade por câncer no Brasil e trouxe estimativas sobre as mortes por câncer previstas para os próximos anos.
Robert Winn enfatizou a necessidade de garantir que os tratamentos médicos atendam pessoas de diferentes origens ao redor do mundo, assegurando que a ciência tenha aplicabilidade universal. Ele mencionou o conceito de “máxima generalização” na ciência, que visa desenvolver terapias eficazes para uma população global diversificada.
A troca de informações entre centros de pesquisa foi apontada como essencial para o avanço no controle do câncer, especialmente no enfrentamento das barreiras que dificultam o acesso ao tratamento, como as disparidades socioeconômicas e geográficas. O encontro também ressaltou a importância de uma atuação mais integrada com as comunidades, reconhecendo as necessidades específicas de cada grupo — seja por meio de maior acesso aos ensaios clínicos ou da implementação de políticas públicas mais inclusivas.
Roberto Gil reforçou a importância da colaboração internacional e da troca de experiências como motores para o progresso da pesquisa oncológica e a promoção da equidade em saúde. Para ele, o encontro representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a atuação conjunta entre instituições que compartilham valores semelhantes, abrindo caminho para futuras parcerias e projetos colaborativos no enfrentamento do câncer.
“A visita dos pesquisadores do Massey Cancer Center reforça o compromisso do INCA com a cooperação internacional em prol do avanço científico e da equidade no controle do câncer. Compartilhar experiências e estratégias com instituições que também valorizam a inclusão e a representatividade nos estudos é fundamental para desenvolvermos soluções mais eficazes e acessíveis para toda a população.”
Nesse contexto, a pesquisa clínica se consolida como um dos principais caminhos para ampliar o acesso a tratamentos inovadores, sobretudo em países que enfrentam desafios estruturais em seus sistemas de saúde. Ao incluir populações diversas nos ensaios clínicos — como enfatizado pelos representantes do Massey Comprehensive Cancer Center, é possível não apenas desenvolver terapias mais eficazes e representativas, mas também oferecer aos pacientes a oportunidade de acesso a medicamentos e terapias ainda indisponíveis comercialmente.