INCA lança manual para apoiar gestores do SUS na implementação do teste DNA-HPV
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) lança o Manual de Apoio à Implementação do Teste DNA-HPV para gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e uma ferramenta de apoio, disponíveis no site do Instituto (Manual DNA HPV.pdf). Os materiais oferecem orientações práticas para a organização da rede e permitem calcular a necessidade de exames e procedimentos em cada território — desde o rastreamento até o tratamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero.
“Ao disponibilizar esses recursos, o INCA cumpre um papel central na transição para um rastreamento organizado e mais efetivo. São instrumentos que ajudam gestores a estruturar fluxos de cuidado completos, garantindo que a mudança de método seja acompanhada da capacidade de resposta da rede”, explica Caroline Ribeiro, da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede (DIDEPRE/INCA), que coordenou a elaboração do manual.
A publicação é mais uma ação que integra o processo de mudança no rastreamento do câncer de colo do útero no Brasil, iniciado em 2021, quando começaram os estudos para a incorporação do teste DNA-HPV no SUS. Em março de 2024, o novo exame foi oficialmente incorporado ao sistema público. Em seguida, um grupo de cerca de 80 especialistas de diferentes instituições, coordenados pelo INCA, elaborou as novas diretrizes nacionais. O documento foi aprovado em fevereiro de 2025 pela Conitec e, hoje, foi publicada a portaria ministerial que estabelece a implementação progressiva do exame em todo o País até o fim de 2026.
“As novas Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero refletem um trabalho coletivo de altíssima qualidade técnica. Essa mudança de paradigma permitirá ao Brasil avançar rumo à meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a doença como problema de saúde pública”, destaca Flávia Corrêa, da DIDEPRE/INCA, que coordenou a elaboração das diretrizes.
O câncer do colo do útero é o terceiro tumor mais comum e o quarto mais letal na população feminina do País, com diferenças regionais significativas. A expectativa é que, a partir do próximo mês, o rastreamento com DNA-HPV seja ofertado em 12 estados brasileiros, incluindo o Rio de Janeiro, e, gradualmente, tenha abrangência em todo o território nacional até o fim de 2026.