Câncer hereditário é o tema do ano para o INCA
Cerca de 10% dos cânceres são hereditários, o que representa quase 50 mil ocorrências anualmente, considerando que o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 483 mil novos casos de câncer (excluindo-se os de pele não melanoma) para cada ano do triênio 2023/2025. Avanços na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento dependem de iniciativas voltadas para a parcela da população com predisposição genética para a doença.
No evento do Dia Nacional de Combate ao Câncer (a data oficial é 27 de dezembro, segundo portaria do Ministério da Saúde), foi feito um balanço sobre o tema. “Uma das propostas é termos um ambulatório de risco para doença hereditária, que seria diagnosticada e acompanhada. O SUS precisa se preparar para atender esses pacientes”, afirma o coordenador de Pesquisa e Inovação do INCA, João Viola.
O pesquisador e chefe do Núcleo de Aconselhamento Genético do INCA, Miguel Moreira, acredita que a implantação de uma política de identificação de pessoas com maior risco e de cuidados específicos impulsionaria a prevenção primária, evitando que o câncer se desenvolva nos portadores de genes para o câncer. “Mas também traria avanços para o diagnóstico precoce e para o tratamento”, acrescenta. Ele diz que os preços dos exames genéticos caíram bastante e que, hoje, o principal desafio talvez seja implantar uma linha específica de cuidados.