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Câncer ocupacional
Iarc classifica gasolina automotiva como cancerígena
A gasolina automotiva é cancerígena para humanos, segundo avaliação científica da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), descrita no artigo Carcinogenicity of automotive gasoline and some oxygenated gasoline additives, publicado sexta-feira, 21, na revista The Lancet Oncology.
A gasolina automotiva causa câncer de bexiga e leucemia mieloide aguda em adultos. A evidência foi limitada a uma associação causal entre gasolina automotiva e linfoma não Hodgkin (incluindo leucemia linfocítica crônica), mieloma múltiplo, síndromes mielodisplásicas (grupo de doenças que afetam a produção de células sanguíneas na medula óssea) e cânceres de estômago e rim em adultos, e leucemia linfoblástica aguda (câncer que afeta as células que se transformam em glóbulos brancos, na medula óssea e no sangue) em crianças.
A exposição ocupacional e da população em geral ocorre principalmente por meio da inalação de vapor de gasolina. A exposição ocupacional é esperada durante a produção e o transporte de gasolina, e durante o reabastecimento de automóveis. Os frentistas são expostos a níveis mais altos de gasolina do que a população em geral. A avaliação não incluiu gasolina marítima ou de aviação, exaustão de motor a gasolina ou óleo diesel ou exaustão de motor.
A Agência editou ainda um infográfico com as principais conclusões do estudo.
Posicionamento
O INCA também tornou púbico sexta-feira, 21, seu Posicionamento acerca da classificação da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer sobre a gasolina automotiva e seus compostos/aditivos oxigenados. O Instituto compõe o grupo de especialistas da agência desde 2013 representando o Brasil, único país-membro da América Latina que tem assento nas discussões técnicas.
No documento, o INCA “recomenda a redução gradativa da exposição ocupacional a gasolina de veículos e automóveis, a sua substituição por agentes com menor potencial de carcinogenicidade e toxicidade, a adoção de sistema estruturado de recuperação de vapores das bombas dos postos de combustíveis e a implementação de processos de trabalho mais modernos a fim de evitar a exposição excessiva do trabalhador, minimizar riscos e danos à saúde e visando a proteção à saúde humana e à prevenção dos cânceres relacionados à exposição à gasolina automotiva, especialmente entre os trabalhadores mais expostos”.