Versão para população
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Estatísticas
Estimativas de novos casos no Brasil para 2025: 17.010 (INCA, 2022);
Número de mortes (C53): 7.209 (Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM, 2023).
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O que aumenta o risco?
- Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros.
- Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados).
- Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
- Exposição a papilomavírus humano tipo 16 e/ou 18 e ou HIV em atividades de trabalho.
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Como prevenir?
A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). A transmissão da infecção ocorre por via sexual, presumidamente por meio de abrasões (desgaste por atrito ou fricção) microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
Vacinação contra o HPV
O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
A vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.
A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e atualmente é indicada para:
- Meninas e meninos de 9 a 14 anos.
- Mulheres e homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.
- Vítimas de abuso sexual, imunocompetentes, de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto.
- Usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de HIV, com idade de 15 a 45 anos, que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto (de acordo com esquema preconizado para idade ou situação especial).
- Pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2 anos de idade.
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Sinais e sintomas
O câncer do colo do útero pode não apresentar sintomas no início. Mas alguns sinais merecem atenção e devem ser investigados por um profissional de saúde:
- Sangramento durante ou após a relação sexual;
- Sangramento entre as menstruações;
- Sangramento depois da menopausa;
- Dor durante a relação sexual;
- Corrimento vaginal com sangue ou com mau cheiro.
- Nos casos mais avançados, podem aparecer outros sintomas, como:
- Dor na região da pelve ou na parte baixa das costas;
- Cansaço intenso;
- Problemas nos rins;
- Inchaço e dor nas pernas.
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Detecção precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. Ela pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame preventivo (Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%.
Exame preventivo
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) tem sido a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública e sua realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.
É um exame simples e rápido, podendo, no máximo, causar um pequeno desconforto. Para garantir um resultado correto, preferencialmente, não se deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame e evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à sua realização. É importante também não estar menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê.
Como é feito o exame?
- Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento chamado espéculo (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);
- O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
- O profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;
- As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório especializado em citopatologia.
Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivo?
O exame deve ser oferecido às mulheres ou qualquer pessoa com colo do útero, na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. Isso pode incluir homens trans e pessoas não binárias designadas mulher ao nascer. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos.
O que fazer após o exame?
É preciso retornar ao local onde foi realizado o exame (ambulatório, posto ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e receber instruções.
Se o seu exame acusou:
- Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame preventivo em um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo em três anos;
- Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis meses;
- Lesão de alto grau: Você vai precisar fazer outros exames, como a colposcopia;
- Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o exame. Você deve repetir o exame logo que for possível.
Em todos as situações, é importante seguir as recomendações médicas.
O que está mudando?
Em 2024, o Ministério da Saúde incorporou o teste molecular de DNA-HPV oncogênico ao SUS, que passa a ser o principal método de rastreamento, por ser mais eficiente.
Este novo método identifica o vírus HPV antes que ele cause lesões no colo do útero, permitindo que o exame preventivo seja feito com menos frequência.
Principais Diretrizes:
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Público: Mulheres de 25 a 64 anos.
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Frequência: A cada cinco anos após um resultado negativo.
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Interrupção: Após os 60 anos,com um resultado negativo para a presença do v[irus, não há mais necessidade de repetir o teste.
O exame Papanicolau continua sendo uma ferramenta segura e eficaz. Ele poderá ser realizado em locais que ainda não oferecem o novo teste DNA-HPV, garantindo a continuidade da prevenção.
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Diagnóstico
O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura. Os exames utilizados incluem:
- Papanicolau (citologia oncótica cervical) - identifica células anormais que podem evoluir para o câncer;
- Teste molecular DNA-HPV - identifica a presença do vírus HPV no organismo
- Colposcopia - exame que permite a visualização detalhada do colo do útero com uso de um aparelho de aumento;
- Biópsia - remoção de um pequeno fragmento de tecido para análise histopatológica.
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Tratamento
O tratamento depende do estágio da doença e pode incluir:
- Cirurgia - retirada do tumor e, em casos mais avançados, histerectomia (remoção do útero);
- Radioterapia - utiliza radiação para destruir as células cancerosas;
- Quimioterapia - uso de medicamentos para destruir ou impedir a multiplicação das células tumorais;
- Terapia alvo - em casos avançados, pode ser utilizada para bloquear o crescimento tumoral.
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Acompanhamento pós-tratamento
O seguimento médico é fundamental para detectar recidivas precocemente. São recomendadas consultas regulares a cada 3 a 6 meses nos primeiros anos e, posteriormente, a cada 6 a 12 meses. É muito importante, após o término do tratamento, manter um alimentação saudável, atividade física regular, cuidado com a saúde mental, qualidade do sono e interrupção do tabagismo.
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