Devido à pandemia, CGU cancela o 12º Concurso de Desenho e Redação em âmbito nacional

A Controladoria-Geral da União (CGU) cancelou, nesta segunda-feira (1°), o 12º Concurso de Desenho e Redação (CDR), em âmbito nacional, diante da pandemia causada pelo Coronavírus (Covid-19). Em função da necessidade de alteração no calendário escolar da maioria das escolas do país, o objetivo principal do concurso de incentivar o debate nos ambientes educacionais entre os alunos de escolas públicas e privadas sobre temas como ética, cidadania e controle social seria prejudicado. A opção de realização online poderia excluir muitos estudantes por não possuírem acesso a computadores e internet, além de possivelmente sobrecarregar os alunos com mais tarefas a serem realizadas neste período de aulas virtuais. Acesse a portaria de cancelamento.

A intenção da CGU é retomar esta edição do concurso em 2021.

Motivos do cancelamento

O objetivo do concurso, conforme edital, é o debate do tema proposto nos ambientes educacionais. O afastamento dos estudantes da sala de aula dificulta essa atividade.Ainda que se proponha tal realização de trabalhos em ambiente online, isso não se configuraria de fato um debate, senão apenas a realização de mais uma tarefa pelo estudante que, neste momento, já pode estar sobrecarregado com uma grande quantidade de tarefas online, a qual não estava habituado a realizar.

Outro objetivo do concurso é reconhecer o trabalho desenvolvido pelos profissionais de educação, contribuindo com a sua valorização profissional. Diante disso, o edital prevê que os trabalhos do CDR devem ser conduzidos pelo professor, em ambiente escolar. Cabe ao professor orientar o estudante sobre o tema e explicar os critérios do edital. E, neste momento, os professores também se encontram bastante atarefados na preparação de aulas que não estavam no seu planejamento.  A CGU ponderou, ainda, a prorrogação do prazo final do concurso. No entanto, no retorno das atividades em sala de aula, também haverá um acúmulo de conteúdo e de carga horária que as escolas precisarão cumprir e, assim, mais uma vez, é preciso ser solidário, não lhes impondo mais uma tarefa.

O edital prevê também que a primeira etapa de seleção dos trabalhos é responsabilidade da escola. Não é possível alterar essa previsão nesse momento para que os pais ou o próprio estudante realize a inscrição diretamente no sistema, pois a metodologia do concurso foi desenhada para ser realizada no formato como está no edital. A escola escolhe um trabalho de cada categoria e envia para participação. 

Além disso, o edital prevê uma categoria escola-cidadã, cujo objetivo é premiar a escola que melhor motiva e sensibiliza os estudantes a participarem do concurso, além da já citada premiação dos professores como orientadores. Não se pode, excluí-los do concurso, por causa da situação, nem tão pouco, sobrecarregá-lo no retorno, impondo-lhes mais responsabilidade. É necessário um esforço conjunto para superar a crise.  Por fim, ainda há uma lacuna de acesso às tecnologias digitais que poderia excluir alunos do concurso, caso a alteração do edital possibilitasse a elaboração dos trabalhos fora da sala de aula, por não possuir acesso a computadores e internet, elitizando, dessa forma, o concurso, que tem como premissa uma discussão ampla dos temas no ambiente escolar.

Como contrapartida ao cancelamento do concurso, os alunos podem debater o tema em seus lares. A CGU tem produtos disponíveis no âmbito do Programa um por Todos. Uma das novidades são as revistas digitais e interativas da Turma da Mônica sobre ética e cidadania a alunos do 1º ao 5º ano, lançadas no último mês de maio. São seis revistas, disponíveis gratuitamente para o acesso por qualquer pessoa. Cada uma delas traz, além de histórias animadas e interativas, jogos e passatempos que consolidam os conceitos, estimulam a criatividade e promovem a diversão dos estudantes, sendo um importante instrumento para o aprendizado das crianças no atual momento de distanciamento social, vivido em função da pandemia do Coronavírus. Saiba mais.