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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 09/12/2025 ANO 08 Nº 85
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apresenta: (a) avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de novembro, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre dezembro, janeiro e fevereiro (DJF) de 2025/2026.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de novembro de 2025, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 154 alertas, sendo 89 de origem hidrológica e 65 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
Situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), referente ao dia 8 de dezembro, conforme ilustrado na Figura 1a. Observa-se que, na porção oeste da região Norte, porção norte da região Centro-Oeste, porção leste da região Nordeste e porção norte da região Sul do Brasil estão com níveis acima ou muito acima da média média climatológica. Por outro lado, muitos rios localizados na porção leste do Pará, na região Norte, porção leste da região Centro-Oeste, porção noroeste da região Sudeste e porção sudeste da região Sul do Brasil, estão com níveis abaixo da média climatológica.
A previsão sazonal para os próximos 45 dias - DJ do modelo Sistema Global de Alerta para Inundações (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade para ocorrência de vazões acima ou muito acima da média climatológica para o período na porção oeste da região Norte e porção norte da região Sul, probabilidade de vazões abaixo da média na porção leste das regiões Norte e Centro-oeste, porção oeste da região Nordeste e porção noroeste da região Sudeste. e probabilidade para vazões próximas da média climatológica nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O número de municípios em situação de seca severa aumentou de 472 para 490, de outubro para novembro, o que representa uma alta de 3,8%, segundo o Índice Integrado de Seca (IIS-3, Figura 2a). No mesmo período, a seca moderada diminuiu de 1.540 para 1424 municípios (-7,5%), enquanto a seca fraca aumentou de 1.682 para 1707 municípios (+1,5%). Em novembro, cinco municípios registraram condição de seca extrema: Contagem-MG, São Lourenço-MG, Aspásia-SP, Santa Salete-SP e São João da Paraúna-GO e nenhum caso de seca excepcional.
No recorte de seis meses (IIS-6, Figura 2b), dois municípios apresentaram seca extrema: São Lourenço-MG e São João da Paraúna-GO. Já o número de municípios em seca severa diminuiu 713 para 488, uma queda de 31,5%, enquanto a seca moderada passou de 1751 para 1538 municípios (+12,1%) e a seca fraca diminuiu de 1662 para 1578 municípios (-5%).
A região central do país segue concentrando as áreas mais críticas, com a seca persistindo no corredor que se estende pelo Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), pelo Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso), pelo Nordeste (Bahia e Piauí) e pelo Norte (Tocantins e Pará).
As projeções do Índice Integrado de Seca (IIS-3, Figura 2c) para o final de dezembro de 2025 indicam uma diminuição no número de municípios com seca moderada a extrema, e um aumento nos casos de seca fraca sinalizando uma tendência de atenuação da situação de seca em todo o país.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O monitoramento das secas hidrológicas no Brasil no mês de novembro, a partir do Índice Padronizado Bivariado Precipitação–Vazão (TSI), revela um cenário ainda crítico e espacialmente heterogêneo, com forte concentração de condições severas mais abrangentes nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (Figura 3).
Na região Sudeste, diversas bacias encontram-se em seca hidrológica extrema ou excepcional. O Sistema Cantareira permanece em seca extrema, impactando diretamente o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. As bacias das UHEs Furnas e Três Marias encerraram o período com seca extrema e excepcional, respectivamente, enquanto no Vale do Jequitinhonha as bacias associadas às UHEs Irapé e Itapebi apresentam seca severa e extrema. Na bacia do rio Paraíba do Sul, apesar de melhorias pontuais, persistem áreas críticas, com destaque para a UHE Jaguari, que permanece em seca excepcional, além de condições extremas em Santa Cecília e Funil. Ainda no Sudeste, o rio Doce apresentou leve atenuação da seca, enquanto no norte do Espírito Santo houve agravamento para seca extrema.
No Centro-Oeste, a bacia da UHE Serra da Mesa manteve condição de seca excepcional e as bacias do rio Paranaíba e do afluente Araguari, associadas às UHEs Nova Ponte, Emborcação e Itumbiara, também em situação crítica. No rio Paraguai, embora a classificação atual seja de seca moderada, o recente déficit de precipitação interrompeu a recuperação observada nos meses anteriores, mantendo a bacia em estado de alerta após um longo período de seca excepcional. No Norte e Nordeste, o quadro é contrastante: enquanto bacias como Madeira, Tapajós e Amazonas apresentam normalidade hidrológica, os rios Tocantins e Araguaia registram agravamento, com condições entre seca extrema e excepcional, incluindo Tucuruí. No Nordeste, as bacias dos rios São Francisco e Parnaíba seguem em seca extrema, refletindo a persistência de restrições hídricas em importantes sistemas de regularização do país.
As previsões hidrológicas do TSI para dezembro de 2025 indicam predominância de estabilidade ou agravamento da seca, em resposta a chuvas próximas ou abaixo da média (Figura 3). A bacia do rio São Francisco é a principal exceção, com previsão de atenuação da seca devido a precipitações acima da climatologia. Em contraste, espera-se intensificação da seca nas regiões Sudeste e Sul, atingindo bacias estratégicas como Paraná, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha, Jacuí, Uruguai e o Sistema Cantareira. Nas demais regiões, especialmente no Norte, as condições tendem a se manter estáveis, com cenário relativamente mais favorável.
- Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Fabiani Bender, Larissa Silva, Lidiane Costa, Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.


