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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR NOV/25
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, sete estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção. Por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período em que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e, caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de novembro, a região Sudeste apresentou 5 municípios com condição extrema, sendo 4 em Minas Gerais e 1 no Rio de Janeiro; 344 municípios com condição de seca severa, destes 252 em Minas Gerais, os demais em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo; e 804 municípios classificados como de seca moderada, sendo 478 em Minas Gerais, 231 em São Paulo, 58 no Rio de Janeiro e 37 no Espírito Santo.
Em relação à região Sul, para o mês de novembro, 7 municípios apresentaram condição de seca moderada destes 5 no Rio Grande do Sul e 2 em Santa Catarina. Na região Centro-Oeste, para o mês de novembro 4 municípios apresentaram condição de seca extrema no estado de Goiás. 72 municípios evidenciaram condição de seca severa destes 62 no estado de Goiás, 9 no Mato Grosso e 1 no Mato Grosso do Sul. Outros 179 municípios estão em condição de seca moderada destes 107 em Goiás, 61 no Mato Grosso e 11 no Mato Grosso do Sul.
Na região Norte, por sua vez, 32 municípios evidenciaram condição de seca severa no estado do Tocantins. Outros 96 municípios em condição de seca moderada destes 69 no Tocantins, 16 em Rondônia, 6 Pará, 4 no Acre e 1 na Amazônia.
A região Nordeste, para o mês de novembro, possui calendário de plantio vigente, segundo a CONAB para os estados da Bahia e Maranhão, sendo que a Bahia possui 1 município em condição de seca severa. Outros 52 municípios em condução de seca moderada, sendo 27 na Bahia e 25 no Maranhão.

- Figura 1 – Severidade da seca (IIS1) referente ao mês de novembro considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 evidenciam, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de novembro/25, outubro/25 e setembro/25. Para o plantio realizado no mês de novembro (Figura 2), 6 municípios apresentaram risco muito alto de seca na região Sudeste, todos eles em Minas Gerais; 230 municípios com risco alto à seca, sendo 134 no Sudeste, 40 no Nordeste, 28 no Norte e 28 no Centro-Oeste. Outros 535 municípios apresentaram risco moderado à seca: 394 na região Sudeste, 88 na região Centro-Oeste, 47 na região Norte e 6 na região Nordeste.
Considerando o plantio em outubro (Figura 3), 1 município apresentou risco muito alto em relação à seca na região Sudeste, especificamente no estado de Minas Gerais. 227 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos entre as regiões Sudeste (108), Nordeste (81), Norte (22) e Centro-Oeste (16). Além disso, outros 287 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (179), Centro-Oeste (42), Nordeste (35) e Sul (31).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de setembro (Figura 4) e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de novembro, 1 município apresentou risco muito alto em relação à seca, na região Sudeste. 118 municípios apresentaram risco alto, distribuídos na região Sudeste (111), Norte (6) e Sul (1). Outros 187 municípios apresentaram risco moderado, sendo 182 na região Sudeste, 3 na região Sul e 2 na região Centro-Oeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais commodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2025 para a safra de grãos 2025/26, previa-se uma produção total de 354,7 milhões de toneladas. A segunda estimativa da safra, divulgada em novembro de 2025, indica o volume de produção de 354,8 milhões de toneladas. Comparativamente à primeira estimativa, observa-se um acréscimo de 0,03% ou aproximadamente 0,1 milhão de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em novembro de 2025, estimativa dois, comparada com a primeira estimativa (outubro de 2025). Além da seca, outros fatores, como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e infestação de pragas, podem influenciar a variação na produção.

- Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção divulgada em novembro de 2025 comparado a primeira estimativa de outubro de 2025. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
Atualmente, conforme a Conab os impactos na produção agrícola em alguns estados se destacam:
Rio Grande do Sul: Feijão Preto 1ª Safra: Até o momento, a cultura apresenta condições favoráveis e estabilidade, apesar das oscilações registradas na precipitação, incluindo períodos de maior escassez pluviométrica, que não comprometeram o desenvolvimento da lavoura.
Rio Grande do Sul: Milho 1ª Safra: Outubro terminou com alerta para baixa umidade no solo. Após chuvas satisfatórias na primeira quinzena, a segunda apresentou acumulados abaixo de 50 mm em regiões como Sul, Depressão Central e partes do Planalto Médio e Superior, insuficientes para o desenvolvimento das plantas. A condição demanda atenção dos produtores devido ao aumento do risco hídrico.
Tocantins: Feijão-caupi 2ª Safra: No início desta segunda safra, o ritmo de plantio tem avançado de forma consistente. Apesar da irregularidade das chuvas, a perspectiva atual indica incremento no rendimento da cultura, caso o regime pluviométrico se regularize ao longo do ciclo.
Minas Gerais: Milho 1ª Safra: A maior parte dos produtores ainda aguarda condições mais adequadas de umidade do solo para iniciar a semeadura. Apesar desse atraso inicial, a estimativa preliminar aponta para uma boa safra, caso o regime de chuvas que ainda é incipiente em grande parte do estado, se intensifique nas próximas semanas.
Rondônia: Milho 1ª Safra: A escassez de chuvas nos primeiros decêndios da janela de plantio atrasou a semeadura em algumas regiões. Ainda assim, não se espera uma redução significativa na produção, caso o regime de chuvas se normalize nas próximas semanas.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v. 5, n.62, NOVEMBRO, 2025. ISSN: 2965-2014


