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Juliana Tupinambá é nomeada diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas (MNPI)
Foto: Mayara Wapichana/Funai
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) anunciou a nomeação de Juliana Amanayara Tupinambá como a nova diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas (MNPI), órgão científico-cultural da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), localizado no Rio de Janeiro. A decisão, publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (2), marca um avanço significativo na representatividade indígena em cargos de liderança no governo federal.
Juliana Amanayara Tupinambá, do povo Tupinambá de Olivença, expressou a importância de sua nova função. “Assumir a direção do Museu Nacional dos Povos Indígenas é, para mim, um grande desafio e também uma responsabilidade coletiva. Penso o museu como um espaço vivo, em constante movimento, que deve garantir o protagonismo indígena e a salvaguarda de nossos patrimônios materiais e imateriais”, declarou a nova diretora.
Sua posse, prevista para os próximos dias, a integrará a um grupo crescente de líderes indígenas que ocupam posições estratégicas no MPI, na Funai e em outros setores, impulsionando a política indigenista no país.
Com uma sólida formação acadêmica, Juliana é geógrafa, pedagoga, pós-graduada em Educação Indígena, mestre e doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB). Originária da Aldeia Mãe, na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, em Ilhéus (BA), ela possui vasta experiência em articulação e defesa dos direitos indígenas, tendo atuado na Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME) e no Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA). Recentemente, ocupou o cargo de chefe de gabinete da Secretaria dos Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas do MPI e é cofundadora do projeto “Filhas da Ancestralidade”, na Bahia.
Entre as prioridades de sua gestão à frente do MNPI, destacam-se a promoção da participação ativa dos povos indígenas na formulação de políticas culturais, o fortalecimento dos museus em territórios indígenas e a reabertura do espaço físico do MNPI. O objetivo é consolidar o museu como um polo educativo e de valorização das culturas indígenas.
“É fundamental que o museu seja instrumento para aplicação da Lei 11.645/2008, contribuindo para desconstruir a ideia do indígena como pertencente apenas ao passado, e reafirmando nossa presença, saberes e lutas no presente. Queremos um museu vivo, pulsante, com a presença ativa dos povos indígenas, refletindo nossa diversidade e movimento contínuo”, enfatizou Juliana Tupinambá.
Sobre o Museu Nacional dos Povos Indígenas (MNPI)
O MNPI é a instituição responsável pela política de preservação e divulgação do patrimônio cultural dos povos indígenas no Brasil. Seu acervo inclui um significativo conjunto de bens culturais arquivísticos, museológicos e bibliográficos. Com mais de 20 mil objetos etnográficos contemporâneos, que representam a cultura material de 150 povos indígenas brasileiros, o museu tem suas origens na década de 1940. A instituição continua a expandir suas coleções, incorporando novos itens obtidos diretamente de comunidades em todo o país, refletindo a crescente participação indígena na salvaguarda de seu patrimônio cultural.