Palestra no MUSEU/FUNAI

Em palestra no Museu/Funai o pesquisador mexicano Genner Llanes Ortiz discutiu o conceito de “indigeneidades digitais” nesta quinta-feira, 10 de julho, destacando como as ferramentas digitais são utilizadas por povos indígenas para promover um ressurgimento cultural e político. Ele argumentou que a relação entre as culturas indígenas e a tecnologia é ancestral, citando como exemplos os complexos sistema de escrita dos maias (glifos) e os quipus do Império Inca, que funcionam como os sofisticados métodos de armazenamento e transmissão de informações.

O foco de sua pesquisa são os territórios digitais, que ele descreve como uma forma moderna de defesa e ocupação de espaços. Ao criarem suas prórpias plataformas online, as comunidades indígenas garantem que suas vozes, culturas e conhecimentos sejam representados no universo virtual. A presença digital é uma estratégia não só para preservar mas também para difundir saberes, com adaptação de tecnologias como o uso do bluetooth para compartilhar arte em locais com acesso limitado à internet.

Ortiz também enfatizou a importância do mapeamento digial para a preservação cultural, integrando o território à oralidade dos anciões e às histórias das comunidades. Ele concluiu ressaltando a necessidade de ampliar o conhecimento sobre as possibilidades do mundo digital e de criar parcerias que incentivem a inclusão digital indígena, permitindo que os próprios povos decidam como usar as ferramentas disponíveis para fortalecer suas culturas.