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Museu/Funai participa de Seminário Docente na UERJ sobre literatura indígena
O Programa de Estudos dos Povos Indígenas (Proíndio) da Uerj promoveu na terça-feira, dia 19 de agosto, o Seminário de Formação Docente sobre literatura indígena em sala de aula.
A realização do evento foi o resultado de uma parceria entre o Museu/Funai, Universidade Federal Fluminense (UFF) e Fundação Casa Rui Barbosa (FCRB) e aconteceu na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), no campus Maracanã, no Rio de Janeiro.
O seminário reuniu estudantes universitários, professores e pesquisadores de diversas instituições de ensino e proporcionou um espaço para a troca de conhecimentos, vivências de sala de aula e conversas sobre a temática indígena na educação.
Durante o evento, houve cantos, contação de histórias e diálogos sobre temas como a percepção dos estudantes e educadores ao retratar os povos indígenas na educação contemporânea.
A Lei 11.645, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, valoriza a cultura indígena e, especialmente sob o ponto de vista da participação dos povos indígenas na formação da sociedade e o resgate de suas contribuições na área social, tema do seminário. A lei foi um avanço para garantir que o conteúdo programático escolar inclua a luta povos indígenas e dos negros no Brasil, e salientar a importância da cultura negra e indígena na formação da sociedade.
A mesa foi mediada pela professora Letícia Luna e composta por Lúcia Tucuju, atriz, professora, contadora de histórias, psicopedagoga, escritora membra da academia internacional de letras do Brasil e especialista em literatura infanto- juvenil, pertencente ao povo Galibi-Marworno e por Dauá Puri, do povo Puri, fundador do Museu da Cultura Puri, educador, compositor, músico e contador de histórias.
Lucia Tucuju apresentou sua perspectiva sobre a inserção da literatura indígena no ambiente escolar, ressaltando como as narrativas e percepções dos povos podem enriquecer o currículo e a formação dos alunos e docentes: “compartilhar os saberes, as canções, as histórias dos povos indígenas, em sala de aula, é a garantia da preservação da história”.
Ao fazer uma retrospectiva de sua trajetória profissional, destacou a importância dos conhecimentos indígenas e suas vivências para a aquisição de conhecimento. “Quando eu era convidada para ir às escolas, comecei a perceber a dificuldade em representar os povos indígenas. As contações de histórias e cantigas contadas por minhá avó foram as ferramentas que me proporcionaram lecionar”, relembrou.
Dauá Puri destacou a riqueza das tradições musicais indígenas e a importância de sua difusão nas escolas. Segundo Dauá, “a musicalidade faz parte do processo de aquisição de conhecimento e é uma das artes mais presentes na cultura indígena, que precisa ser preservada para educar as novas gerações”.