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Especialista da ANSN apresenta aspectos regulatórios de SMRs em reunião técnica da AIEA sobre produção de água potável
Ciro Y Dutra apresentou os SMRs sob a perspectiva regulatória - Foto: Divulgação ANSN
A atuação brasileira ganhou destaque no Technical Meeting on Producing Potable Water Using Small Modular Reactors, promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), no Rio de Janeiro. Representando a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), Ciro Maestre Y Dutra, chefe da Divisão de Ensaios e Materiais, foi convidado a apresentar a perspectiva regulatória brasileira para pequenos reatores modulares (SMRs) aplicados a sistemas de dessalinização e produção de água potável.
Sua intervenção abriu os debates técnicos do encontro e abordou os principais desafios, requisitos e avanços nacionais no licenciamento de novas tecnologias nucleares, especialmente quando integradas a plantas de dessalinização.
SMRs e o desafio global da água potável
Segundo a AIEA, a demanda internacional por água segura tende a aumentar, especialmente em regiões áridas ou sujeitas a estresse hídrico. Apesar de amplamente difundidos, sistemas de dessalinização movidos a combustíveis fósseis exigem alto consumo energético e produzem emissões significativas, cenário que reforça a busca por alternativas de baixo carbono.
Os SMRs, por sua vez, têm se destacado por oferecer calor e eletricidade de forma estável, com menor porte, maior flexibilidade de instalação e prazos de construção mais curtos, características que podem viabilizar seu uso em projetos de dessalinização em larga escala.
O encontro discutiu ainda avanços tecnológicos, experiências internacionais, indicadores de implantação e o potencial de integração entre SMRs, renováveis e sistemas de armazenamento.
Contribuição brasileira
Durante sua apresentação, Ciro Maestre Y Dutra detalhou aspectos regulatórios relevantes para a combinação entre SMRs e plantas de dessalinização, destacando temas como requisitos de segurança, interfaces tecnológicas e desafios atuais do licenciamento no país. Para ele, a participação da ANSN fortalece o papel do Brasil no debate global sobre tecnologias emergentes:
“A participação da ANSN no evento da AIEA contribuiu para enriquecer as discussões sobre a aplicação de reatores modulares pequenos (SMRs) na produção de água potável. Além disso, representou uma oportunidade estratégica para apresentar à comunidade científica e internacional o trabalho que a Autoridade vem desenvolvendo na definição de requisitos regulatórios para novas tecnologias, garantindo que esses processos estejam alinhados às melhores práticas e padrões globais.”
Entre os principais objetivos do encontro estavam identificar necessidades dos Estados-Membros relacionadas à produção de água potável usando energia nuclear; revisar o estado da arte das tecnologias de dessalinização; avaliar desafios regulatórios e técnicos associados à integração de SMRs; e levantar possíveis linhas futuras de cooperação da AIEA.
Os resultados subsidiarão futuros trabalhos da Agência e apoiarão países que estudam a adoção de SMRs para fins energéticos e ambientais, incluindo o Brasil.
Compromisso contínuo da ANSN
A presença da ANSN reforça o compromisso do país em acompanhar e contribuir para a evolução das tecnologias nucleares emergentes, garantindo que eventuais aplicações futuras – para geração de energia, produção de água potável ou usos industriais – sejam avaliadas com rigor técnico e alinhamento às melhores práticas internacionais.
A Autoridade segue empenhada em ampliar sua participação em fóruns da AIEA e fortalecer o intercâmbio técnico-científico com especialistas de diversos países.