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A Imprensa Nacional, inicialmente chamada Impressão Régia, foi fundada no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1808 por iniciativa do Príncipe Regente D. João, que transferiu a corte portuguesa para o Brasil em meio aos acontecimentos políticos na Europa. O objetivo primordial era servir ao governo, imprimindo a legislação e papéis diplomáticos, mas também divulgar a instrução pública e "todas e quaisquer obras". A Impressão Régia começou de forma modestíssima, com prelos e tipos adquiridos em Londres para a Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra de Portugal, com um custo estimado em cem libras esterlinas. Sua primeira publicação foi a "Relação dos despachos" em 13 de maio de 1808, e o primeiro jornal a sair de seus prelos foi a Gazeta do Rio de Janeiro, em 10 de setembro do mesmo ano.
Estruturalmente, a Impressão Régia foi inicialmente administrada por uma Junta Diretoria de três membros, subordinada à Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Contudo, desde o início, enfrentou o dilema da censura prévia, que tornava a "liberdade de imprensa" incompatível com as restrições impostas, levando publicistas a buscar a impressão no exterior. A instituição teve uma longa "peregrinação" por diversas sedes devido à deficiência de acomodações, começando na Rua do Passeio, passando pela Rua dos Barbonos, Academia de Belas Artes, e Câmara dos Deputados, até finalmente se estabelecer em um edifício próprio em 1878. Este prédio representou um grande investimento, custando cerca de 1.000:592$982 até 1878, e seu valor aumentaria consideravelmente com melhorias e aquisições subsequentes.
Ao longo de sua história, a Imprensa Nacional passou por diversas modificações administrativas. A Junta Diretoria foi extinta em 1830, sendo substituída por um único diretor, o cônego Januário da Cunha Barbosa. O cargo de diretor foi suprimido em 1834, e o administrador passou a acumular funções, refletindo a busca por eficiência e contenção de despesas. O cargo de diretor voltou, posteriormente. A mão de obra cresceu significativamente ao longo do tempo, de poucos operários em 1808 para 170 em 1877, atingindo um máximo de 1.293 em 1911, e empregando 1.087 em 1920 (incluindo o Diário Official). A partir de antes de 1892, o trabalho feminino foi introduzido, inicialmente para tarefas mais leves, e mais tarde também na composição. O orçamento da Imprensa Nacional era custeado pelo Estado, operando como um estabelecimento industrial focado no serviço público, não no lucro. Apesar de balanços frequentemente positivos, a instituição enfrentava desafios relacionados à alocação de verbas, com a necessidade frequente de créditos suplementares.
A modernização tecnológica foi contínua, passando de prelos manuais (7 em 1821) para mecânicos (9 em 1845), rotativas (primeira em 1902), e máquinas de composição avançadas como linotipos (26 em 1911) e monotipos (5 em 1921). A força motriz também evoluiu, de vapor para eletricidade a partir de 1908. Em 15 de setembro de 1911, um incêndio devastador destruiu grande parte das oficinas e materiais, mas o edifício foi reconstruído e modernizado, marcando uma nova fase de prosperidade. Ao longo de sua existência, a Imprensa Nacional publicou não apenas os atos oficiais, mas também importantes obras literárias e científicas, contribuindo para a cultura e a história do Brasil.
Atualizado em
26/11/2025 16h55
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