Pontinhos edição nº 1 - setembro 1959
Arquivo TXT
Atualizado em
31/10/2025 10h40
Revista_Pontinhos_n_1.txt
— 30 KB
Conteúdo do arquivo
<t->
PONTINHOS
Suplemento
Infantojuvenil da
Revista Brasileira
para Cegos
Setembro de 1959
Ano I -- N.o 1
Educar Recreando --
Instruir Divertindo --
Convencer Esclarecendo
<p>
<s->
memria de Jos lvares de Azevedo,
adolescente cego, em cujos mritos esteve
o fator decisivo para a fundao do
Instituto Benjamin Constant, dedicado tudo
o que, de til, PONTINHOS
tenha a ventura de realizar
em benefcio de outros
cegos.
Ortografia Braille e da
Lngua Portuguesa
atualizadas em outubro
de 2018.
<s+>
<p>
I
Sumrio
O aparecimento de
PONTINHOS :::::::::::: 1
Jos lvares de
Azevedo, um apstolo do
bem :::::::::::::::::::: 3
A Vov Conta Histrias
Apresentao das
personagens de "Os 12
Trabalhos de
Hrcules" ::::::::::::: 7
O Vov Narra a
Histria
D. Pedro I -- Os hinos
da Independncia :::::: 13
Convvio com Os Poetas
Conselho de amigo ::::::: 20
Passatempo :::::::::::::: 22
De Gro em Gro...
Curiosidades e
ensinamentos ::::::::::: 26
Conselhos de Trs
Amigas
Gramtica, higiene e
boas maneiras :::::::::: 28
Ameno e Instrutivo
Usos e costumes
holandeses: o
realejo :::::::::::::::: 30
Para o Seu Aplauso
Lio de pontualidade e
cumprimento do dever ::: 35
Fontes de Consulta ::::: 37
O Dicionrio
Esclarece ::::::::::::: 37
<Tpontinhos 1>
<t+1>
O aparecimento de PONTINHOS
Na esperana de educar recreando, instruir divertindo, convencer
esclarecendo, eis aqui PONTINHOS.
Procurar seguir trilha meditada e dentro de suas possibilidades.
Ser timo se executar o planejado; aceitvel, se apenas parte dele
for concretizada.
propsito de PONTINHOS manter-se atualizado sem, todavia,
desprezar o tradicional, quando consagrado pela patente utilidade.
Para tanto, buscar sempre as melhores fontes, na certeza de que a
verdade uma s, s vezes arranhada superficialmente, mas, intacta
em sua essncia, confiada aos que so puros nos sentimentos e nas
aes.
PONTINHOS tem uma ideia fixa e um desejo ardente: despertar na
juventude o gosto pela boa leitura, tornando-o progressivo, a fim de
que ele se torne na mocidade um hbito salutar e na idade madura, uma
necessidade.
Se o conseguir, ter contribudo para a formao de pessoas
instrudas, teis a si e famlia, fase indispensvel a que se
tornem, pela educao, pessoas de bem, teis Ptria e a s
coletividades. Poder, ento, justificar o seu aparecimento.
Que Deus assim o permita, iluminando e abenoando propsitos de
todos os que concorrerem para que PONTINHOS possa colher to
ambicionados frutos, cujo valor depende de serem eles sazonados pelo
aplauso e adocicados pelo reconhecimento de seus leitores.
Renato M. da Gama Malcher
oooooooooooo
<R+>
Jos lvares de Azevedo, um apstolo do bem
<R->
Ningum pode contestar o fato evidente de que a fundao do
Instituto Benjamin Constant, a 17 de setembro de 1854, significou o
passo inicial e decisivo para a situao intelectual e social --
alis, a nica compatvel com a dignidade humana -- de que hoje
desfrutam tantos cegos brasileiros.
Para esse importante evento contribuiu decisivamente um adolescente
cego, dono de virtudes rarssimas e excelsos predicados. Seu nome: Jos
lvares de Azevedo. Algumas de suas virtudes: Descortino das
possibilidades dos no videntes, precocidade na firmeza do querer,
clareza e exequibilidade de seus ideais. Alguns de seus predicados:
inteligncia privilegiada, amor aos estudos, generosidade de corao,
a par do mais puro sentimento de fraternidade e solidariedade
humanas.
Educado e instrudo no Instituto dos Jovens Cegos de Paris, para
onde partiu aos 9 anos -- graas persistente catequese movida
pelo diplomata Maximiano Antnio de Lemos junto famlia, de incio
intransigente em permitir a separao -- e de onde regressou aos 15,
Jos lvares de Azevedo trazia uma ideia fixa: fundar no Brasil uma
casa semelhana da que o acolhera em Frana e que pudesse
proporcionar aos cegos de sua Ptria os mesmos incalculveis
benefcios por ele
recebidos no magnfico educandrio especializado da Cidade-Luz.
A eficincia com que lecionou Histria a videntes no colgio do Baro
de
Totesheuse, do Rio; a convincente disciplina que conseguiu impr a
seus alunos, mostraram, s claras, j naquela poca, as possibilidades
do cego nesse sublime setor da atividade humana que o magistrio. A
patenteada eficcia com que ministrava, atravs do Sistema Braille,
ensinamentos complementares Adlia Sigaud, ento recentemente cega
e, por isso, obrigada a interromper os estudos, no apenas
enterneceu, mas a tal ponto impressionou o pai da jovem, o mdico do
Pao, Xavier Sigaud, que este obteve do magnnimo imperador Pedro II,
a fundao do que foi inicialmente o Imperial Instituto dos Meninos
Cegos, hoje, Instituto Benjamin Constant.
Seus frutos justificaram, de imediato, a frase do ex-
<p>
celso Bragana:
"A cegueira quase j no uma desgraa".
Desventuradamente, colhido pela morte antes dos 20 anos, no pde
lvares de Azevedo assistir inaugurao da obra para cuja fundao
to poderosa e decisivamente contribura. Assistiram-na membros de
sua famlia, de atuao destacada na vida pblica do Imprio e da
qual ele era o nico cego. Mas seu trabalho e seu valor foram de tal
monta que hoje, de toda a famlia, ele, o cego, o nico a ser
lembrado.
Tanto realizou Jos lvares de Azevedo que seu nome est
perpetuamente gravado nos coraes reconhecidos de todos os cegos
brasileiros como um apstolo
do bem.
oooooooooooo
<p>
A Vov Conta Histrias
<R+>
Apresentao das personagens de "Os 12 Trabalhos de Hrcules"
<R->
Vov Slvia era uma velhinha muito bondoza que todas as noites
reunia os netos em torno de si, contando-lhes histrias muito
bonitas. Dava preferncia s que aprendera na linda coleo dos
livros de Monteiro Lobato, principalmente Os 12 Trabalhos de
Hrcules. Ns tambm vamos conhecer essas histrias que assim
comeam:
"Na apresentao da lendria figura de Hrcules, verificamos que,
por ordem do Rei Euristeu, devia ele realizar 12 Trabalhos, a fim de
penitenciar-se de seus erros.
Trs personagens principais nos acompanharo, assistindo conosco s
faanhas do notvel filho de Jpiter ou Zeus. Tomemos, pois,
conhecimento delas.
No livro $"Reinaes de Narizinho$", de Monteiro Lobato, encontramos a
magnfica srie de esplanaes, assim iniciada: $"Numa
casinha branca, l no stio do Pica-Pau Amarelo, mora uma velha de mais
de 60 anos. Chama-se Dona Benta.
Quem passa pela estrada e a v na varanda, com a cestinha de
costura ao colo e culos de ouro na ponta do nariz, segue seu
caminho pensando: -- Que tristeza viver assim to sozinha nesse
deserto... Mas engana-se. Dona Benta a mais feliz das vovs, porque
vive em companhia da mais encantadora das netas -- Lcia, a
menina do nariz arrebitado, o $"Narizinho$", como todos
dizem. Tem sete anos, morena como jambo, gosta muito de pipoca e
j sabe fazer uns bolinhos de polvilho, bem gostosos.
Na casa ainda existem duas pessoas: tia Anastcia, negra de
estimao que carregou Lcia em pequena, e Emlia, uma boneca de
pano, bastante desajeitada de corpo.
Emlia foi feita por tia Anastcia, com olhos de retrs preto e
sombrancelhas to l em cima que parece uma bruxa. Apesar disso,
Narizinho gosta muito dela; no almoa nem janta sem a ter ao lado,
nem se deita sem primeiro acomod-la numa redinha entre dois ps de
cadeira.
Narizinho tinha um primo chamado Pedrinho que morava na cidade e
vinha sempre passar as frias com ela na fazenda do Pica-Pau
Amarelo. Anunciava ele sua chegada por meio de uma carta na qual
solicitava que lhe fosse enviado para a estao o seu cavalo
predileto, o $"Pangar$", do qual, ao apear-se, corado do sol e alegre como
um passarinho, tirava um embrulho cheio de presentes que logo
distribua com sua prima.
O Visconde de Sabugosa -- Uma personagem muito importante nessas
histrias o Visconde de Sabugosa, ou simplismente, o Visconde, como
ser tratado. Sua origem prende-se ao fato de haver na fazenda um
porco chamado Rabic, com o qual, resolvera Narizinho, Emlia deveria
casar-se. Esta, porm, afirmou que s aceitaria para esposo algum que
possusse um ttulo de nobreza. -- Voc est enganada, Emlia, disse
Narizinho. Rabic um prncipe, e dos legtimos, que uma fada m
virou em porco e assim ficar at que ache um anel mgico, escondido
na barriga de certa minhoca. por isso que Rabic vive fossando a
terra, atrs de minhocas.
-- Quem me revelou toda essa histria foi o
Visconde de Sabugosa, pai de Rabic, um fidalgo muito distinto que
poder pedi-la em casamento para seu filho.
Na realidade, contudo, o Visconde no passava de um sabugo de
milho,
ainda com umas palhinhas no pescoo que fingiam muito bem de barba;
braos e pernas lhe foram colocados, assim como nariz, boca, olhos e
ainda uma cartola sempre metida na cabea e da qual no se separava
nunca.
Apesar disso, mas em virtude do poder da fada, o Visconde andava e
falava. Narizinho no se conformava com o fato de no se dar o mesmo
com Emlia. Certo dia passou-se episdio inesperado e desagradvel
que concorreu para a concretizao de seu desejo.
Narizinho divertia-se bastante na animada festa que lhe oferecia um
prncipe, quando o mordomo apareceu muito afobado, dizendo em alta
voz: -- Dona Emlia foi assaltada por algum bandido! Est l na
Gruta dos Tesouros, estendida no cho como morta.
Imediatamente Narizinho deixou o palcio e correu em socorro de sua
querida bruxa. Encontrou-a cada por terra, com o rosto arranhado,
sem dar o menor acordo de si.
O doutor Caramujo, chamado com urgncia, despertou-a logo com um bom
belisco, depois de fazer o indispensvel $"diagnstico$".
No dia seguinte Emlia foi levada ao consultrio e o dr. Caramujo
deu-lhe a engolir uma $"plula falante$", fabricada pelo besouro
boticrio, pois s assim Emlia podia esclarecer quem fora o seu
as-
<p>
saltante. Falou, falou mais de uma hora sem parar. Falou tanto que
Narizinho perguntou ao dr. Caramujo: -- No possvel substituir
essa plula por outra mais fraca?
E foi assim que Emlia comeou a falar..."
A fim de presenciar Os 12 Trabalhos de Hrcules, os nossos
personagens dispunham de um p mgico que, uma vez aspirado, tinha o
dom de os transportar para pocas e lugares desejados. Chamava-se
"p de Pirlimpimpim", sendo fabricado pelo Visconde.
Na primeira aventura, intitulada "O Leo da Nemeia" ser ele usado
pelos nossos amiguinhos. Aguardemos o prximo nmero.
oooooooooooo
<p>
O Vov Narra a Histria
<R+>
D. Pedro I -- Os hinos da Independncia
<R->
O primeiro Monarca que o Brasil teve com o ttulo de Imperador, foi
D. Pedro I. Tinham o ttulo de Rei os monarcas que nos governaram
antes dele.
Tipo curioso, curiosssimo, o nosso primeiro imperador. Os filhos
de D. Joo VI e dona Carlota Joaquina criaram-se mais ou menos ao
Deus dar. Os pais no se incomodaram em lhes dar educao.
D. Pedro era uma criana avoada, inquieta, sem calma, sem ordem,
sem mtodo. s vezes estava alegre e de repente ficava carrancudo.
Estava s vezes doce e sorridente e, por um nada, se zangava.
Gostava das coisas violentas: de galopar loucamente em cavalos
bravios, de guiar carruagens em disparada.
-- E era mau de gnio? Interrogou o netinho.
-- No, no era. Mas, tinha altos e baixos.
s vezes generoso, s vezes cruel. Um dia entrou no Tesouro e pediu
com urgncia certa informao a um funcionrio. Este no pde dar
resposta imediata. D. Pedro chicoteou-o violentamente no rosto.
-- Que horror! Bradou a netinha.
Mas, ao mesmo tempo que assim
procedia, praticava aes de absoluta generosidade. Uma vez
encontrou ferido em uma estrada um marinheiro russo e ele prprio
lhe fez os primeiros curativos e o mandou para o hospital. Tudo isso sem
que o ferido e os seus companheiros soubessem que ele era o imperador.
No houve pai mais extremoso. Quando tinha um filho doente, passava
a noite inteira sua cabeceira. Era inteligentssimo. pena que os
pais no tivessem cuidado de instru-lo. Apesar de inculto, fazia
versos. Maus, verdade, mas que revelavam a sua queda pelas coisas
artsticas.
A sua paixo era a msica. Tocava vilo, flauta,
fagote e violino. Cantava rias, cantava modinhas. E compunha
canes moda da poca. E comps a msica do hino da Independncia.
"Missa" e "Te Deum" so msicas religiosas que s os grandes
compositores podem escrever. D. Pedro era corajoso. Consta que se
aventurou a compr uma "missa" e um "Te Deum" e que os enviou ao papa Leo
XII.
Pedro I tinha grandes defeitos, mas tambm grandes virtudes. Era
arrojado e valente. Nunca se podia saber como iria receber este ou
aquele conselho, esta ou aquela ideia, mas uma coisa se sabia -- era
incapaz de uma covardia.
Muitos historiadores dizem que era adoidado. Adoidado ou no, a
verdade que ns, os brasileiros, lhe devemos um grande servio: a
proclamao da nossa Independncia.
::::::::::::::::::::::::
Os Hinos da Independncia
-- Qual foi o primeiro hino patritico que se escreveu no Brasil? A
maioria talvez respondesse: O Hino Nacional. Estaria, porm,
redondamente enganada. O primeiro hino patritico que se escreveu no
Brasil foi o Hino da Independncia, em 1822. O Hino Nacional apareceu
alguns anos depois.
-- Sabem vocs quem escreveu o Hino da Independncia? -- Foi D. Pedro
I.
Sim, o nosso primeiro imperador e o curioso como ele o comps.
preciso dizer que houve dois hinos da Independncia: Um, escrito
por Marcos Portugal, que se cantou por muito tempo, e dele, hoje, j
ningum mais se lembra. O que cantado nas escolas o do
imperador.
Arrebatada, a menina ps se a cantar:
"J podeis, da ptria filhos,
Ver contente a me gentil:
J raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Acompanham-na, cantando em coro, os outros:
"Brava gente brasileira!
Longe v temor servil;
Ou ficar a Ptria livre
Ou morrer pelo Brasil!"
O vov, sorrindo com o entusiasmo dos netos, disse: -- Mas, os
versos que vocs esto cantando no so de Pedro I; So de Evaristo
da Veiga, o grande jornalista. O Hino da Independncia foi inscrito
no dia 7 de setembro de 1822.
Logo que D. Pedro acabou de dar o grito de "Independncia ou
Morte", na colina do Ipiranga, galopou com a sua comitiva para a
cidade de S. Paulo; sofreou o cavalo porta do palcio do Governo,
onde estava hospedado. Foi chegando e entrando para os seus aposentos.
E de botas de montaria, como estava, sentou-se mesa e ps-se
a escrever o hino. A msica saiu-lhe rapidamente da cabea. Ele vinha
inspirado pelo
<p>
grito que acabava de dar.
Mal acabou de escrever a msica, entregou-a ao tenente-coronel Andr
da Silva Gomes, mestre da capela da S paulista, para que ele a
orquestrasse.
que noite haveria um espetculo de gala no Teatro da pera
para festejar a Proclamao da Independncia e o hino deveria ser
cantado ao levantar o pano para o espetculo.
Foi uma noite gloriosa, aquela, em S. Paulo. Tudo o que a cidade
tinha de distinto estava no teatro. E o hino, escrito na tarde daquele
dia histrico, foi cantado por polticos, estudantes, padres,
senhoras que la estavam festejando a liberdade do Brasil.
oooooooooooo
<p>
Convvio com Os Poetas
Conselho de amigo
Olegrio Mariano
<s->
<R+>
Cigarra! Levo a ouvir-te o dia inteiro,
Gosto da tua frvola cantiga
Mas, vou dar-te um conselho, rapariga:
Trata de abastecer o teu celeiro.
Trabalha, segue o exemplo da formiga:
A vem o inverno, a chuva, o nevoeiro,
E tu, no tendo um pouso hospitaleiro,
Pedirs... E bem triste ser mendiga!
E ela ouvindo os conselhos que eu lhe dava
(Quem da conselhos sempre se consome...)
Continuava cantando, continuava...
<p>
Parece que no canto ela dizia:
Se eu deixar de cantar, morro de fome...
Que a cantiga o meu po de cada dia.
<R->
<s+>
Olegrio Mariano Carneiro Ribeiro, nasceu em Recife, em maro de
1889 e faleceu no Rio em novembro de 1958. Aps o desaparecimento de
Alberto de Oliveira foi eleito o prncipe dos poetas brasileiros.
Pertenceu Academia Brasileira de Letras e escreveu, entre outros: "O
Canto do Cisne", "ltimas Cigarras", "Destinos", "Vida", "Canto da
Minha Terra".
oooooooooooo
<p>
Passatempo
Respostas a seguir
<R+>
a) Identifique os provrbios contidos no perodo: Quem com ventos
semeia amor, se colhe amor, paga tempestades.
b) Quatro romanos e um ingls esto conversando com uma senhora.
Qual o nome dela?
c) Alm de bom matemtico, voc poder ser tido como um mgico,
adivinhando a diferena entre dois nmeros e palavras que voc no
conhece. Para tanto, mande que algum escreva um nmero de quatro
algarismos que se sucedam na ordem natural. A seguir mande escrever
outro nmero invertendo a ordem desses algarismos. Mande fazer a
diferena entre eles e garanta: essa diferena 3.087. (Ex.: 2.345 e
5.432. A diferena 5.432 menos 2.345 3.087).
d) Admita que algum tenha em uma das mos um nmero par de objetos
e na outra, um nmero mpar. Como voc adivinhar em qual das mos
est o nmero par?
fcil. Mande multiplicar o nmero de objetos contidos na mo
direita por um nmero par e o da esquerda, por um nmero mpar. Faa
somar os dois produtos e pergunte qual o resultado. Se a soma for
mpar, o nmero par de objetos est na mo direita.
Se for par, estar
na mo esquerda.
e) Palavras cruzadas -- Com dezesseis letras, forme quatro colunas
horizontais e quatro verticais, de modo que cada letra faa
parte de uma coluna de cada tipo, com os seguintes esclarecimentos:
Horizontais:
1- Macho da cabra.
2- Do feitio de ovo.
3- Terra
misturada com detritos orgnicos no fundo da gua.
4- Membros das
aves, guarnecidos de penas.
Verticais:
1- Esfera.
2- Que tem clara
e gema.
3- Ato de dar, no feminino.
4- Argolas de cadeia.
Respostas
a) Quem semeia ventos colhe tempestades. Amor com amor se paga.
b) Ivone.
c) Varie os exemplos sua vontade.
d) Exemplo: suponha que a pessoa tem 4 (nmero par) objetos na mo
direita e 7 (nmero mpar) na esquerda. Multiplicando o 4 pelo mmero
par 2, tem-se 8; multiplicando 7 (mo esquerda) pelo nmero mpar 3,
tem-se 21. A soma 8 mais 21 igual 29 mpar. Logo, o nmero de
objetos da mo direita par e o da esquerda mpar.
e) Horizontais: Bode, oval, lodo, asas.
Verticais: Bola, ovos, dada,
elos.
<R->
oooooooooooo
De Gro em Gro...
Curiosidades e ensinamentos
<R+>
a) No cemitrio de Painswich (Inglaterra) existem 99 ciprestes. H
300 anos que tentam plantar o sentsimo, mas em vo. Em poucas horas
est morto.
b) Os chapus "Panam" so fabricados no Equador e no no pas que
lhes d o nome.
c) A "prata alem" no contm prata. uma liga de cobre, niquel e
zinco.
d) Parece estar bem prxima a produo de acar artificial
empregando a energia atmica e os raios solares, lanando mo do ar
como matria-prima.
e) O Hind Urdabau certo dia levantou os dois braos para o alto e
assim os manteve durante vinte anos.
f) So apenas quatro os sabores: doce, amargo, salgado e acre. Os
demais so secundrios e dependem quase sempre do olfato.
g) Na cidade de Paris no h nenhuma rua com o nome de Napoleo.
h) Segundo certos socilogos errado isso de acreditar que as
pessoas grandes e musculosas so menos inteli-
<p>
gentes que as pequenas e
sem musculatura. H homens grandes que so dotados de msculos e de
inteligncia; H homens pequenos que carecem de ambas essas coisas.
i) O titnio metal considerado, hoje em dia, to importante quanto
o ouro. Isso de justificar a febre com que o procuram dizendo que se
trata de elemento til feitura de pigmentos para tintas, alegao
que s os tolos podem aceitar.
j) As borboletas, em sua maioria, duram somente alguns dias. H,
entretanto, espcies de borboletas que vivem at alguns meses e so
capazes de migraes para locais distantes milhares de quilmetros.
<R->
oooooooooooo
<p>
Conselho de Trs Amigas
<R+>
Gramtica, higiene e boas
maneiras
<R->
Nesta seo encontraremos salutares conselhos das trs amigas que
so: a Gramtica, a higiene, e as Boas Maneiras. Eis os de hoje:
I -- No diga nem escreva: "Rcem chegado", "Rcem nomeado", etc. O
vocbulo "recm" oxtono. Diga e escreva: "Recm-chegado",
"Recm-nomeado". No diga nem escreva "varo" e "azago". O certo
dizer e escrever: "Avaro" e "Aziago" esse vocbulos so paroxtonas.
II -- Escove os dentes, pelo menos 3 vezes ao dia: Antes do caf,
aps o almoo e o jantar. No esquea a pasta dentifrcia.
V ao dentista duas vezes por ano. No espere que seus pais ou
responsveis tome essa iniciativa. Quanto mais cedo for iniciado um
tratamento, mais fcil e rpida ser a cura.
III -- No se esquea de cumprimentar as pessoas sempre que as
encontrar pela primeira vez cada dia. Na parte da manh, dando
"Bom-dia"; entre o meio-dia e as 18 horas, "Boa-tarde" e depois
disso, "boa-noite".
No esquea o agradecimento quando receber qualquer obsquio. Se
voc um moo, dir: "Muito agradecido", "Muito grato", "Muito
obrigado", (escolha a forma que mais lhe agradar); se uma moa
dir: "muito agradecida", ou "Muito grata" ou "muito obrigada".
Est-se generalizando um hbito que deve ser combatido: as moas ou
senhoras empregarem no agradecimento, a forma do masculino, o
<p>
que s
deve se feito pelos que pertencem a esse sexo.
oooooooooooo
Ameno e Instrutivo
<R+>
Usos e costumes holandeses: o realejo
<R->
Dana o povo nas ruas ao som dos realejos -- Uma cidade alegre com
um povo de corao aberto... Se os realejos calassem, os habitantes de
Amsterdam morreriam de tristeza.
No existe outro lugar no mundo em que o realejo, o "Pierement" do
linguajar dos habitantes de Amsterdam, viva em to estreita comunho
com as pessoas e o ambiente, como na bela cidade holandesa. Amsterdam
assemelha-se a uma aranha, no meio de uma teia de cursos d'guas
internacionais, onde o prprio ar, quando o vento sopra do oeste, vem
impregnado do cheiro forte e penetrante do Mar do Norte, cujas guas
banham as costas da Holanda.
uma cidade aberta, habitada por gente de corao aberto, um
centro comercial que combina a calma de esprito com um temperamento
rapidamente excitvel, mas que, apesar de todos os seus novos edifcios
e do aspecto comercial dos subrbios cobertos de concreto e vidro,
tem esse centro em volto em verdura e refletido em mirades e guas.
O romntico corao de Amsterdam, com suas sonhadoras manses
solarengas, datando do sculo XVII, suas ruas estreitas, suas pedras
de cor cinzento-escura, suas pontes de todos os tamanhos e feitios,
suas torres e seus canais tortuosos, eis o domnio do realejo.
Homens enrgicos o empurram, para baixo e para cima nas pontes,
sobre o calamento irregular, desafiando a chuva e o vento, a nvoa e
o sol escaldante. Em determinados dias da semana, o realejo
encontrado nos mesmos velhos pontos, margem dos canais e nas
vielas, onde possu um grupo permanente de fiis seguidores, no
somente atrs das diminutas janelas das casas que frequentemente se
debruam sobre a rua, mas tambm nos palcios da nobreza, agora
transformados em centros comerciais. Jovens e velhos de Amsterdam
param, automaticamente, sempre que um realejo comea a tocar uma valsa
melodiosa, uma alegre marcha, a "overture" de uma pera muita
apreciada ou o "Hit" do dia.
Se os "Pierements" de Amsterdam entrassem em greve por uma semana,
negando-se a encher a cidade com os seus alegres sons, acompanhando
os quais, inmeras pesssoas cantam, danam e riem, os habitantes da
cidade haveriam de se reunir e indagar uns aos outros o que
aconteceu. Verificariam, ento, que sua cidade se tornara, de sbito,
silenciosa e triste, como parece ser algumas vezes, quando as nvoas
do outono descem sobre ela ou a envolvem numa cortina de chuva,
tornando-a uma cidade melanclica. Isto explica porque o "Pierement"
desempenha uma papel to importante na sua vida cotidiana; um
gabinete grande, pesado, vistosamente decorado, que produz muito
barulho, sem bem que um barulho organizado, agradvel, dotado de um
ritmo irresistvel e de uma energia animadora.
Basta olhar para os jovens
<p>
de Amsterdam, quando acompanham os
realejos de um lugar para outro, contempl-los nos feriados
nacionais,
danando ao som das valsas executadas por algum realejo; olhar como
os velhos ficam pensativos, contemplando afetuosamente o realejo, em quanto este
executa suas msicas; ver como, atravs da chuva e da nvoa das
estaes mais frias, as ruas de Amsterdam ficam
iluminadas por uma luz radiante, sempre que um realejo comea a
tocar. So os prpios habitantes da cidade que irradiam essa luz -- a
luz da afeio por algo que, esperam eles fervorosamente, sempre
estar indissoluvelmente ligado alegria de viver de Amsterdam.
oooooooooooo
<p>
Para o seu Aplauso
<R+>
Lio de pontualidade e
cumprimento do dever
<R->
Esta seo focalizar sempre um caso da vida diria que, pelo seu
alcance, se constitua em exemplo a ser seguido e em motivo de seu
aplauso.
O de hoje nos dado pelo modesto servidor pblico Francisco Orozimbo
dos Santos, do Ministrio da Agricultura e que percorre diariamente,
72 km em bicicleta, a fim de ser pontual no trabalho. Enfrenta a
inclemncia do tempo, sob sol ou sob chuva, mas, chega todos os dias
na Repartio s 7:00 h, aps pedalar durante uma hora e meia,
vencendo 36 km, distncia entre sua residncia no Ncleo Colonial de
So Bento, baixada fluminense e o Largo da Misericrdia, no Distrito
Federal, local de servio.
O carinho com que trata a bicicleta tem algo de invulgar. Comprou-a
em prestaes no ano de 1954. Terminado o pagamento, Orozimbo
iniciou a ornamentao de sua inseparvel companheira. Hoje est ela
toda niquelada, possu painel de controle das luzes, tem 16
faroletes, 2 lanternas traseiras, uma sirena e leva ainda um pneu
sobressalente, empacotado com o maior escrpulo.
noite, no regresso para o lar, a bicileta de Corozimbo
com todas as luzes acessas, um verdadeiro espetculo de rua. Vrias
vezes j teve de parar, a fim de ser fotografado por turistas a quem
narrou a sua histria, singela na sua modstia, mas certamente com
<p>
uma notvel propaganda do trabalhador brasileiro.
oooooooooooo
Fontes de Consulta
<R+>
1- Viriato Corra -- "Curiosidades da Histria Brasileira".
2- "O Jornal".
3- Cincia Popular Infantojuvenil.
4- "O Globo".
<R->
oooooooooooo
O Dicionrio Esclarece
Pretendemos que esta seja uma seo permanente e por isso devemos
justificar a nossa deciso. E o fazemos, ressaltando-lhe a utilidade.
Durante toda a vida, prezado leitor, a pessoa tem sempre necessidade
de comprender bem o sentido de tudo o que l, pois, s assim, ter
possibilidades de aprender com a base na qual se edifica a instruo
preliminar e depois, a cultura.
lem disso, o conhecimento exato do significado dos vocbulos o
melhor recurso de que se possa dispor para escrever bem. Voc, quem
como toda a gente, comear, nos bancos escolares, escrevendo bilhetes;
passar s cartas, s composies sobre assuntos da vida real ou
temas de sua imaginao; ir s dissertaes e no dia de sua
formatura poder ter a incumbncia de fazer o discurso em nome de seus
colegas. Conforme seus recursos intelectuais, voc pode ingressar em uma
universidade onde o campo de atividades ao alcance do cego est, dia
a dia, sendo ampliado pelos triunfos de no videntes nesse setor das
atividades humanas.
Se uma carreira como, por exemplo, o jornalismo despertar o seu
entusiasmo e voc a ela quiser dedicar-se, ento, ser absolutamente
necessrio que seja bem aprofundado o seu conhecimento quanto ao
sentido exato das palavras. No se esquea dessa verdade: preciso
ter-se imenso cuidado com o que se escreve, pois ficar documentado;
Os erros orais podem ser esquecidos. Os escritos, no.
A vida diria no vai exigir de ns, evidentemente, excessivo rigor
na formao ou no arranjo das frases usadas nas nossas necessidades
mais imadiatas; no preciso ser um estilista da lngua para que a
pessoa se faa bem entender. Mas indispensvel que lhe respeite os
princpios bsicos, que no lhe fira as regras mais elementares.
Falar bem, no falar difcil, usando termos rarrssimos. O mesmo
se pode dizer quanto escrita.
Falar e esvrever bem quem for simples, claro, preciso no emprego
das palavras que lhe devam traduzir o pensamento.
Permita uma pergunta, entre as inmeras que se podem fazer nesse
tipo. Voc emprega indistintamente, isto , como sinnimos, ou
substantivos: trnsito e trfego? Pois saiba que, embora s vezes
confundidos, deve preferir-se empregar trnsito para indicar o ato de
caminhar, marcha; passagem; trajeto; afluncia de viandantes.
Trfego, no sentido de: transporte de mercadorias; af; trabalhe.
Pensamos j ter sido ressaltada utilidade desta seo e, por isso,
damos hoje a amostra do que ela ser.
<p>
<R+>
Celeiro: Casa em que arrecadam os cereais e outras provises.
Detrito: Resto resduo de uma substncia.
Frvola: Sem importncia; sem valor; v; ftil; leviana; volvel.
Sazonado: Amadurecido; bom gosto dado a; tornar-se experimentado.
seleiro: Fabricante ou vendedor de selas; que bom cavaleiro.
Serralheiro: Artfice que faz fechaduras e outras obras de ferro.
Socilogo: Aquele que se dedica ao estudo da Sociologia (cincia
dos fenmenos sociais; estudo e conhecimento objetivo da realidade
social).
"Sui-generis": Locuo latina: de seu prpio genero; que no
apresenta analogia
<p>
com outra (pessoa ou coisa) peculiar.
<R>
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo
<R+>
Transcritor: Diogo Silva Mller Dunley
Reviso: Joo Batista
Alvarenga
<R->