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Conteúdo do arquivo
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o
PONTINHOS o
o
Ano XLVII -- n.o 326 o
Janeiro-Maro de 2008 o
Instituto o
Benjamin Constant o
Diretora-Geral do IBC o
Sr.a rica Deslandes o
Magno Oliveira o
Fundador de Pontinhos o
Prof. Renato o
M. G. Malcher o
Responsvel por o
Pontinhos o
Kate Q. Costa o
Imprensa Braille o
do IBC o
o
Av. Pasteur, 350-368 o
Urca, Rio de Janeiro, o
RJ -- Brasil o
22290-240 o
tel.: (21) 3478-4457 o
o
Brasil um Pas de Todos o
*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o
<F+>
Sumrio
Seo Infantil
<F->
A Vov Conta Histrias:
O Coelho Oz ::::::::: 1
Como Nascem as Es-
trelas ::::::::::::::::: 6
O Galo de Briga e
a guia ::::::::::::::: 9
Divertimentos:
O que , o que ? ::: 10
S Rindo ::::::::::::: 12
Vamos Aprender ::::::::: 14
Para voc Recitar:
Receita ::::::::::::::: 14
Zoologando:
Cegonha Bico de
Sapato :::::::::::::::: 15
Historiando:
Psiqu :::::::::::::::: 16
Seo Juvenil
Narrando a Histria:
Hans Christian
Andersen :::::::::::::: 19
Sementes da Demo-
cracia ::::::::::::::::: 20
Conhecendo nossos
Escritores:
Euclides da Cunha :::: 22
A Esttua de Zeus ::::: 23
No custa Saber :::::::: 27
Por que os Gatos se
Lambem? ::::::::::::::: 27
Piazza Navona :::::::::: 30
Nosso Brasil:
Petrpolis :::::::::::: 31
O Vidro :::::::::::::::: 33
Curiosidades :::::::::::: 36
O Prazer que Vem da
gua :::::::::::::::::: 38
Brincadeira Tem
Limite :::::::::::::::: 39
Ecoando:
Salvador dos rfos
do Marfim ::::::::::::: 40
A Histria da
Escrita ::::::::::::::: 43
Conhecendo o Mundo:
Aurora Boreal :::::::: 46
F :::::::::::::::::::::: 48
Ameno e Instrutivo:
A Profundidade do
Oceano :::::::::::::::: 52
A Soma dos
Talentos :::::::::::::: 53
til Saber:
A Religio dos
Gregos :::::::::::::::: 55
Msica Popular ::::::: 56
Parabns, Mulher ::::: 57
O Dicionrio
Esclarece ::::::::::::: 57
Fontes de Pesquisa ::::: 58
Ao Leitor :::::::::::::: 59
<F+>
::::::::::
<T+1>
A Vov Conta Histrias
O Coelho Oz
Sylvia Orthof
Eu tinha seis ou sete anos, no sei ao certo. A casa era simptica, tinha um jardinzinho em volta.
Um dia, ganhei um coelho. Quem trouxe foi o Tio Hans.
Eu gostava muito daquele tio e passei a gostar muito do coelho. Tio Hans trouxe o coelho, falando assim:
-- Este coelho saiu da cartola de um mgico. Cuidado com ele! Se ele encontrar uma cartola de mgico, pode entrar nela novamente e virar abracadabra!
O coelho era branco, com olhos vermelhos, uma gracinha! J veio com o nome de Oz, por causa de um mgico de Oz e por ele ser coelho de cartola mgica, segundo meu tio.
Um dia, mame preparou um jantar no terrao. Convidou a famlia toda, preparou saladas, pois era vero e fazia muito calor.
Oz andava pela casa, igual a cachorro: subia escadas, acompanhava a gente, sempre interessado em tudo, com o focinho mexendo. Subia escada. Descer, no descia, porque as patas da frente eram curtas, s serviam pra pular.
Para o jantar, veio a minha av fantstica. Eu tive uma av fantstica, completamente fora do comum: o nome dela era Malva. Tinha olhos azuis, era gorda, uma alegria, s de olhar. Vieram tambm meus tios Herbert, Lisa, Ena. Tio Hans no veio, porque morava em So Paulo. Veio ainda Erwin, casado com tia Ena e minha outra av Clara, me de mame.
Na sala, tinha um piano. Vov Clara comeou a tocar valsas vienenses. Minha famlia era de Viena, que uma cidade cheia de valsas, tortas e um rio marrom, que todo o mundo chama de Danbio Azul e que inventam que azul. Sabem como , as pessoas preferem azul a marrom, por causa de preconceito de cor. Criana pode achar lindo um rio marrom, cheio de lama, lambuzado, mas adulto, faz questo de Danbio "azul".
Vov Clara era professora de canto. Eram noites musicais aquelas, todos cantando mal, atormentando a vizinhana. Vov Malva era verdadeira: sempre me explicou que o Danbio era marrom, da cor de caf com leite e que minha famlia cantava mal. Falava isso baixo, fazendo croch, rindo muito, me cutucando, dizendo que criana no deveria, NUNCA, levar adulto a srio. Que adulto era defeituoso: mentia, fingia para as crianas.
Mame tinha preparado vrias saladas e armado a mesa no terrao.
A, Oz, o coelho, fugiu da sala.
Fomos todos para o terrao, onde as saladas estavam dispostas, enfeitadas de rabanetes, alfaces, frios sortidos, tudo muito bonito, sobre uma toalha bordada. No meio de uma saladeira, Oz mastigava cenouras, roc, roc, felicssimo.
Mame ficou danada. Pegou Oz pelas orelhas, jogou fora a salada e prendeu Oz no banheiro, coitado! Eu chorava, no sei se por causa de Oz, ou da salada.
O jantar ficou meio sem graa. Tio Erwin perguntava:
-- Ser que o coelho no pisou dentro de todos os pratos?
Mame garantia que no, aflita, pois no tinha outra comida para oferecer. Falava assim:
-- Tenho certeza de que Oz s pisou dentro da salada que joguei fora! Podem comer tranqilos.
No sei por que, ningum sentiu fome e todos voltaram para o piano.
Eu fui ver Oz. Estava no banheiro e tinha cado dentro da privada, coitado, s com a cara de fora! A, peguei Oz pelas orelhas com carinho e levei para a sala gotejando.
Foi um horror: todo o mundo com nojo do pobre Oz! Somente vov Malva, a maravilha, falou baixinho pra mim:
-- D toda a salada pro coelho, ele merece!
Foi o que fiz, enquanto as visitas saam mais cedo, acho que para comer num restaurante. Adulto fogo!
***
<P>
Como Nascem as Estrelas
Clarice Lispector
Era uma vez, no ms de janeiro, muitos ndios. E ativos: caavam, pescavam, guerreavam. Mas nas tabas no faziam coisa alguma: deitavam-se nas redes e dormiam roncando. E a comida? S as mulheres cuidavam do preparo dela para terem todos o que comer.
Uma vez elas notaram que faltava milho no cesto para moer. Que fizeram as valentes mulheres? O seguinte: sem medo enfurnaram-se nas matas, sob o gostoso sol amarelo. As rvores rebrilhavam verdes e embaixo delas havia sombra e gua fresca. Quando saam de baixo das copas, encontravam o calor, bebiam no reino dos riachos buliosos. Mas sempre procurando milho porque a fome era daquelas que as faziam comer folhas de rvores. Mas s encontravam espigazinhas murchas e sem graa.
-- Vamos voltar e trazer conosco alguns curumins -- assim chamavam os ndios as crianas --. Curumim d sorte.
E deu mesmo. Os garotos pareciam adivinhar as coisas: foram retinho em frente e numa clareira da floresta -- eis um milharal vioso crescendo alto. As ndias, maravilhadas, disseram: toca a colher tanta espiga. Mas os garotinhos tambm colheram muitas e fugiram das mes, voltando taba e pedindo av que lhes fizesse um bolo de milho. A av assim fez e os curumins se encheram de bolo que logo se acabou. S ento tiveram medo das mes, que reclamariam por eles comerem tanto. Podiam esconder numa caverna a av e o papagaio porque os dois contariam tudo. Mas -- e se as mes dessem falta da av e do papagaio tagarela? A ento chamaram os colibris para que amarrassem um cip no topo do cu. Quando as ndias voltaram, ficaram assustadas vendo os filhos subindo pelo ar. Resolveram, essas mes nervosas, subir atrs dos meninos e cortar o cip embaixo deles.
Aconteceu uma coisa que s acontece quando a gente acredita: as mes caram no cho, transformando-se em onas. Quanto aos curumins, como j no podiam voltar para a terra, ficaram no cu at hoje, transformados em gordas estrelas brilhantes.
Mas, quanto a mim, tenho a lhes dizer que as estrelas so mais do que curumins. Estrelas so os olhos de Deus vigiando para que tudo corra bem. Para sempre. E, como se sabe, sempre no acaba nunca.
***
<P>
O Galo de Briga e a guia
Dois galos estavam disputando em feroz luta, o direito de comandar o galinheiro de uma chcara. Por fim, um ps o outro para correr.
O galo derrotado afastou-se e foi se recolher num lugar sossegado.
O vencedor, voando at o alto de um muro, bateu as asas e, exultante, cantou com toda sua fora.
Uma guia, que pairava ali perto, lanou-se sobre ele e, com um bote certeiro, levou-o preso em suas poderosas garras.
O galo derrotado saiu do seu canto, e da em diante reinou absoluto, livre de concorrncia.
Moral da Histria:
O orgulho e a arrogncia
<P>
o caminho mais curto para a runa.
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Divertimentos
O que , o que ?
<R+>
1. O que que fica no meio da rua e nunca atropelado?
R: A letra u.
2. O que o palito de fsforo disse para a bomba?
R: Vamos viver um amor explosivo?
3. Por que o rato gosta tanto de queijo?
R: Sei l, pergunte a ele.
4. O que acontecia quando tratavam o trocador com grosserias?
R: Ele dava o troco.
5. Qual o animal que existe, mas ningum acredita?
R: A cegonha.
6. Como as enzimas se reproduzem?
R: Ficam uma enzima da outra.
7. O que um cromossomo disse para o outro?
R: Oh! Cromossomos felizes!
8. Para que servem os modelos de culos verdes?
R: Para verde perto.
9. O que cego, mudo e surdo, mas sempre diz a verdade?
R: O espelho.
10. O que h no final do infinito?
R: A letra o.
11. O que a esfera disse para o cubo?
R: Deixa de ser quadrado!
12. O que o que : todos tm dois, voc tem um e eu no tenho nenhum?
R: A letra o das palavras.
13. Qual a diferena entre o burro e a paca?
R: O burro empaca, mas a paca no emburra.
14. Quando a lmina vira um animal?
R: Quando voc l de trs para a frente.
15. Qual o termo gramatical mais desagradvel para os apaixonados?
R: A terceira pessoa.
16. Quando o cachorro bass tem oito patas?
R: Quando so dois.
17. Qual o homem que, quando trabalha, deixa qualquer pessoa de boca aberta?
R: O dentista.
18. Eu sou sempre e ainda nunca fui. Quem sou eu?
R: A eternidade.
19. Como voc pode tornar baixo um homem alto?
R: Subornando-o.
20. Nenhum homem me quer, mas quando me apanha, no pode deixar-me. Quem sou eu?
R: A calvcie.
<R->
***
S Rindo
-- Doca, voc ora antes das refeies?
-- Ah, no! L em casa no precisa! Mame cozinha bem!
-- Pai, o que exposio pecuria?
-- Meu filho, vem a ser, mais ou menos, como concurso de beleza para vacas.
Emprego estvel
Na sada da escola, dois garotos conversam:
-- Meu av trabalha na Faculdade de Medicina h oitenta anos!
-- Oitenta anos? -- pergunta o amigo, assustado -- Ele professor?
-- No ele esqueleto!
-- Doca, quem foi que apanhou uma ma que estava na fruteira?
-- Eu, mame! Dei-a para um pobre menino que estava com fome.
-- Filho querido! Voc tem um corao de ouro! E quem era esse menino, meu amor?
-- Eu, mame!
-- Como que se faz lingia? Pergunta a professora.
-- Fcil, professora:
-- Primeiro a gente tira a tripa do porco e depois se coloca o porco dentro da tripa.
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Vamos Aprender
A distncia entre o Sol e a Terra de 150 milhes de quilmetros.
A primeira pilha foi inventada em 1800 pelo italiano Alessandro Volta.
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Para voc Recitar
Receita
Maria Dinorah
<R+>
Procuro
uma receita mgica.
Pra dar riso ao Janjo.
Pra faturar o po.
Pra adoar a lio.
Pra promover a banda,
remover quem desmanda,
coroar a ciranda.
Procuro jeito
de ser leve e profundo.
Procuro uma criana
pra comandar o mundo.
<R->
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Zoologando
Cegonha Bico-de-Sapato
Cegonha bico-de-sapato. O bico mede cerca de 23 centmetros de comprimento e outros 10 de largura e serve para a ave pescar, na lama ou nas guas, sua comida -- peixes, sapos, cobras e moluscos. Essa incrvel estrutura tem ainda outra funo. Em dias de calor intenso, ela o enche com grande quantidade de gua para derramar sobre os filhotes e assim refresc-los. Medindo 1 metro e quinze centmetros, e parecendo desengonada, a cegonha bico-de-sapato
*Balaeniceps rex* voa e caa com agilidade. Raro de ser avistado -- por causa dos lugares lamacentos e de difcil acesso onde vive --, este animal hoje um dos mais procurados entre as pessoas que vo frica para conhecer de perto a rica fauna desse continente.
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Historiando
Psiqu
Era uma vez... uma linda princesa, admirada por todos, mas cuja mo ningum ousava pedir em casamento. Desesperado, o rei consultou o deus Apolo; este disse que Psiqu deveria ser deixada sozinha, vestida de luto, no alto de uma montanha. Antes que o dia raiasse, uma serpente viria a seu encontro para despos-la. O rei obedeceu e, por toda a noite, a princesa esperou, aterrorizada e morta de frio, a chegada de seu marido.
Terminou adormecendo. Ao despertar, estava em um lindo palcio, transformada em rainha. Todas as noites seu marido vinha ao seu encontro, mas ele havia imposto uma nica condio: Psiqu podia ter tudo o que desejasse, mas deveria demonstrar total confiana e jamais ver o seu rosto.
A moa viveu muito tempo feliz: tinha conforto, carinho, alegria, estava apaixonada pelo homem que a visitava todas as noites. Entretanto, vez por outra, tinha medo de estar casada com uma serpente horrorosa.
Certa madrugada, quando o marido dormia, com uma lanterna iluminou a cama e viu, deitado ao seu lado, Eros --
ou Cupido -- um homem de incrvel beleza. A luz o despertou, ele descobriu que a mulher que amava no era capaz de cumprir seu nico desejo e desapareceu.
Concluindo o mito grego: desesperada, Psiqu pede que sua sogra, Afrodite -- ou Vnus --, traga o marido de volta. Com cimes da nora, Afrodite coloca uma srie de tarefas com o intuito de mat-la -- e a est a grande contradio: Psiqu, que buscava a segurana no conhecimento, termina encontrando mais insegurana. Vendo que o amor ajuda sua nora a superar todos os desafios que lhe so impostos, Afrodite lhe d algo para beber, e Psiqu cai em um sono profundo.
Eros "Cupido" tambm est apaixonado, arrependido por no ter sido mais tolerante com sua mulher. Consegue entrar no castelo e despert-la com a ponta de sua flecha. Os dois vo at Zeus, o deus supremo, implorar que esta unio jamais possa ser desfeita.
Zeus faz o que pedem. A partir deste dia, Psiqu -- a essncia do ser humano -- e Eros -- o amor -- esto para sempre juntos. Quem no aceitar isso e procurar sempre uma explicao para as mgicas e misteriosas relaes humanas, ir perder o que a vida tem de melhor.
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Seo Juvenil
Narrando a Histria
Hans Christian Andersen
Comemorou-se em 2005 o centenrio de Hans Christian Andersen (1805-1875), escritor dinamarqus que, com suas histrias, enriqueceu a infncia de muitas geraes. Andersen nasceu em Odense. Seu pai era um sapateiro, a me trabalhava como lavadeira e, durante a noite, contava ao filho as histrias do folclore dinamarqus. Foi ela quem encorajou Andersen a escrever suas prprias fbulas e promover pequenos espetculos com marionetes.
***
Sementes da Democracia -- O rei Joo, da Inglaterra era um velhaco. Meteu-se em guerras caras, vendeu decises judiciais, cobrou impostos escorchantes, tomou refns nas famlias de seus bares. Ento, em 1215, os bares se sublevaram, obrigando Joo a assinar a Carta Magna -- e garantindo ao odioso rei um lugar nos anais da liberdade humana.
A maior parte do documento apenas amarrava o monarca a suas obrigaes feudais. Havia tambm sementes de democracia. Nenhum homem livre seria preso sem o julgamento legal de seus pares. A justia no se venderia nem seria obstruda. Nenhuma propriedade seria tomada sem compensao. Se o rei trasse a carta, os bares teriam direito revolta. Joo traiu. Morreu lutando em 1216. A Carta Magna sobreviveu. Sua promessa de julgamento justo veio a abranger todas as classes sociais. Sua exigncia de que o rei consultasse os bares nas decises foi usada para justificar a adoo de limites parlamentares monarquia.
Ela influenciou Locke e
Rousseau, para quem os governos deviam proteger os direitos dos cidados ou cair -- noo central das revolues americana e francesa. H ecos seus em muitas constituies. Em 1948, quando a ONU adotou a Declarao Universal dos Direitos Humanos, sua co-autora, Eleanor
Roosevelt, chamou-a de Carta Magna de toda a humanidade.
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Conhecendo Nossos
Escritores
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha -- (1866-1909) nasceu em Santa Rita do Rio Negro, municpio de Cantagalo -- RJ. Foi prosador, ensasta, jornalista, historiador, socilogo, professor e poeta.
Desde cedo, Euclides da Cunha demonstrou inclinao para literatura. Comeou escrevendo versos e crnicas para jornais. Seu livro mais famoso, "Os Sertes", retrata uma raa sofrida. Escrito em 1902, tornou-se um documento decisivo na conquista da conscincia brasileira, pois descreve a terra e a gente sertaneja. O escritor foi assassinado a tiros, no Rio de Janeiro, por Dilermando de Assis, que sentiu sua honra ultrajada.
Obras do autor: "Castro Alves e seu tempo" (1907); "Contrastes e Confrontos" (Porto-Portugal--1909;
"Canudos" (Dirio de uma expedio--1939.
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A Esttua de Zeus
Um deus grego para a cidade que inventou a Olimpada
Se havia uma cidade na Antigidade que girava em torno do esporte, esse lugar era
Olmpia. O local onde tiveram origem os jogos olmpicos, at ganhou um monumento que se transformou numa das sete maravilhas do mundo.
A esttua de Zeus comeou a ser feita em 440 a.C. por ordem do governante Pricles 495-429 a.C.), para incrementar o recm-construdo templo dedicado ao deus. Afinal, Olmpia ganhava importncia entre as cidades-estados gregas por conta dos jogos e merecia um templo melhor. A tarefa foi conferida ao escultor Fdias, amigo pessoal de Pricles. "A maior parte do que se sabe sobre a esttua, se deve a Pausnias, viajante que registrou dados pitorescos sobre as regies pelas quais passava."
Zeus era o deus mais poderoso da Grcia antiga. provvel que Fdias o tenha esculpido com a testa franzida por conta de uma lenda. Segundo ela, quando Zeus franzia a testa, fazia tremer o Olimpo (a morada dos deuses). Com isso, os gregos queriam dizer que estava sempre alerta.
Os olhos da esttua eram de turquesa, e havia outras pedras preciosas incrustadas em seu trono. A coroa de louro que ele trazia na cabea era banhada em ouro, assim como suas sandlias e manto. Os materiais foram levados da
sia e da frica pelo Mediterrneo.
As pessoas iam de todas as partes da Grcia e de regies vizinhas, venerar Zeus. Algumas levavam presentes para o todo-poderoso do Olimpo. O mais famoso foi uma cortina de l com tramas assrias, ofertada pelo rei selucida Antiochus IV.
Fdias esculpiu uma imagem da deusa Nicia, da vitria, na mo direita de Zeus. Na esquerda, um basto com uma guia, smbolo de poder. S que o escultor calculou mal o tamanho do monumento, que tem 15 metros de altura. Quando ele foi montado, quase bateu no teto do templo.
Quando Fdias foi chamado para esculpir Zeus, acabara de criar uma tcnica para fazer grandes esttuas: a base era uma moldura de bano, depois encapada com folhas de ouro e marfim. Fdias chegou a transferir sua oficina de Atenas para Olmpia para fazer a obra, que durou cerca de oito anos.
O templo do Olimpo ficava em uma praa na plancie do Peloponeso. Ali aconteceu a guerra homnima. Os soldados, no entanto, no atacavam o templo, que era sagrado para ambos os lados envolvidos na peleja. O local tinha a parte da frente toda aberta. Assim, Zeus podia ser visto de qualquer lugar da praa.
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<P>
No custa Saber
Eu ia ao cinema, mas perdi a cesso -- ou seo? -- das cinco.
Nem uma palavra nem outra... Veja:
<R+>
cesso -- doao; concesso
seo -- diviso, departamento, segmento
sesso -- espao de tempo no qual ocorre uma reunio.
<R->
Assim, para a frase acima, s caberia a palavra sesso.
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Por que os Gatos se Lambem?
Keila Jimenez
Sua me j lhe falou para no tomar um banho de gato? Pois . Essa brincadeira, que quer dizer que a pessoa tomou um banho rapidinho, de qualquer jeito, tem a ver com o ritual de higiene dos gatinhos. Todo mundo j viu um gatinho se lamber. Esse costume dos felinos, nasceu como instinto de defesa. Os gatos do passado se lambiam aps as refeies para retirar todo o cheiro de alimento do corpo, para no atrair a ateno dos predadores.
Hoje, a prtica est ligada somente higiene dos felinos. o jeitinho de os gatos tomarem banho.
Segundo a veterinria Ingrid Salomon, a lngua dos gatos j apropriada para realizar a limpeza do animal. Ela possui cerdas, como se fosse uma escovinha, o que facilita a limpeza quando eles se lambem, explica a veterinria. Quem j foi lambido por um gato, sabe que a lngua deles spera, diferente da dos cachorros.
O banho de gato geralmente comea pelas patas. Logo passa pela cabea e orelhas. Depois, eles lambem o restante do corpo. Os gatos podem tomar vrios banhos ao dia. Ao contrrio do que as pessoas dizem, os gatos esto entre os animais mais limpinhos, diz a veterinria.
Bolinhas de plo -- Mas, infelizmente, toda essa limpeza tem um preo. Toda vez que o gato se lambe, ele engole, sem querer, uma quantidade muito grande de plos. Esses podem virar bolas de plo no estmago e no intestino dos animais, causando problemas de sade que vo de vmitos ao entupimento dos intestinos.
Para evitar isso, basta que o dono escove o gato todos os dias, um pouquinho, ensina a veterinria. Isso importante, principalmente, em gatos de plos longos, como o angor, e em poca de troca de plo. H tambm medicamentos que ajudam na digesto dos plos.
Mas, no se preocupe. No porque seu gatinho se lambe, que ele vai ficar doente. Pelo contrrio, o fato de ele se lamber sinal de que est normal. As lambidas o acalmam e o fazem feliz.
:::::::::
Piazza Navona
A Piazza Navona , sem dvida, a mais popular praa de Roma. Em estilo barroco, ela mostra uma mistura de tons terrosos nas paredes dos prdios, o que lhe confere um certo ar temporal. No centro, trs fontes dominam o ambiente. Elas so a lembrana de uma poca em que a tcnica e a beleza andavam lado a lado. Os arquitetos das guas, como seus idealizadores eram chamados, criavam verdadeiras obras de arte com suas fontes, que distribuam para a populao, a gua vinda das nascentes.
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<P>
Nosso Brasil
Petrpolis
Escolhida como refgio da Corte durante o Brasil Colnia, Petrpolis at hoje atrai turistas em busca de temperaturas amenas e curiosos para conhecerem um pouco do passado histrico do Pas. Seu Centro Histrico um dos mais importantes do Brasil e preserva a memria do perodo imperial brasileiro. Um giro pelo lugar mostra construes imponentes como o Palcio do Rio Negro, a residncia de vero de presidentes da Repblica desde 1904; o Palcio de Cristal, encomendado Frana pelo Conde d'Eu, com 115 anos de histria; o Palcio Gro-Par (1860); o Palcio Quitandinha, uma construo de 1944, em estilo normando, que abrigou um hotel-cassino; o Palcio Amarelo, construdo em 1850, que foi residncia do Baro de Guaraciaba e a atual Cmara Municipal; o Museu Imperial, construdo em estilo neoclssico para ser residncia de vero de D. Pedro II; e a Catedral de So Pedro de Alcntara, construda entre 1884 e 1925, em estilo neogtico francs, que guarda em seu mausolu os restos mortais de D. Pedro II, Dona Teresa Cristina, Princesa Isabel e do Conde d'Eu. H ainda casas de importantes personalidades que valem a pena serem visitadas, como a de Santos Dumont -- o imvel construdo em 1918, foi projetado pelo prprio inventor e guarda algumas de suas criaes; a do Baro de Mau (1852); a do Baro do Rio Branco; a residncia do Padre Corra que serviu de pouso para viajantes que percoriam o Caminho do Ouro e tambm hospedou D. Pedro I.
A natureza prdiga de Petrpolis tambm propicia intensa atividade. Entre os lugares escolhidos para passeios, destacam-se o Morro do Cristo (quilmetro 85 da BR-101, sentido Rio-
-Petrpolis), a Cachoeira Vu da Noiva (com 42 metros de altura, ideal para a prtica do rappel e canyoning) e o Parque Nacional da Serra dos rgos.
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O Vidro
O vidro uma inveno que o homem vem usando h milnios. Seu grande sucesso se deve ao fato de ser resistente e impermevel. Ele fcil de limpar e no deixa cheiro nem gosto nos alimentos e lquidos que armazena. Mas o que causou espanto no homem da Antigidade foi o fato de ele ser to transparente que at parecia com o diamante. As pessoas da poca ficaram to maravilhadas, que o vidro passou a ser usado na fabricao de jias. Naquele tempo era mais fcil garimpar uma pedra preciosa do que fazer vidro. Pesquisas feitas por arquelogos mostram que ele surgiu na Mesopotmia, regio que hoje corresponde ao Iraque, h cerca de 5 mil anos. L viveram os sumrios, os assrios e os babilnios, e foi nesse local que apareceu a primeira forma de escrita de que se tem notcia. Alguns sculos depois, no Egito, os faras se enfeitavam com colares de contas de vidro. Como as tcnicas de fabricao eram rudimentares, os antigos egpcios conseguiam fazer apenas pequenas pedras. Os vidreiros, profissionais que fabricavam vidro, eram protegidos dos faras. No entanto, eles no podiam contar os segredos de como produzi-lo a ningum. Ou o chefo, zangado, poderia mand-los morte.
Sculos mais tarde, os romanos inventaram uma tcnica que usada at hoje: o sopro.
Eles descobriram que, logo depois de derretido, o vidro poderia ser assoprado, como uma goma de mascar. Rapidamente a novidade virou uma febre nas cidades e colnias de Roma. Potes de vrias formas e outros objetos passaram a ser produzidos. Quando o Imprio Romano do Ocidente acabou, chegou a vez do Imprio do Oriente produzir os melhores vidros. Foi l que se descobriu a tcnica para colorir e formar placas planas do material. Sabe para qu? Para tapar as janelas das igrejas. Os romanos do oriente inventaram modos de colorir melhor o vidro, alm de fazer com que ele ficasse mais transparente ainda.
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Curiosidades
A histria do hino comea na Grcia, para significar um canto ou poema composto em honra aos deuses, heris ou homens famosos.
A principal diferena entre a tinta de escrever e a tinta de impresso tnue, e a de impremir espessa como uma massa adesiva.
A inquisio era um tribunal da Igreja para julgar e reunir os hereges e todas as pessoas culpadas de qualquer ofensa ortodoxia catlica.
O Judeu errante era um judeu lendrio condenado a perambular pelo mundo at a segunda vinda de Cristo, por haver caoado de Jesus, quando carregava a cruz.
O Evangelho de So Marcos, com apenas 16 captulos o mais curto dos Evangelhos.
Os judeus eram conhecidos como o povo sem ptria
Beneditino o Monge da ordem de So Bento.
mbar resina fssil de cor amarelada que se encontra nas praias do mar Bltico.
Albino uma pessoa de pele e cabelos brancos e olhos avermellhados.
A madeira mais valiosa a teca, originria da ndia.
O homem tem 32 dentes permanentes.
A ma de Ado o n proeminente formado na garganta pela cartilagem da tiride.
A Tasmnia fica a sudeste do continente australiano, dele separado pelo estreito de Bass. uma colnia brit-
nica.
O termo abluo vem do substantivo latino "ablutione", e este, sim, originou-se do "abluere" que significa lavar.
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O Prazer que Vem da gua
Pouca gente se lembra, mas muitos hbitos que fazem parte do nosso dia-a-dia foram herdados dos ndios. Dormir em redes, tratar algumas doenas com chs de plantas medicinais, comer farinha de mandioca e mingau de milho e tomar banho todos os dias, so alguns exemplos dessa forte influncia indgena. Os portugueses, que colonizaram nossas terras, no tinham o costume de se lavar com freqncia, porque o clima europeu bem mais gelado do que o nosso. Mas a fartura de rios e o calor tropical, sempre foram um incentivo para muitos banhos refrescantes. Por causa dos ndios, o banho dirio tor-
<P>
nou-se parte da nossa cultura.
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Brinadeira Tem Limite
O americano Bill Gates, considerado um dos homens mais ricos do mundo e que fez sua fortuna com a indstria de informtica, no deixa os filhos passarem horas na frente do computador.
O fundador da Microsoft, a maior empresa de *softwares* do mundo, contou que s deixa a filha, de 10 anos, jogar por 45 minutos no computador, de segunda a sexta-feira, e por uma hora, nos fins de semana. Ela tambm pode us-lo para fazer tarefas da escola.
Gates contou que sua filha nem ligava muito para computadores, at este ano, quando foi estudar numa escola na qual computadores de mo so usados para quase tudo.
-- Ela descobriu uma poro de jogos, incluindo um que roda no Xbox 360, chamado Viva Pinata (da prpria Microsoft), em que voc toma conta do seu jardim -- disse.
Gates tambm controla o tempo do filho, de 5 anos, no computador.
-- Meu filho me perguntou: "Vou ter limites como esse em toda a minha vida?". E eu respondi: "No. Quando voc sair de casa, poder definir seu prprio tempo de uso do computador."
A Microsoft lanou um programa que permite aos pais controlar os *sites* que os filhos podem acessar, e mostra com quem eles se comunicaram na rede.
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Ecoando
Salvadora dos rfos do Marfim
Caadores de Marfim Costumam matar Elefantes adultos em busca de suas preciosas presas e poupar os filhotes. O que parece um gesto generoso ou, pelo menos, sustentvel -- no que diz respeito continuidade da espcie e da caa -- , na verdade, extremamente cruel. Elefantes jamais abandonam suas famlias, ensina Daphne Sheldrick, uma das maiores especialistas do mundo nesses grandes mamferos.
Por isso, os filhotes acabam permanecendo junto aos corpos mutilados de seus pais at morrerem de inanio ou serem atacados por algum predador. Resgatar esses rfos do marfim vem sendo a principal meta da vida de Daphne. Em seu orfanato de elefantes, parte do David Sheldrick Wildlife Trust, em Nairbi, no Qunia, ela cuida dos filhotes at os 2 anos de idade, quando so finalmente devolvidos natureza.
-- Dediquei minha vida inteira aos animais selvagens -- conta Daphne, enquanto recebe as dezenas de turistas que visitam seu orfanato diariamente. -- Trabalho especificamente com elefantes h uns 50 anos.
Entre os anos 70 e 80, a demanda por marfim dizimou mais da metade da populao de elefantes da frica (de cerca de 1,3 milho para 600 mil). Nessa poca, segundo especialistas, caadores chegavam a matar mil elefantes por semana.
Foi nesse perodo que Daphne comeou a resgatar os filhotes e a desenvolver uma frmula especial de leite, capaz de aliment-los nos primeiros anos de vida.
-- Logo que chegam aqui, depois de terem perdido sua famlia, os filhotes esto completamente devastados -- diz Daphne.
No orfanato, a famlia dizimada dos filhotes imediatamente substituda por uma "famlia" de tratadores, que acompanham os elefantinhos durante todo o dia e tambm noite, pois eles costumam acordar assustados. Os filhotes so muito frgeis, extremamente suscetveis a mudanas de temperatura, sol forte e chuva. Na natureza, vivem sombra dos adultos e so protegidos pelo grupo. No orfanato, recebem cobertores, capa de chuva e at protetor solar, dependendo das condies do tempo. Os tratadores esto sempre munidos de sombrinhas, capazes de proteger os animais do excesso de sol e chuva.
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A Histria da Escrita
Na pr-histria, o homem j lia os indcios da natureza e tentava reproduzir seu pensamento nas pedras e rochas. Isso deu origem aos primeiros desenhos com inteno expressa de comunicar uma idia, embora esses desenhos primitivos no assegurassem uma mensagem precisa.
Na evoluo humana, os diferentes povos, em diferentes pocas, foram criando smbolos, chamados pictogramas.
Com o crescimento das cidades e o comrcio, os povos foram utilizando materiais para representar as mensagens: argila mida, na Mesopotmia; papiro e tinta, no Egito; cacos de cermica e pincis, na China.
Mas os homens tinham uma dificuldade: um pictograma no era suficiente para representar toda a riqueza e possibilidades de conceitos. Iniciou-se um processo de juno de duas unidades de escrita para representar uma terceira.
Alm disso, havia a dificuldade de representar palavras abstratas e nomes de pessoas, que s foi resolvida quando o pictograma passou a representar os sons da fala. A partir da, foi possvel criar-se a escrita silbica. Os semticos e fencios, a partir da primeira slaba dos pictogramas cretenses e egpcios, elaboraram um novo cdigo no qual a consoante adquiria valor simblico e a vogal era deduzida a partir do contexto.
Por volta de 800 a.C., os gregos introduziram o uso de vogais e conseguiram representar separadamente os elementos componentes de uma slaba. Surgia a escrita alfabtica com caracteres latinos que, embora tenha evoludo bastante, utilizada at hoje.
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<P>
Conhecendo o Mundo
Aurora Boreal
Por que tanta gente se dispe a enfrentar um frio de rachar e viajar at a Lapnia, no norte da Finlndia, em pleno inverno? S para ver o senhor de barba branca que vive em Rovaniemi, a capital da terra das renas, vestido de Papai Noel, que no pode ser. O bom velhinho e sua equipe de ajudantes encapuzados podem at atrair milhares de visitantes, principalmente perto do Natal, mas o principal motivo das viagens a esse canto to remoto do globo mesmo a aurora boreal, um intrigante show de luzes no cu, que s acontece nos plos -- no sul, ganha o nome de aurora austral.
A aurora aparece porque os plos magnticos da Terra atraem a luz das exploses solares, formando faixas iluminadas que mudam de forma e cor no cu. At hoje, porm, ningum encontrou um mtodo para prever em que dia ou hora da longa noite rtica, isso vai acontecer. Por isso, na Lapnia, os turistas vo para a cama com mquinas fotogrficas na mo, esperando ser acordados pelos porteiros de hotel, quando o espetculo comear.
Mas, mesmo quando a aurora boreal no d as caras, ningum volta para casa, desapontado.
Entre as muitas aventuras possveis na regio, o passeio de tren, puxado pelas renas ou ces huskies siberianos o favorito das crianas. Os mais corajosos -- e resistentes ao frio -- tambm podem alugar um *snowmobile*, um tren motorizado, para explorar os bosques cobertos de neve, to branca que chega a clarear a noite com os seus reflexos cintilantes.
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F
Havia, uma vez, um velho pastor que, a cada vero, ia com a famlia ao alto de uma determinada montanha para criar seus carneiros e iaques. Muitas pessoas passavam pela tenda da famlia e o pastor sempre lhes perguntava para onde se dirigiam. Invariavelmente respondiam: "vamos ver *Dodrup Tchen Rinpoch* e receber transmisso direta dos trs versos."
Um ano, o velho decidiu que ele tambm iria ver o lama. Perguntou a uma famlia que passava, se poderia ir com ela, e as pessoas concordaram que fosse junto. Assim ele partiu, deixando para trs todos os seus carneiros e iaques.
Quando chegaram casa do lama, o velho, sem saber o que fazer, e nada tendo a pedir ao lama, dirigiu-se cozinha; recebeu um pouco de comida e esperou por ali. Nesse nterim, a famlia solicitou e recebeu do lama um ensinamento curto, e em seguida partiu de volta para casa.
O velho ficou naquele lugar por um, dois e depois trs anos, ajudando na cozinha em troca de comida, tornando-se como que um membro da famlia dos que ali trabalhavam. Durante todo esse tempo, ele nunca se encontrou com o lama.
Um dia, ao chegarem alguns visitantes, os cozinheiros pediram ao velho que levasse ch ao lama. Pela primeira vez ele entrou na sala do mestre. Quando o lama o viu, exclamou: "Atsi! Atsi! Na Ka ru rakshe treng ua dra shig yin!", que quer dizer: "Minha nossa! Minha nossa! Seu nariz como uma semente de rudraksha!" De fato, o nariz do velho era muito grande e rugoso.
O velho pensou consigo. "Ento isso. Finalmente recebi do lama a transmisso dos trs versos!" Ele retornou sua aldeia, entoando dia e noite, "Atsi! Atsi! Na Ka ru rakshe treng ua dra shig yin", contando as recitaes em seu rosrio. As pessoas da aldeia passaram a ter grande f nele, porque afinal de contas, havia ficado com o lama por trs anos. Elas imaginavam que ele, agora, seguramente deveria ter qualidades extraordinrias. Sempre que ficavam doentes, tinham alguma dor ou inchao, iam se avistar com ele. Ele soprava sobre a parte afetada e elas saravam. Ele se tornou bem famoso pela regio.
Certo dia, nasceu no pescoo de *Dodrup Tchen Rinpoch*, um furnculo que cresceu tanto que quase o sufocava. Muitos mdicos tentaram tratar dele, mas nada se mostrava eficaz. Algum que estava de visita, vindo da regio do velho, disse ao lama: "Um de seus alunos mora perto de ns. Ele pode cur-lo."
"Quem ele?" perguntou o lama.
"Um velho que passou trs anos com o senhor."
"No me lembro dele, mas diga-lhe que venha me ajudar".
Imediatamente algum foi enviado para buscar o velho. "Voc tem de vir agora mesmo", disseram-lhe, "o lama est precisando de ajuda."
O velho disse: "O lama deu-me a transmisso dos trs versos. Eu vou tentar ajud-lo."
Antes que o velho chegasse, uma almofada muito bonita foi disposta para ele se sentar, em sinal de grande respeito. Assim que ele entrou no aposento, o lama viu o nariz e se lembrou dele, pensando: "Como que esse a vai poder me
curar?"
Lentamente, com concentrao unidirecional, o velho comeou a entoar:
"Atsi, ats...". O lama caiu na gargalhada, o furnculo estorou e ele sarou...
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Ameno e Instrutivo
A profundidade do Oceano
O ponto mais fundo do oceano a fossa das Ilhas Marianas, localizada no Oceano Pacfico, cerca de 2.500 quilmetros a leste das Filipinas. uma espcie de vale submarino e est, na sua parte mais profunda, 11.500 metros abaixo da superfcie do mar -- o que equivale a sete vezes o tamanho do Grand Canyon, nos Estados Unidos. J o recorde de profundidade em mergulho foi obtido por Jacques Piccard, oceangrafo suo, e Donald Walsh, tenente da marinha americana. Ambos comandaram o submersvel Triest I, que desceu 35.800 ps (cerca de 11.000 metros) -- a maior profundidade ocenica registrada -- no dia 23 de janeiro de 1960, em uma das fossas das Marianas, chamada Challenger Deep, a cerca de 360 quilmetros ao sul das Ilhas Guam, no Oceano Pacfico, diz o oceangrafo e fsico Afrnio Rubens de Mesquita, da USP. O submersvel um pequeno submarino, muito mais resistente presso.
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A Soma dos Talentos
Se a nota dissesse: No uma nota que faz uma msica... no haveria sinfonia.
Se a palavra dissesse: No uma palavra que pode fazer uma pgina... no haveria livro.
Se a pedra dissesse: No uma pedra que pode montar uma parede... no haveria
casa.
Se a gota dissesse: No uma gota de gua que pode fazer o rio... no haveria oceano.
Se o gro de trigo dissesse: No um gro de trigo que pode semear um campo... no haveria colheita.
Se o homem dissesse: No um gesto de amor que pode salvar a humanidade... jamais haveria justia e paz, dignidade e felicidade na terra dos homens.
Como a sinfonia precisa de cada nota, como o livro precisa de cada palavra, como a casa precisa de cada pedra, como o oceano precisa de cada gota de gua, como a colheita precisa de cada gro de trigo, a humanidade precisa de ti, onde estiveres.
O que ests esperando para te comprometeres? Quando cada um assumir a sua responsabilidade, o mundo melhorar; caso contrrio, continuar doente.
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til Saber
A Religio dos Gregos
Para os gregos, seus deuses tinham as fraquezas, as paixes e as virtudes humanas, mas, apesar de serem eternos e mais felizes do que os mortais, no fugiam ao fatalismo do destino, s vezes cruel. A cada aspecto da natureza e da atividade humana, correspondia, geralmente, um deus particular.
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Zeus -- a divindade principal, o senhor de todos os deuses do mundo.
Hera -- esposa de Zeus, considerada como protetora das mulheres e do casamento.
Afrodite -- deusa do amor e da beleza da mulher.
Apolo -- deus da luz, tambm filho de Zeus.
rtemis -- deusa da caa.
Atena -- deusa da sabedoria, filha de Zeus.
Dionsio -- deus do vinho.
olo -- deus dos ventos.
Hefesto -- deus do fogo.
Hermes -- mensageiro dos deuses e o deus do comrcio.
Hstia -- deusa do fogo domstico, protetora da famlia e das cidades.
Poseidon -- deus dos mares.
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"Dia mundial da Religio -- 21 de janeiro"
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Msica Popular -- A primeira msica de carnaval foi " Abre Alas", composta por Chiquinha Gonzaga em 1899 e ainda hoje sucesso nos sales. No fim do sculo XIX, o samba surgia nos morros do Rio de Janeiro, e nascia em Recife o frevo. A marchinha surgiu em 1920, com letras de duplo sentido, enfatizando a stira e a crtica social.
"Carnaval -- Fevereiro-Maro"
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Parabns, mulher
No pelo oito de maro, nem pelo beijo e pelo abrao.
Mas por ser o que s...
Hmus da humanidade, raiz da sensibilidade, tronco da multiplicidade, folhas da serenidade, flores da fertilidade, frutos da eternidade...
Essncia da natureza Humana.
"Dia Internacional da Mulher -- 8 de maro"
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O Dicionrio Esclarece
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Buliosos -- que bolem ou se mexem; irrequietos; travessos
Ecossistema -- conjunto dos relacionamentos mtuos entre o meio ambiente e a flora, a fauna e os microorganismos que nele habitam
Escorchantes -- exorbitantes
Essncia -- idia principal
Herticos -- contrrios religio
Oznio -- gs incolor; corrosivo
Panacia -- remdio para todos os males
Propcia -- favorvel
Sublevaram -- incitaram revolta; se revoltaram; se amotinaram
Velhaco -- que ludibria de propsito ou por ndole; que traioeiro ou fraudulento
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Fontes de Pesquisa
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Jornal do Brasil
Jornal O Dia
Jornal O Globo
Revista Histria
Revista National Geographic
Revista Planeta
Revista Selees
Revista Superinteressante
Revista Terra
Revista Veja
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Ao Leitor
Solicitamos aos leitores de Pontinhos abaixo mencionados, que nos enviem seus endereos completos, para evitar que suas revistas voltem.
Favor verificar se esto retidas no correio.
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Associao Macaense de
Apoio aos Cegos
Francisco Luis de Souza
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