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200 ANOS DE SISTEMA BRAILLE
Congresso reúne participantes de todo o Brasil
Foto de Dinalva Tavares, de Palmas, Tocantins, no Congresso dos 200 anos do Sistema Braille, no IBC.
O sistema braille tem muitos sotaques. E, nesta semana, todos eles se encontram no Instituto Benjamin Constant (IBC), no Rio de Janeiro, para celebrar os 200 anos dessa invenção que revolucionou o acesso ao conhecimento para pessoas com deficiência visual. O Congresso comemorativo, que acontece de 9 a 11 de abril, reúne usuários, professores, pesquisadores e apaixonados pelo braille vindos de diferentes regiões do Brasil.
Uma das representantes do extremo norte do país é Dinalva Tavares, de Palmas, Tocantins. Deficiente visual e integrante da Comissão Brasileira de Braille, Dinalva representa toda a região Norte e chegou ao Rio um dia antes do evento para participar da reunião da comissão. Com entusiasmo, ela destaca a importância desse momento histórico:
— O braille é luz, é vida, é transformação. E é muito importante a gente ter noção disso nesses 200 anos do sistema. Esse evento é muito importante para isso. As trocas aqui têm sido muito ricas e isso fortalece a nossa rede — afirma Dinalva.
Do outro lado do país, no Sul, a professora Tatiana Luiza Rech também fez questão de marcar presença. Moradora de Santa Cruz do Sul (RS), ela é docente do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), na unidade de Cruz Alta, e aproveitou uma licença para se dedicar ao evento.
— Sempre que posso, participo dos eventos do IBC. Vale muito a pena. Aqui, temos professores e recursos de ponta quando o assunto é deficiência visual — conta Tatiana, que é vidente e estuda o sistema braille há quase 25 anos.
Outra gaúcha que veio ao IBC é a doutoranda da UFRGS Camila Américo, professora da rede municipal de Porto Alegre. Ela apresentou parte de um trabalho voltado para livros em multiformato e aproveitou o Congresso para se aprofundar em temas que dialogam com sua atuação profissional:
— É importante vir aqui aprender e ajudar a pensar em materiais pedagógicos mais acessíveis para os nossos alunos — destacou.
Com oficinas, palestras, exposições e lançamentos de livros, o Congresso dos 200 anos do Braille mostra, na prática, que o sistema continua vivo, potente e em constante evolução. O número limitado de vagas — 250 no total — reforça o caráter exclusivo do evento, que mobiliza educadores, pesquisadores e usuários de todo o país.
Ao reunir sotaques, histórias e experiências tão diversas, o IBC reafirma seu papel como referência nacional no ensino e na difusão do braille. Porque, há dois séculos, o sistema criado por Louis Braille segue iluminando caminhos.
Acesse para conhecer mais sobre o Sistema Braille no vídeo documentário 200 anos do Sistema Braille
