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Novos medicamentos passam a integrar o tratamento da síndrome nefrótica primária em crianças e adolescentes no SUS
O Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) o micofenolato de mofetila e o micofenolato de sódio para o tratamento da síndrome nefrótica primária em crianças e adolescentes. A decisão, publicada no dia 9 de outubro pela Portaria SECTICS/MS nº 79/2025, ocorreu após recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A pasta tem 180 dias para cumprir as etapas necessárias, como a atualização do Protocolo Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da doença e efetivar a oferta dos fármacos.
Com a nova inclusão, o SUS amplia as alternativas terapêuticas disponíveis para pacientes que não respondem ou não toleram medicamentos já ofertados, como corticoides, ciclofosfamida e ciclosporina. As análises conduzidas pela Conitec apontaram que o micofenolato, quando associado ao corticoide, apresenta eficácia semelhante à da ciclosporina, mas com um perfil de segurança mais favorável, especialmente por reduzir efeitos adversos como hipertrofia gengival e hipertricose.
Estima-se que, no Brasil, centenas de crianças convivam com a síndrome nefrótica primária. Dados da Rede Brasileira de Síndrome Nefrótica na Infância (Rebrasni) apontam que, entre 2017 e 2018, 454 pacientes com até 18 anos realizavam acompanhamento clínico da doença em dois centros de referência em São Paulo. A partir da nova incorporação, o tratamento poderá beneficiar inicialmente cerca de 200 crianças e adolescentes no primeiro ano, conforme estimativas apresentadas à Comissão.
Entenda a doença
Caracterizada pela eliminação excessiva de proteínas pela urina (proteinúria), a síndrome nefrótica é uma condição crônica que provoca inchaço, aumento de gorduras no sangue e risco de complicações renais. Quando a lesão ocorre diretamente nos rins, trata-se da forma primária da doença, responsável por cerca de 90% dos casos em crianças com menos de dez anos.