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I Congresso Internacional de Literatura de Cordel e o II Congresso Brasileiro de Literatura de Cordel inicia as atividades na FCRB
Começou nesta segunda-feira (24), o I Congresso Internacional de Literatura de Cordel e o II Congresso Brasileiro de Literatura de Cordel reunindo pesquisadores, artistas, representantes de instituições culturais e estudiosos do gênero para um dia de debates, apresentações de trabalhos e celebração da tradição cordelista. O evento foi conduzido pelo mestre de cerimônia, o poeta e professor, Antônio Marinho.
A cerimônia de abertura contou com a presença de representantes de instituições parceiras nacionais e internacionais, reafirmando o caráter colaborativo e plural do encontro. Participaram o presidente da FCRB, Alexandre Santini; a chefe do Programa de Pós-Graduação da FCRB, coordenadora e curadora do congresso, Ana Ligia Medeiros; o diretor de Promoção das Culturas Populares do MinC, Sebastião Soares; a coordenadora técnica do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Ana Carolina Nascimento; o Conselheiro Cultural, Científico e de Cooperação da Embaixada da Espanha, instituição parceira da Fundação Casa de Rui Barbosa na organização do congresso, José Miguel de Lara Toledo; o diretor do Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, também instituição parceira da Fundação na organização do congresso, José Vicente Ballester; o diretor cultural da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Severino Honorato; e, representando o Instituto Cultural da Feira de São Cristóvão, Gilberto Teixeira.
A curadora Ana Lígia Medeiros pontuou sobre o acervo de literatura de cordel da Fundação e destacou sua relevância para o Congresso e a troca de saberes: “Este congresso representa a continuidade dos trabalhos desenvolvidos na Casa de Rui Barbosa, que abriga um dos mais importantes acervos de cordel do Brasil. Esse acervo inclui não apenas os folhetos, mas também documentos de arquivos privados dos cordelistas. Temos uma vasta tradição em publicações, sites e inúmeras outras atividades relacionadas ao cordel, que desejamos compartilhar com todos. Acredito que este seja um momento crucial para o intercâmbio de conhecimentos e para o contato com os 84 pesquisadores e artistas que apresentarão seus trabalhos nos próximos três dias.”
Para Sebastião Soares, a literatura de cordel é uma essência da vida cotidiana, “ela nasce na circulação, no boca a boca, nasce nas feiras livres.”. Soares complementa ressaltando que a realização do I Congresso Internacional de Literatura de Cordel e o II Congresso Nacional de Literatura de Cordel é uma maneira de preservar o entendimento sobre o cotidiano a partir dessa arte popular. “O protagonismo e o olhar para a literatura de cordel como um vetor transformador, a partir de um congresso internacional, é, na verdade, uma maneira de proteger um modo de ver a vida, o mundo e a sociedade”.
Em seguida, a conferência “A Literatura de Cordel como objeto de estudo”, ministrada pelo historiador espanhol e professor da Universitat de València, Juan Gomis, estabeleceu o tom do Congresso ao destacar a trajetória do cordel e os caminhos de pesquisa que têm ampliado a compreensão contemporânea do cordel e de suas interfaces culturais. No período da tarde, os cordelistas Maria Rosário de Fátima Pinto, Erivaldo Ferreira e Franklin Maxado, nomes fundamentais da arte do cordel e da xilogravura, foram homenageados em um momento de reconhecimento às trajetórias que sustentam essa expressão artística e contribuem para sua continuidade e renovação.
As mesas temáticas reuniram debates sobre as novas ações da Fundação Casa de Rui Barbosa para a preservação e difusão do cordel, além de ampliarem o diálogo para perspectivas interculturais que abordaram sua presença na mídia contemporânea, suas relações com a cantoria, a xilogravura e referências como Ariano Suassuna. As discussões também trouxeram leituras decoloniais, reflexões sobre memórias locais e estudos sobre a chegada do cordel ao universo infantil por meio de livros, acervos e práticas educativas, evidenciando a vitalidade do gênero e sua capacidade de dialogar com diferentes contextos O dia terminou com a aula-espetáculo Entre o Romanceiro e a Canção Popular, ministrada pelo poeta, compositor e dramaturgo estudioso da Cantoria de Viola e literatura de cordel, Bráulio Tavares.
O primeiro dia do Congresso consolidou um panorama abrangente das pesquisas, práticas e expressões que compõem o universo do cordel, abrindo espaço para novas conexões e fortalecendo a presença dessa tradição na vida cultural brasileira.
Acesse e confira a programação completa.
O Congresso é uma realização da Fundação Casa de Rui Barbosa com o apoio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura do MinC (a SEFLI), da Embaixada da Espanha, do Instituto Cervantes e do Instituto Cultural da Feira de São Cristóvão.