27.06.2015 - Organizações da América Latina e Caribe apresentam propostas regionais para agroecologia

Representantes de organizações da sociedade civil da América Latina e Caribe apresentaram, ao governo federal brasileiro e aos representantes de entidades públicas de países da região, um documento com sugestões para estímulo e fortalecimento da produção agroecológica e orgânica. O documento é resultado do Seminário Regional sobre Agroecologia na América Latina e Caribe, realizado nos dias 24 a 26 de junho em Brasília. 

 Organizado pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e demais entidades, o seminário reuniu lideranças de 16 países e 42 organizações da sociedade civil internacional. Representando a Secretaria-Geral (SG), o secretário-executivo Laudemir Muller defendeu a agroecologia como um modelo assertivo de desenvolvimento que tem transformado o país. Para Muller, o Brasil tem avançado com políticas específicas para agricultura familiar, assistência técnica e extensão rural, e com um projeto para ampliação do acesso à terra. “Temos no Brasil 88 milhões de hectares destinados à Reforma Agrária. São 960 mil famílias assentadas nestas áreas, e o governo entende que tudo isso tem que convergir para agroecologia”, argumentou. 

 O secretário de Agricultura Familiar do MDA, Onaur Ruano destacou a importância do seminário como espaço representativo e diverso para discussão política, e  elogiou a vocação da agricultura familiar para agroecologia e produção orgânica, qualidade que “organiza e fortalece a produção de alimentos saudáveis na região”.

 Documento final

A carta de recomendações elaborada e apresentada ao fim do Seminário Regional sobre Agroecologia na América Latina e Caribe propõe aos países envolvidos a promoção de políticas públicas de fomento à agroecologia e à soberania alimentar executadas e monitoradas a partir da sociedade civil organizada; o fomento à inovação tecnológica e a criação de mecanismos que promovam a cooperação sul-sul na agroecologia com colaboração de organismos internacionais; dentre outras. 

 Para Tito Dias, representante da FAO na América Latina, o documento gerado após o diálogo realizado no seminário é um passo importante para potencializar a produção agroecológica na região, “fortalecendo a cooperação sul-sul e motivando os países a terem a agroecologia como tema central de desenvolvimento”.

 O seminário é resultado do Simpósio Internacional sobre Agroecologia para Segurança Alimentar, organizado em setembro de 2014 pela FAO, neste que foi o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Os próximos encontros sobre o tema serão realizados na África e Ásia.