Workshop sobre Avaliação da Conformidade debate tendências internacionais

O sétimo Workshop Internacional sobre Avaliação da Conformidade, realizado nos dias 14 e 15 de maio, em Xerém, teve por objetivo promover a troca de experiências e identificação de tendências mundiais na área. O diretor da Qualidade, Alfredo Lobo, abriu o evento e destacou a importância do workshop. “É fundamental a inserção do Brasil no âmbito das discussões globalizadas e, por isso, convidamos um palestrante internacional, um brasileiro e um mediador do Inmetro por tema. Esperamos que o evento traga resultados positivos e novidades sobre os temas propostos”, afirmou.

O painel sobre "Gestão de Riscos”, contou com a participação de Kevin Knight. presidente do Comitê Técnico ISO/ 262 – Gestão de Riscos, da ISO, e de Alberto Bastos, coordenador da Comissão Especial de Estudos sobre Gestão de Riscos da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Maria Aparecida Martinelli, chefe da Divisão de Articulação Externa e Desenvolvimento de Projetos Especiais (Diape) do Inmetro, liderou o debate, ressaltando a importância da troca de experiências para implementar a comissão de gerenciamento de riscos na Diretoria da Qualidade.

Kevin Knight disse ser um equívoco atribuir um conceito negativo ao risco. “A maioria das pessoas pensa que o risco é algo negativo, o que não é verdade. O risco é um termo neutro, não é uma oportunidade, nem uma ameaça, está no meio. Dependendo de como nos portamos, potencializamos as ameaças ou as oportunidades perante as situações de risco. É importante que todo risco tenha um dono, para ser responsabilizado pelas tomadas de decisões. Não há como erradicar os riscos, é preciso gerenciar as possibilidades. Atualmente, um grande risco para as empresas é a rotatividade. Não conseguimos mais obter informações gerenciais sobre a memória da empresa”, afirmou.

Segundo Alberto Bastos, há dois anos e meio, foi lançada a peça que faltava para a padronização da gestão de riscos nas empresas: a ISO 31000. “Não analisamos somente os riscos negativos dentro das organizações, mas também os positivos. O melhor exemplo desta análise é a matriz de SWOT. A ISO 31000 não é uma norma de certificação, mas, sim, de diretrizes voltadas para as organizações de todos os seguimentos. Temos alguns eventos internacionais no país que utilizam a ISO 31000 para sua organização, a Rio+20 é um exemplo. A norma é utilizada para que uma única linguagem seja adotada, bem como o mesmo processo de organização e a de metodologia”, enfatizou Bastos.

A eficiência energética em edificações foi o tema debatido na sequencia, com a participação de Paulo Santos, diretor de Auditoria Energética em Edifícios da ADENE (Portugal), e Roberto Lamberts, professor Titular Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Gustavo Kuster, chefe da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade (Dipac) do Inmetro, assumiu a moderação do debate.

“O painel é muito produtivo, principalmente para iniciar a discussão sobre a intenção do Inmetro, junto à Eletrobras, de assinar um memorando de entendimento de cooperação com a agência portuguesa que coordena o Programa de Eficiência Energética em Edificações”, disse Kuster.

No segundo dia do evento, o painel sobre o sistema coreano de Avaliação da Conformidade e Normalização contou a presença de Soyoung Joo, diretora da Divisão de Cooperação em Normas Internacionais da Agência Coreana para Tecnologia e Normas (Kats), vinculada ao Ministério da Economia do Conhecimento da Coreia. Além dela, Eugenio Guilherme Tolstoy, diretor Técnico da ABNT, e Paulo Coscarelli, chefe-substituto da Diretoria da Qualidade, completaram a mesa redonda.

Soyoung Joo apresentou o Memorando de Entendimento de Cooperação assinado entre o Inmetro e a Kats. “Com a assinatura, teremos acesso às informações e troca de experiências com a Coreia nas áreas de Metrologia Legal e Acidentes de Consumo, por exemplo, possibilitando o aperfeiçoamento das nossas práticas”, ressaltou Coscarelli.

Consultor associado do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), Phillip Strothmann, foi o convidado internacional do último painel, que avaliou o ciclo de vida e a competitividade da indústria brasileira. Com ele, debateram o diretor do Departamento de Competitividade Industrial da secretaria de Desenvolvimento da Produção, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alexandre Comin, e Elizabeth Cavalcanti, assessora da Presidência do Inmetro.

“As informações reunidas na área da Análise do Ciclo de Vida permitem avaliar os impactos ambientais na produção e suas operações. O nosso desafio é sensibilizar os setores produtivos para que o Brasil disponibilize metodologias e bancos de dados de inventários, com dados confiáveis sobre as matérias primas e os processos de produção", explicou Elizabeth.