Workshop Internacional de Metrologia Legal – Tendências e Perspectivas

Na abertura do evento, o presidente do Inmetro, João Jornada, destacou a importância da iniciativa de promoção a amplo debate sobre as questões e atividades metrológicas, além da integração de toda e Rede de Metrologia Legal do país. Jornada citou ainda, dois tópicos importantes a serem discutidos nesse workshop: se o modelo de atuação atual é o mais adequado para o Brasil e, também, os desafios da metrologia legal em novas áreas. “Hoje em dia, não é só a questão dos pesos e medidas que precisa ser analisada, por isso devemos ter condições de antecipar as novas demandas, para que possamos estar preparados quando elas surgirem”, declarou Jornada. 

Logo em seguida, o diretor do Bureau Internacional de Metrologia Legal (BIML)Jean-François Magaña deu início a sua palestra e explicou o conceito de Metrologia Legal. Ele citou os três pilares que a constituem:  Metrologia Científica e Primária, Determinação da Calibração e Metrologia Legal que juntos, constituem a estrutura da Metrologia Legal. Mangaña enfatizou o sistema de certificação da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML) e o acordo de aceitação mútua e destacou alguns itens da missão da OIML, que é o de oferecer suporte ao desenvolvimento e à modernização da metrologia legal; harmonizar as regras; desenvolver a confiança mútua; trazer suporte técnico para países em desenvolvimento, entre outros.

No segundo dia, Magaña falou sobre os grupos de trabalho permanentes da OIML em países em desenvolvimento e mostrou as ferramentas disponíveis no website da organização (

www.oiml.org

). Em seguida, o assessor da Diretoria de Metrologia Legal, Marcos Senna, falou sobre o Sistema Interamericano de Metrologia (SIM), que congrega organizações metrológicas das 34 nações membros da Organização dos Estados Americanos (OEA). A OEA possui 34 membros, sendo três países membros da OIML (Brasil, Canadá e Estados Unidos) e nove, membros correspondentes da organização (Argentina, Costa Rica, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai).

O Grupo de Trabalho de Metrologia Legal do SIM já agendeou para este ano, seis cursos. Os primeiros serão realizados no mês de março, com os seguintes temas: Treinamento em verificação de dispositivos distribuidores de combustível e Treinamento em produtos pré-medidos. No dia 10 de março acontece também o encontro do grupo de trabalho, em Quito, no Equador.      

Na parte da tarde, os participantes do workshop puderam visitar os laboratórios da Divisão de Materiais, da Diretoria de Metrologia Científica e os laboratórios da Diretoria de Metrologia legal, no campus do Inmetro, em Xerém.

No último dia do evento (14/02), foi realizada uma mesa redonda, na sala de reunião da presidência do Instituto. O assessor da Diretoria de Metrologia Legal, Marcos Senna deu início a mesa redonda e falou sobre o cenário da Metrologia Legal no Brasil. Ele descreveu a estrutura da Diretoria de Metrologia Legal do Inmetro, suas divisões e principais áreas de atuação. Senna também falou sobre a Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade do Inmetro (RBMLQ-I), que é encarregada do controle da metrologia legal nas suas respectivas jurisdições. Em 2007 a RBMLQ-I examinou mais de um milhão de produtos pré-medidos e verificou mais de 10 milhões de instrumentos.

Na pauta de intenções da OIML foram destacas as seguintes prioridades: facilitar o trabalho técnico para agilizar as publicações, desenvolver o acordo de confiança mútua em todos os países-membros, criar uma marca para produtos pré-medidos, que seja aceita em todos os países-membros da OIML e criar uma metodologia de avaliação para produtos exportados. Para Dr. Magaña, a estrutura do Inmetro é bem eficiente porque agrupa todas as disciplinas de metrologia e possui técnicos de diversas áreas, com diferentes horizontes. Para ele é muito importante ter esse link entre vários tipos de atividades. “Não sou um expert em metrologia, mas o que vi foi muito impressionante. Estão no nível certo, há pessoas muito bem capacitadas e também equipamentos sofisticados nos diversos laboratórios do Instituto, disse ele.

Quando era o responsável pela Metrologia Legal na França, sua vontade era construir um Instituto nos moldes do Inmetro, mas por questões orçamentárias não foi possível. Segundo Magaña há inúmeras cooperação importantes que podem ser feitas entre o Inmetro e outros países. Por exemplo, na área de opacímetros onde outros países tem grande interesse.

De acordo com o Diretor da Dimel,  Luiz Carlos Gomes, o objetivo do encontro era conhecer os trabalhos, em termos de metrologia legal, que vem sendo feitos em outros países. Para Luiz Carlos o balanço do workshop foi excelente, o resultado superou as expectativas. “Este workshop trouxe muita informação nova e a participação de alguns dirigentes da RBMLQ-I, além da oportunidade de interação com o pessoal da Dimel. O resultado foi muito positivo”, afirmou ele.