Presidente do Inmetro faz balanço sobre sua gestão e ressalta o processo de transformação do Instituto

Marcos Heleno Guerson destacou a atuação do Inmetro durante o período da pandemia de Covid e reforçou o papel do Instituto como provedor de infraestrutura da qualidade

Publicado em 22/05/2022 21h00 Atualizado em 25/11/2022 11h04

Mais de dois anos depois de assumir a presidência do Inmetro e ser surpreendido pelo distanciamento imposto pela pandemia de Covid-19 logo no início de sua gestão, Marcos Heleno Guerson fez um balanço de sua administração para o corpo funcional na última sexta-feira (13/5). Durante toda sua fala, ressaltou o comprometimento de servidores e colaboradores e pontuou os detalhes que estão impulsionando a transformação do Inmetro. De forma emocionada e emocionante, defendeu a harmonia entre as áreas que fazem do Instituto o grande provedor de infraestrutura da qualidade (IQ) – a metrologia, a avaliação da conformidade e a acreditação. “O Inmetro não pode ser um arquipélago de ilhas sem pontes de ligação”, enfatizou.

Distantes, mas engajados. Essa foi uma metáfora muito pertinente usada por Guerson para ressaltar os resultados que o Inmetro conseguiu entregar à sociedade mesmo com desafios como restrição orçamentária; lockdown; urgências para enfrentamento da pandemia; proteção ao funcionamento do comércio e o combate aos produtos de baixa qualidade. Ou seja, enquanto o mundo parou, o Inmetro conseguiu apoiar o País, dando a credibilidade que a indústria e o comércio precisaram para prover o Brasil dos insumos necessários para atender os brasileiros.

Entregas

Para além dos desafios enfrentados na pandemia, de aprovar os insumos para o combate ao Coronavírus, Marcos Heleno Guerson destacou os desafios internos de sua gestão. O primeiro deles foi elaborar e aprovar o planejamento estratégico do Inmetro. “O documento, construído in house, foi muito bem recebido pelo Ministério da Economia e serviu de referência. É um planejamento cujo coração é a infraestrutura da qualidade, o grande tema do Inmetro”, destacou.

Além da harmonização entre as áreas, Guerson ressaltou a conexão com laboratórios e organismos de certificação que, segundo ele, são partes do setor privado que integram a infraestrutura da qualidade e com os quais o Inmetro precisa continuar trabalhando de forma integrada. “Precisamos de um sistema estruturado no Brasil, com o Inmetro sendo a espinha dorsal do sistema de IQ, que é a grande vocação do Instituto”, sublinhou.

No processo de transformação pelo qual passa o Inmetro, Guerson lembrou, ainda, da entrega à sociedade do modelo regulatório do Instituto, com regras mais modernas como forma de atender as atuais necessidades da sociedade. “Não é uma opção. O Inmetro está passando por um processo de transformação porque a sociedade se transformou. Se a gente não se transformar, corre enorme risco de entrar num grau de irrelevância, a ponto de a sociedade questionar a existência do Inmetro”, frisou.

Servidores

Durante o bate papo com o presidente, alguns servidores puderam apresentar iniciativas realizadas nesses mais de dois anos, como a criação do Fórum de Barreiras Técnicas que, com a extinção do Comitê Brasileiro de Barreiras Técnicas, já vem desempenhando papel relevante nas mesas de negociação de acordos de facilitação de comércio. “Vimos no fórum um espaço importante para associações e confederações manifestarem as necessidades do setor produtivo. Além disso, o fórum é uma ferramenta de aproximação do Inmetro com outras entidades do governo, como o Ministério da Economia”, sintetizou Reinaldo Wacha, chefe da Divisão de Barreiras Técnicas da Coordenação-Geral de Articulação Internacional (Caint).

A implantação do Programa de Gestão de Pessoas por Resultados foi um grande desafio da Diretoria de Administração e Finanças (Diraf), segundo Luiz Monteiro, coordenador dos trabalhos. “Como implantar um programa de gestão de pessoas por resultado numa instituição tão heterogênea e tão diversa como o Inmetro?”, enfatizou Monteiro. Foram necessárias várias ações, ressaltou, como benchmarking com 46 instituições que já estão com seus programas, estudo de normas e de planejamento. “A portaria foi publicada no dia 1º de abril e já temos 56% dos servidores ativos fazendo parte do programa. A ideia é ter a adesão de 100%”, relatou.

Infraestrutura da qualidade

No âmbito da infraestrutura da qualidade (IQ), foram apresentados os projetos que estão sendo desenvolvidos nas áreas de mobilidade elétrica, com a criação do laboratório para certificação de baterias para veículos elétricos, uma parceria com o Labelo/PUC-RS e a PCN, um organismo de certificação de origem coreana; e o laboratório de Infraestrutura de IQ para acreditar as novas tecnologias que estão sendo empregadas em cidades e bairros inteligentes, como o Vila A, em Foz do Iguaçu. Marco Aurélio de Lima, gerente de Projetos, antecipou que o Inmetro está trabalhando em outras duas frentes – indicadores de cidades inteligentes e, associada à metrologia, a identificação do nível de radiação para descontaminação de luzes ultravioletas.

Ana Carolina Pinto, da Diretoria de Inovação e Tecnologia (Ditec), mostrou a importância do InovInmetro, que tem funcionado como ambiente de inspiração para várias áreas do Instituto. O Programa de Desenvolvimento de Líderes, que vem realizando várias ações de sensibilização, já está com duas turmas em funcionamento com a participação de 50 servidores, de acordo com Bruna Andrade, da Coordenação-Geral de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Cogep)

Também houve espaço para que Danielle Assafin, coordenadora dos programas de etiquetagem (PBE) de ar-condicionado e refrigeradores, apresentasse todo o trabalho de aperfeiçoamento dos programas e os ganhos para os consumidores brasileiros. Foi abordado, ainda, o esforço da equipe da Divisão de Verificação e Estudos Técnico-Científicos (Divet) para a revisão e consolidação de 491 atos administrativos em apenas 145 portarias, numa redução de 70% do estoque analisado, de acordo com Hércules Souza, chefe da área.

Com relação à pandemia de Covid-19, Sandra Silva, da Diretoria de Administração e Finanças (Diraf), relembrou de toda mobilização para a criação do Comitê de Enfrentamento que apoiou as decisões da alta direção do Inmetro no cumprimento de todos os protocolos de segurança. Marcelo Medeiros, da Diretoria de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida (Dimav), ressaltou a agilidade do Inmetro em apresentar resposta ao Ministério da Saúde testando máscaras diretamente nos laboratórios de organismos de certificação (OCPs), enquanto Iakyra Couceiro, diretora de Metrologia Científica e Tecnologia (Dimci), relembrou a força-tarefa dos servidores para dar rastreabilidade aos equipamentos que estavam sendo utilizados pela Fiocruz no desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus.