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Inmetro promove evento internacional de certificação florestal no Rio de Janeiro
O Inmetro foi o anfitrião da 14ª Assembleia Geral do Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), organização não governamental que atua globalmente na avaliação dos esquemas de certificação florestal nacionais. Com o objetivo de fomentar a certificação florestal no Brasil por meio da disseminação do Programa Brasileiro de Certificação Florestal – Cerflor, o evento reuniu representantes dos 34 países membros do PEFC, do Cerflor, de empresas certificadas, de movimentos sociais e ambientais, e demais partes interessadas. A Assembleia aconteceu entre os dias 9 e 14 de novembro no Rio de Janeiro, pela primeira vez no Brasil.“O Inmetro é um parceiro entusiasta do PEFC. Estamos comprometidos com a filosofia do Programa, trabalhando em conjunto para ampliarmos esse conceito de certificação florestal tão importante para o mundo”, afirmou o presidente João Jornada, durante a abertura do segundo dia da Assembleia.O evento foi caracterizado por reuniões do Conselho Diretor do PEFC, além de diálogos entre as partes interessadas. Entre os palestrantes, Ivan Tomaselli, presidente da STCP Engenharia de Projetos Ltda., falou sobre a importância da certificação florestal nos trópicos e Antonio Hummel, diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, deu foco às concessões das florestas públicas no Brasil. O Inmetro e o Serviço Florestal Brasileiro possuem um acordo de cooperação que permite ao governo brasileiro conceder a empresas e cooperativas, por meio de licitação, o direito de explorar as florestas públicas, de forma sustentável.Requerimentos para certificação de grupos de pequenos produtores florestais, novas oportunidades para certificação florestal e parcerias estratégicas para a gestão de florestas sustentáveis foram outros temas abordados. Exemplo de empresa certificada pelo CERFLOR e reconhecida pelo PEFC, o presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, destacou como desafio das certificações florestais, dentre outras coisas, a importância da biotecnologia no manejo florestal.Workshops e debates movimentaram o terceiro dia da Assembleia. Giancarlo Pascali, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - falou sobre árvores geneticamente modificadas, abordando temas como mutações, transgênicos do bem versus transgênicos do mal e biotecnologia. Les Person, diretor de assuntos regulamentares da Arborgen nos Estados Unidos, esquentou a discussão, ressaltando a pesquisa, o desenvolvimento e as tendências sobre florestas geneticamente modificadas, utilizando a técnica como forma de proteção ao frio. Na ocasião, citou como exemplo o eucalipto e destacou a experiência com o mamão papaya em relação a pragas. Integrantes da mesa deram início ao debate sobre o plantio com transgênicos, processos de seleção e os impactos na floresta nativa.O secretário do PEFC na Áustria, Volker Schnäbele, aprofundou-se sobre o uso e os impactos de transgênicos em florestas, traçando um paralelo entre a questão da sustentabilidade e a tecnologia de risco. Outro membro do PEFC deu sequência ao tema, Dirk Teegelbekkers, da Alemanha, apresentou os riscos de áreas geneticamente modificadas, citando exemplos de pesquisas aplicadas. Depois da realização dos workshops, representantes de diversos países abordaram os principais pontos discutidos e apresentaram suas propostas ao Comitê do PEFC, entre eles o diretor da Qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, que representou o Instituto no encontro internacional. O tema continuará em discussão pelos membros do PEFC uma vez que a Assembleia Geral aprovou a aplicação do Princípio da Precaução até 2015, podendo ser alterado a qualquer momento.No último dia do evento (14), foi realizada visita à Floresta certificada pelo Cerflor e reconhecida pelo PEFC da empresa International Paper, em Mogi Guaçu, em São Paulo, com o objetivo de apresentar os conceitos e a aplicação prática do manejo florestal sustentável no cotidiano das organizações brasileiras.De origem europeia, o PEFC passou a ter um caráter mundial com a adesão de países como Canadá, Estados Unidos, Austrália, Brasil, Chile e Malásia e, com isso, começou a fazer suas Assembleias Gerais anuais nos diversos continentes.
