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Frutas para exportação
O Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade – Ibametro - iniciou em Juazeiro, norte do Estado, as pré-auditorias para certificar produtores de uva e manga com base nas normas da Produção Integrada de Frutas (PIF) e Eurep-GAP, ambos considerados grandes aliados para o fruticultor que deseja garantir suas exportações e ampliar mercados. O programa de certificação é realizado em parceria com o Sebrae-Bahia e beneficiará, só nessa primeira etapa, um total de 20 produtores da região.
O PIF é um sistema que assegura a produção de frutas de alta qualidade, de acordo com os padrões internacionalmente exigidos quanto à tecnologia, rastreabilidade, competitividade, controle de agroquímicos, segurança alimentar e ambiental. O Eurep-GAP, por sua vez, é o protocolo de boas práticas agrícolas para o mercado europeu. No estágio da pré-auditoria, é feita uma avaliação ampla do sistema produtivo para identificar se o fruticultor terá de promover ajustes para atender aos requisitos técnicos antes de se submeter à auditoria de certificação propriamente dita. Por enquanto, o Ibametro já realizou quatro dessas avaliações.
Os primeiros contemplados são associados da Cooperativa Agrícola Juazeiro da Bahia (CAJ), que reúne 80 produtores que exportam uva para o Reino Unido, Alemanha, Holanda, Espanha e Estados Unidos. O responsável pela área de certificação da cooperativa, Lizandro Augusto Fonseca, diz que a CAJ já informou a relação dos produtores interessados nessa primeira fase de certificação e agora prepara o plano de custo, que apontará os investimentos necessários à certificação.
— Já sabemos que a maior parte das despesas será com a construção de estações de calda para o manuseio de agroquímicos e, em alguns casos, de packing houses, afirma o técnico.
A boa notícia para o setor produtivo é que existem recursos do Sebrae previstos justamente para apoiar o pequeno produtor no processo de certificação.
Bônus Certificação
O montante já assegurado é suficiente para atendimento de 18 fruticultores este ano. Independentemente disso, o Sebrae-Bahia também enviou projeto à sua representação nacional que prevê a liberação do Bônus Certificação para 50 produtores da região de Juazeiro (ou seja, se a proposta for aprovada, haverá condições de contemplar um número maior de fruticultores ainda este ano).
O Bônus é fruto de convênio entre o Sebrae e Inmetro e se destina a cobrir custos de certificação com auditorias, inspeções, ensaios, além de despesas com viagens. Por esse programa, o Sebrae entra com 50% dos custos e o produtor com a outra metade.
Além do suporte financeiro, o Sebrae-Bahia tem atuado na capacitação dos produtores para disseminação das boas práticas, e em 2005 já havia apoiado um grupo de 10 produtores de uva que foram certificados com o Eurep-GAP. "Este ano, com a parceria que fechamos com o Ibametro, a meta é dobrar o número de fruticultores beneficiados", informa o gestor do Projeto de Fruticultura do Sebrae, em Juazeiro, Rinaldo Moraes.
O Ibametro atua na área de certificação de frutas desde 2004 e já certificou 32 fruticultores de uva e manga de Petrolina (PE), no Vale do São Francisco. Nessa região, especificamente, o Ibametro trabalha em parceria com a empresa pernambucana Santec, responsável pelas auditorias de Eurep-GAP. As pré-auditorias na região de Juazeiro começaram em maio e prosseguem nos próximos meses, com base no cronograma que vem sendo montado com o Sebrae e os produtores.
"Caso o Bônus seja aprovado, a nossa estimativa é que até dezembro o Ibametro possa auditar 30 produtores", prevê o chefe da Agência Regional do Instituto em Juazeiro, Angelino Neto. Na região, o atendimento ao produtor é facilitado pela unidade de Juazeiro, explica Angelino, que está à disposição dos interessados para esclarecer como é o processo de certificação. A agência promove, inclusive, reuniões periódicas com os clientes de certificação para dar acompanhamento direto ao produtor.
Exportações
O Vale do São Francisco é o principal pólo de fruticultura irrigada do País, responsável por mais de 90% das exportações nacionais de uva e manga. Em 2005, a região exportou 48 mil toneladas de uva, com receita de US$ 102 milhões. Os cooperados da CAJ, em especial, enviaram para o mercado externo 1,6 milhão de caixas do produto em 2005. Este ano, mesmo quem já exporta com regularidade terá de fazer ajustes para manter o relacionamento com os importadores.
"Para os produtores, o certificado da PIF é uma garantia de vendas no mercado interno, enquanto o certificado do Eurep-GAP representa a manutenção das vendas para o exterior", diz Fonseca. Segundo ele, a partir deste segundo semestre a tendência é aumentar o grau de exigência quanto às certificações, e quem não cumprir o requisito, poderá perder vendas mesmo nos mercados em que já atua, como é o caso do europeu. "Temos de nos antecipar e é isso que estamos fazendo".
Fonte: Assessoria de Comunicação Social