Apresentação
A Fundação Nacional de Artes, com o objetivo de estimular o design e celebrar os 200 anos da soberania nacional, lançou o Prêmio Funarte Medalhas do Bicentenário da Independência do Brasil. Com a Iniciativa, dez projetos foram contemplados com R$ 10 mil cada e trouxeram reflexões acerca desta data tão importante para o país.
Em 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, D. Pedro I deu o seu famoso “grito de independência”. O fato foi crucial para o rompimento dos laços de Reino Unido à Portugal e Algarves e marcou o início de um novo período cultural, sociológico, histórico e econômico para o Brasil, que passou a ser uma nação autônoma.
Vale destacar que o movimento de Independência estava sendo discutido há meses e se deu em função de alguns episódios, como a volta de D. João VI à Europa, o Dia do Fico e por pressão dos pensamentos Iluministas.
Dessa forma, os trabalhos premiados se inspiraram no simbolismo do Bicentenário da Independência do Brasil. Fatores como o céu estrelado, o Rio Ipiranga e figuras representativas fazem parte do design das medalhas.
Nesta exposição virtual, o público pode conferir os dez projetos vencedores. Aqui, além das imagens das medalhas, cada autor apresenta a estética de seu projeto em texto. A exposição também conta com recursos de acessibilidade, como audiodescrição e Libras.
TRABALHOS
Grito do Ipiranga
Sergio Augusto Medeiros
- SOBRE A OBRA – O grito é gerado pela emissão de uma voz aguda e estridente, produzida com esforço e de maneira que possa ser ouvida à distância. Ele é produzido na laringe, onde se encontram as pregas vocais que, graças ao fluxo de ar expirado dos pulmões, realizam movimentos vibratórios. Com base no estudo do aparelho fonético e na numismática, foi criada uma medalha em referência ao suposto grito "Independência ou Morte" de D. Pedro I, proferido nas proximidades do riacho do Ipiranga em 7 de setembro de 1822.
- SOBRE O ARTISTA – Nascido em 1993, Sergio Augusto Medeiros é artista visual com pesquisas que se concentram em locais específicos, muitas vezes, decorrentes de intervenções em linguagens, que fornecem suportes para montagens, instalações, pinturas, websites, desenhos, publicações, textos, apresentações, dentre outros. Nos recursos metalinguísticos utilizados, as ideias partem de técnicas determinantes que recuperam formatos simuláveis da autoria. Atualmente, cursa doutorado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Lábaro Estrelado
Vicente Repolês Oliveira Pessôa
- SOBRE A OBRA – Esta medalha é um símbolo de continuidade: Império e República são vistas, aqui, como duas fases de um mesmo corpo político — duas idades de uma só nação. Suas bandeiras seguem um mesmo esquema alegórico: estrelas brancas sobre fundo azul para representar o número de províncias imperiais e estados da federação. Ao escolher as estrelas como elemento básico, Vicente Pessôa ressalta as partes que compõem o todo e aponta para uma das principais características do Brasil: a união orgânica de partes multifacetadas.
Os materiais escolhidos reforçam a síntese: a base de ágata azul, mineral abundante, é o corpo; o aro de ouro com liga de prata é a alma: união de opostos, a fronteira, os limites da ação; os diamantes e sua luz, duros, puros e brilhantes, são imagens da inteligência e do espírito, sem os quais nenhuma nação subsiste. A medalha simboliza, assim, a paisagem natural do Brasil, suas unidades políticas e, por fim, cada um dos brasileiros. Uma síntese do Brasil. - SOBRE O ARTISTA – Vicente Pessôa é designer gráfico formado pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Especialista em identidades visuais, projetos editoriais e modulares. Desde 2019, é o responsável pelo design do Clube de Literatura Clássica.
Ipiranga, rio da independência
Vinicius Ladivez
- SOBRE A OBRA – De acordo com registros históricos da época, a proclamação da Independência do Brasil aconteceu no dia 7 de Setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga. Para celebrar o bicentenário deste marco, a medalha “Ipiranga, rio da independência” apresenta, em baixo relevo, o traçado do riacho do Ipiranga dividindo o círculo em duas partes, assim como a independência divide a história do Brasil. A parte áspera da medalha representa o Brasil sob domínio de Portugal e a parte polida representa o Brasil independente. No verso da medalha, o traçado do rio aparece novamente com o texto “Bicentenário da Independência do Brasil”, acompanhado dos números 1822, ano da independência e 2022 ano da comemoração do bicentenário.
- SOBRE O ARTISTA – Formado em Tecnologia Mecatrônica, pelo SENAI (2006). Designer pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2016). Cursou 1 ano de Industrial Product Design na Aston University – UK (2014-15). Trabalha como educador maker e designer autônomo.
Constelações Brasileiras
Vogas Produções
- SOBRE A OBRA – Constelações Brasileiras conjuga as artes visuais com as novas tecnologias. A medalha apresenta uma estética contemporânea e conceitualmente celebra o bicentenário a partir de uma imagem universal e simbólica. As constelações e as estrelas que representam os estados brasileiros se mostram posicionadas na medalha exatamente como estiveram no dia do bicentenário. Uma visão imponente e celeste difundida pela arte medalhística. As estrelas que figuram na bandeira nacional atual formam parte das constelações. Com o avanço da ciência e das novas tecnologias foi possível visualizar de antemão o posicionamento exato das constelações no dia da celebração do bicentenário da independência do Brasil (7 de setembro de 2022). Utilizar a imagem gráfica das constelações para representar o caminho e a trajetória do Brasil nesses 200 anos, foi a inspiração para criar uma medalha que representa trajetória, emancipação e firmamento.
- SOBRE O ARTISTA – Xabier Monreal é design, artista visual e músico formado pela Escola Massana em Barcelona. Fernanda Vogas é artista visual, produtora e mestra em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fernanda e Xabier trabalham juntos desde 2010, quando foram selecionados para participar do projeto Gesamt do cineasta Lars Von Trier. Seus trabalhos já foram premiados e exibidos em importantes festivais nacionais e internacionais. São sócios da Vogas Produções e realizam projetos para o Centro Cultural Banco do Brasil, Caixa Cultural, Centro Cultural Oi Futuro, Espaço Cultural BNDES, entre outros.
Moeda Sabiá- Laranjeira BICENTENÁRIO
Tairo Lisboa Montagner
- SOBRE A OBRA – A Sabiá- Laranjeira BICENTENÁRIO em comemoração do Bicentenário da Independência criada pelo artista multimidia Tairo Lisboa é exclusiva para participação do edital Prêmio Funarte Medalhas do Bicentenário da Independência do Brasil. O objetivo foi expressar em seu designer “o sentimento de liberdade da Independência do Brasil” utilizando a simplicidade de elementos gráficos, sendo construído exclusivamente toda tipografia das letras e dos números, assim como também o desenho de um sabiá-laranjeira, utilizando com referência a “estética lúdica do universo das crianças”.
As cores presentes na obra são o azul, o branco e o amarelo; tendo a paleta de cores referendada do símbolo da Bandeira Nacional Brasileira. O azul com expressão da liberdade, sendo baseado no céu. A cor branca simboliza o desejo de paz e o amarelo a riqueza presente em nossa fauna, flora e população brasileira.
A iconografia presente é o desenho original de um “Sabiá-Laranjeira”, que é um pássaro presente em vários estados brasileiros, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, sendo uma ave importante na Fauna Brasileira e também reconhecido como símbolo nacional em 3 de outubro de 2002 por decreto oficial.
Várias poesias expressando a liberdade, como por exemplo a “Canção de Exilio de Gonçalves Dias, assim como também músicas de Luiz Gonzaga e Zé Dantas intitulada “Sabiá” e dentre outros artistas.
A ideia de cunhar a imagem do Sabiá-Laranjeira é expressar o sentimento de liberdade de independência promovido pelo signo de um pássaro, assim como fortalecer o sentimento de pertencimento da fauna brasileira entre as diferentes idades, mas principalmente entre as crianças. “Em tupi, sabiá significa “aquele que reza muito”, em alusão à voz dessa ave. Segundo uma lenda indígena, quando uma criança ouve, durante a madrugada, no início da primavera, o canto do sabiá, será abençoada com muita paz, amor e felicidade”.
Outro signo visual são as estrelas, sendo as 27 estrelas, também tendo como referência o símbolo nacional da Bandeira Nacional Brasileira, representando os Estados Brasileiros. - SOBRE O ARTISTA – Tairo Lisboa é um multiartista residente em São Luís - MA e brincante da cultura popular maranhense como Cazumba. Realiza também trabalhos audiovisuais que se conectam com o poético e o lúdico presentes nas tradicionais brincadeiras regionais, a exemplo do Samba, Tambor de Crioula, Dança do Pela Porco, Bumba meu Boi e outras manifestações. Atualmente faz parte do coletivo @ikiru_ubuntu que desenvolve exposições e performance para crianças e promove o direito do brincar na primeira infância!
Medalha ID Nação Brasil
Gonçalo Rodrigues Guerra da Silveira
- SOBRE A OBRA – O design da medalha ‘Nação Brasil’ foi pensado em função da sintetização de símbolos da identidade nacional. A ideia do trabalho era ser minimalista, tanto para modernizar o design, mas também com o objetivo desta simplicidade abarcar qualquer uma das múltiplas faces do Brasil, sem uma característica específica regional. A referência escolhida como o objeto síntese foi o círculo/globo da bandeira nacional, por ser um elemento facilmente identificável e como uma sugestão de uma nação de grandes dimensões, formada pela integração de vários povos e das múltiplas culturas regionais. A Medalha trabalha com frente e verso em baixo relevo, com sugestão de material em bronze, por sua característica próxima a uma cor de terra ligada à ideia de raízes e território. A frente da medalha trabalha com o globo da bandeira nacional e com a legenda envolta com a frase do Bicentenário e no verso da medalha estão gravados os numerais correspondentes a passagem dos 200 anos (1822 – 2022).
- SOBRE O ARTISTA – Gunga Guerra (Gonçalo R Guerra) é um artista visual nascido em Moçambique e radicado no Rio de Janeiro. Utiliza várias formas de expressão como a pintura, o desenho e a arte digital. Com formação em Comunicação Social e MBA em Novas Mídias de Tecnologias Digitais, participa de vários salões de arte e tem prêmios tanto nas artes plásticas como em vídeo.
200 anos da Independência e da nossa Numismática
Fagner Maximo da Silveira
- SOBRE A OBRA – O projeto apresenta uma alusão a uma moeda do período imperial. O Anverso foi inspirado na moeda prova de 40 réis do período do Imperador Dom Pedro I. O verso apresenta as duas moedas alusivas ao centenário e ao sesquicentenário da independência, em composição formando o numeral 200. A proposta liga o antigo ao novo, com as duas moedas sobrepostas, bem como a ligação do passado com o presente e a data comemorativa.
- SOBRE O ARTISTA – Graduado em Artes Visuais (Bacharel), pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), em Criciúma - SC, Turma 2006-2010. Pós-Graduação em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia (EAD) pela Faculdade Cândico Mendes/Ministério da Saúde - 2015. Curso em Saúde Mental e Atenção Psicossocial. (2014-2015). Curso de Fotografia: Edição e Tratamento de imagens, pela UNESC, Turma 2008-2009. Curso de Comunicação em Arte: Formação do Mediador, pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), em Porto Alegre - RS, Turma 2008. Curso de Design: Corel Draw - Edição de Arte e Pacote Adobe - Edição de Imagem. Curso de Edição de Vídeo e Som: Formação do artista em Instalações contemporâneas, mediado pela Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.
Conquista Brasileira
Ana Paula Pires Braz Carvalho
- SOBRE A OBRA – A medalha "Conquista Brasileira", criada por Ana Paula Braz, é uma medalha comemorativa do Bicentenário da Independência do Brasil, feita de ouro inspirado no estilo modernista. Após pesquisa da história da Independência do Brasil, a artista criou croquis feito à mão e a melhor composição foi desenvolvida e finalizada em ilustração vetorial. Os personagens históricos presentes nela são: D. Pedro I, Maria Quitéria, Joana Angélica, Maria Felipa, Sepé Tiaraju e Frei Caneca. Uma homenagem aos heróis e heroínas, de diferentes raças e classes sociais, que mesmo atuando em lutas separadamente, estavam unidos em prol da independência do país, resultando na consolidação do Brasil como nação. A obra visa conscientizar o povo brasileiro no século XXI sobre a importância desta união, além de mostrar que o respeito e a democracia são a melhor forma de obter novas conquistas para o Brasil. Para que, assim, haja um futuro de paz e a ordem e o progresso não fiquem apenas no hino e na bandeira.
- SOBRE A ARTISTA – Do audiovisual à ilustração, apaixonada por design. Ana Paula Braz é artista visual premiada e Bacharela Interdisciplinar em Artes com Concentração em Cinema e Audiovisual, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Trabalha como editora de vídeo há mais de 10 anos, mas também é ilustradora, videomaker e fotógrafa.
India Dionisia
Andre Migliavacca
- SOBRE A OBRA – Partindo do interesse artístico em pesquisar, interpretar e apresentar visualmente um dos personagens mais icônicos do amplo processo da Independência do Brasi, ocorrido no século XIX, o artista André Caliman aproveitou a oportunidade para resgatar a India Dionisia através de uma ilustração, oferecendo ao povo brasileiro uma oportunidade de se reconectar com uma parte perdida na nossa sociedade e de repensar qual a nossa "cara". "- Corram e não voltem! - disse Dionísia, enquanto expulsava de seu povoado padres e políticos que não eram sensíveis à causa indígena de garantir seus direitos e a liberdade." Considerando as novas luzes lançadas pela historiografia atual, a obra "India Dionisia" busca representar artisticamente a participação dos povos originários no processo de Independência do Brasil, uma vez que representações fotográficas foram reservadas apenas aos chefes militares, religiosos, políticos ou próximos a estes.
- SOBRE O ARTISTA – André Caliman é ilustrador e quadrinista. É autor do projeto artístico “O Viajante Ilustrado” (2020) e da novela gráfica “O Mistério do Pirata Avarento” (2021), além da webcomic “As Andanças por Terra e Mar do Cavaleiro da Ilha de Vera Cruz”. Em 2022, lançou o projeto multimídia “As Vidas da Independência do Brasil”.
7/set [200 anos]
STUDIUM GENERALE
- SOBRE A OBRA – A medalha proposta apresenta como pano de fundo na textura a imagem do mapa do Brasil de 1822, traduzindo a memória das demarcações de nosso país aquela época. Por meio de uma foto antiga deste mesmo mapa, respeitando a aparência dos traços de sua época, foi sobreposto um relevo cunhado de Dom Pedro l representando a autoridade máxima de nosso povo e sua gana por lutar pela independência do Brasil. A medalha é dourada e prateada, fazendo referência ao metal mais precioso que temos: o ouro, que é oferecido aos vencedores, que sobreposto a prata nos traz um contraste equilibrado ressaltando nosso personagem principal, que merece ser lembrado e celebrado.
- SOBRE O ARTISTA – Laerte Ramos, artista visual e designer de joias, atua há 25 anos como agente cultural tendo realizado exposições pelo Brasil em todas as cinco regiões, e projetos fora do Brasil com instituições parceiras na Suíça, Holanda, França, Portugal e China. Graduação: Bacharel em Artes Plásticas 1997/2001 pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP e Licenciatura em Artes Plásticas 1997/2002 também pela FAAP.