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Projeto COPE do Cemaden publica sobre a preparação intersetorial dos governos frente a eventos extremos de tempo e clima
Pesquisadores do projeto COPE (Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos) acabam de publicar o capítulo de livro: Preparação intersetorial de governos municipais ante eventos extremos de tempo e clima (para acessar o capítulo, clique aqui). O trabalho apresenta uma análise produzida após a realização de trabalho de campo no município de Nova Friburgo (RJ), em dezembro de 2024, que contou com atividade de mesa redonda e grupos focais envolvendo as secretarias de Defesa Civil, Assistência Social e Meio Ambiente da cidade. Na ocasião, participaram, também, representantes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e de organizações da sociedade civil.
O projeto COPE está vinculado ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) — unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) — e tem apoio Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) (processo 2022/02891-9).
O capítulo faz parte da obra Gestão de Desastres & Sistemas Complexos no contexto de Mudanças Climáticas, publicado pela Editora Rima em outubro de 2025 (para acessar a obra completa,clique aqui).
Organizadores e proposta da publicação
A publicação “Gestão de desastres e sistemas complexos no contexto das mudanças climáticas” foi organizada por Anaí Floriano Vasconcelos, Norma Valencio, Renata Bovo Peres — que são professoras do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) —; Daniela Baptista, mestranda em Ciências Ambientais pela UFSCar; Israel Henrique Buttner Queiroz, Mestre em Ciências Ambientais pela UFSCar; e Ana Elisa Teixeira da Silva, Doutoranda em Ciências Ambientais pela UFSCar.
Com os múltiplos fatores que influenciam na compreensão dos desastres socioambientais, os organizadores trazem uma coletânea de 25 capítulos, os quais abordam variadas dimensões da investigação, em torno da complexidade dos desastres.
Seguindo essa proposta, o sociólogo Victor Marchezini, que é professor do Programa de Pós-Graduação em Desastres (PGDN/ICT-Unesp/Cemaden e do Programa de Pós-graduação em Ciência do Sistema Terrestre (PGCST/INPE), o mestrando André Cotting, da PGDN/ICT-Unesp/Cemaden, bolsista Fapesp no Projeto COPE (processo 2024/00164-8), e as doutorandas Karolina Gameiro (bolsista Capes) e Monique Polera (bolsista Fapesp, processo 2024/03072-7), da PGCST/INPE, escreveram um capítulo a partir das observações feitas após workshop do Projeto COPE, realizado em Nova Friburgo (RJ). Na ocasião, as secretarias municipais apresentaram ações e desafios relacionados à gestão de riscos e desastres no município.
Também foram discutidas as capacidades e vulnerabilidades do governo e das comunidades diante dos eventos extremos na cidade. Conhecida por seu histórico de mais de 400 fatalidades, no ano de 2011, quando inundações, deslizamentos e corridas de detritos impactaram sete municípios da região serrana do Rio de Janeiro.
“Em Nova Friburgo/RJ, reunimos as diversas secretarias municipais, ONGs e moradores(as) para discutir os desafios de preparação ante eventos extremos de tempo, como as chuvas intensas, secas extremas e ondas de calor”, explica o sociólogo Marchezini.
Recomendações dos autores no capítulo “Preparação intersetorial de governos municipais ante eventos extremos de tempo e clima”
No capítulo publicado, os autores identificaram três tópicos principais relacionados à preparação para eventos extremos: as limitações de recursos humanos e financeiros das secretarias municipais; a importância da intersetorialidade (relacionada à articulação, governança e colaboração entre as secretarias); e a relevância da participação social em ações de preparação.
A necessidade de maior articulação teve destaque entre as três dimensões, como destaca a doutoranda Karolina Gameiro Cota Dias, do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Sistema Terrestre (PGCST/INPE): "A atuação intersetorial, mesmo que prevista nos planos de contingência, ainda é um desafio na prática, assim como a própria comunicação entre estes atores." afirma a pesquisadora. Explica que, durante a mesa-redonda, um claro exemplo foi a ambiguidade do termo ‘PCD’ que, para a Defesa Civil, se refere à ‘plataforma de coleta de dados’ enquanto para a Assistência Social, refere-se a ‘pessoas com deficiência’. "Medidas para fortalecer o engajamento da população, por meio de ações de capacitação e comunicação, também foram enfatizadas pelos participantes da atividade”, aponta a pesquisadora Dias.
Como recomendação final, os autores também apontam a necessidade de estudos mais aprofundados ou que façam uso de outras metodologias de pesquisa. Dessa forma, contribui para a redução de vulnerabilidades e para o fortalecimento das capacidades de governos, diante de eventos extremos, cada vez mais intensificados pelas mudanças climáticas.
Projeto COPE
O Projeto Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos (COPE) tem integrado atividades de ensino, pesquisa e extensão, com o objetivo de subsidiar a implementação de políticas públicas de preparação para eventos extremos. Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) (processo 2022/02891-9), o COPE terá a duração de mais três anos, com vigência no período de 01 de setembro de 2023 a 31 de agosto de 2028.
Do Cemaden, além do coordenador Victor Marchezini, participam do projeto os pesquisadores Giovanni Dolif, José Marengo, Luciana Londe e Silvia Saito, e os tecnologistas Caroline Mourão e Tulius Dias Nery, especialistas da Sala de Situação do Cemaden. O projeto conta ainda com a participação das professoras Gabriela Lotta (FGV), Tatiana Sussel Mendes (ICT/Unesp), Giselly Rodrigues Gomes (Instituto dos Cegos do Estado do Mato Grosso), de João Porto de Albuquerque (Universidade de Glasgow), e de Reinaldo Soares Estelles (Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil). Há também a participação de doutorandos(as) e mestrandos(as) do PGDN-ICT/Unesp-Cemaden e PGCST/INPE. Ao longo do projeto são previstas atividades voltadas a organizações públicas, ONGs e outras organizações interessadas.
Acompanhe as novidades do Projeto COPE no Instagram: @projetocope (https://www.instagram.com/projetocope/)
Para acessar gratuitamente o capítulo: https://editorarima.com.br/wp-content/uploads/2025/10/Gestao-de-Desastres-Sistemas-Complexos-no-Contexto-de-Mudancas-Climaticas_Capitulo-10.pdf
Para acessar gratuitamente o livro eletrônico: https://editorarima.com.br/wp-content/uploads/2025/10/Gestao-de-Desastres-Sistemas-Complexos-no-Contexto-de-Mudancas-Climaticas.pdf
Fonte: Ascom/Cemaden (MRO)
