Notícias
Cientistas influentes
Três cientistas do Cemaden classificados como mais influentes em políticas públicas na área do clima e extremos climáticos
O climatologista Jose Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento e a pesquisadora Liana Anderson, da área de gestão do risco e de impactos associados a incêndios florestais e impactos de extremos climáticos — ambos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI) — estão na lista dos 107 cientistas brasileiros que mais influenciam decisões no mundo, conforme o relatório publicado neste mês (novembro) pela Agência Bori e a Overton, plataforma internacional que trabalha com ciência e políticas públicas. A pesquisadora em Secas, Ana Paula Cunha, coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, está na relação de 50 cientistas do Brasil com mais menções em documentos relacionados ao “Objetivo de Desenvolvimento Sustentável -ODS 13: Ação contra a mudança global do clima”. A ODS 13 é um objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU), parte da sua Agenda 2030.
No relatório “Os pesquisadores brasileiros que mais influenciam políticas públicas”, para a elaboração da lista de 107 pesquisadores (as) brasileiros (as) influentes, a agência considerou as menções em documentos estratégicos, relatórios técnicos e pareceres usados por governos, organismos internacionais e organizações da sociedade civil. Esse levantamento foi feito no período de 2019 até a data da extração das informações, em julho de 2025.
Destaque na área de clima e mudanças climáticas e influência além da produção científica
Conforme o Relatório da Bori e Overton, Jose Marengo, aparece com o registro de 426 documentos científicos e 124 artigos publicados no período levantado, classificado em 18º, na lista dos 107 cientistas brasileiros mais influentes no mundo.
Marengo está entre os 19 pesquisadores considerados influentes, além dessa produção científica, aponta o relatório. É influente no mundo na temática clima, mudanças climáticas e eventos extremos. “Este grupo alimenta relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), participa de negociações internacionais e influencia diretamente políticas nacionais de mitigação e adaptação. O escopo vai de modelagem climática global à medição dos impactos de ondas de calor, passando pelo monitoramento da poluição do ar e seus efeitos na saúde.”, cita o relatório. Considera, também, que esses especialistas têm sido decisivos para traduzir dados técnicos em mensagens claras sobre riscos, vulnerabilidades e soluções, municiando desde gestores municipais até ministérios federais.
Documentos relacionados ao desenvolvimento sustentável (ODS 13) e debates na COP30
Marengo também está destacado nos documentos relacionados a políticas públicas ligadas ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 13), dentre os 50 cientistas com mais menções, com influência nacional nas políticas públicas e ação relacionada à mudança global do clima, a ser discutida na COP30 no Brasil. Nessa área, foi citado a sua influência no estudo “Mudança do Clima no Brasil: Síntese Atualizada e Perspectivas para Decisões Estratégicas”, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que consolida evidências nacionais para a formulação de estratégias climáticas.
Mulheres cientistas influentes e na menção relacionado ao ODS 13
O Relatório da Bori e Overton apontou que há baixa presença de mulheres entre os pesquisadores do Brasil que mais influenciam políticas públicas: das 107 pessoas mapeadas, apenas 22 são mulheres, o que corresponde a 20,5% do total.
Dentre as cientistas brasileiras, está a pesquisadora Liana Anderson — que atuou no Cemaden desde 2014 até meados deste ano — na área de gestão do risco e de impactos associados a incêndios florestais e impactos de extremos climáticos, nos ecossistemas e populações amazônicas.
No período levantado de 2019 a julho de 2025, Liana Anderson tem o registro de 172 documentos científicos e 44 artigos publicados, classificada em 90º lugar entre os cientistas brasileiros influentes no mundo. Também está na lista dos 50 cientistas brasileiros mais influentes da ODS-13: Ação contra a mudança global do clima”, com menção em 136 documentos e 34 artigos relacionados a essa temática.
Outra mulher destacada, também do Cemaden, é a pesquisadora em Secas, Ana Paula Cunha, que está na Relação de 50 pesquisadores do Brasil com mais menções em documentos relacionados ao “ODS 13. Foram 81 documentos e 30 artigos mencionados em documentos relacionados ao ODS 13: Ação contra a mudança global do clima”.
Acesso ao relatório
O relatório completo pode ser acessado no site da Agência Bori pelo link https://abori.com.br/
Currículo
Jose Antonio Marengo Orsini possui graduação em Física y Meteorologia - Universidad Nacional Agraria (1981), mestrado em Ingenieria de Recursos de Agua y Tierra - Universidad Nacional Agraria (1987) em Lima, Peru e doutorado em Meteorologia - University of Wisconsin - Madison (1991) EUA. Fez pós-doutorado na NASA-GISS e Columbia University em Nova York e na Florida State University na Florida, EUA em modelagem climática. Atualmente é pesquisador titular e Coordenador Geral de Pesquisa e Desenvolvimento no CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação MCTI, onde trabalha com eventos extremos, desastres naturais e redução de risco aos desastres. É professor na pós-graduação do INPE e da UNESP. Ele também é Professor adjunto da Korea University de Seul, Corea do Sul. É membro de vários painéis internacionais das Nações Unidas e de grupos de trabalho no Brasil e no exterior sobre mudanças de clima, e mudanças globais. Consultor na área de estudos ambientais de mudanças globais, impactos, vulnerabilidade e adaptação as mudanças climáticas e parecerista de diversas revistas científicas e de agencias financiadoras nacionais e internacionais. É autor de mais de 250 artigos, capítulos de livros, livros, relatórios técnicos e trabalhos de congressos. Participa atualmente de vários projetos de pesquisa, com instituições brasileiras, inglesas, francesas e americanas, e têm intensificado atividades de docência e orientação de pesquisa, além de ser membro ativo em vários conselhos participativos de clima e hidrologia, mudanças climáticas e globais. Ele tem liderado o WMO State of Climate for Latin America and Caribbean de 2020 a 2025. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Amazônia, clima, mudança de clima, e modelagem de clima. Foi membro do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, CLA y RE dos Relatórios do IPCC AR5 e AR6 GT1 e 2, e atualmente do IPCC AR7. É Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, e da The World Academy of Sciences (TWAS). Foi e membro do Comitê Assessor de Ciências Ambientais do CNPq, e atualmente é editor associado do International Journal of Climatology, Geosciences, e da Anais da Academia Brasileira de Ciências. Membro do Painel Científico da Amazônia SPA, Comite Científico de Adaptação e Resiliência Climática do estado de Rio Grande do Sul, e do SPI da Convenção Quadro das Nacões Unidas para Combate à Desertificação. Foi selecionado pelo Clarivate como um dos mais influentes e altamente citados pesquisadores na área de geociências no mundo em 2019, 2020, 2022, 2023 e 2024.
Liana Oighnstein Anderson possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (2001), mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE,2004), com treinamento na Universidade de Maryland (EUA, 2003), Doutorado pela School of Geography and the Environment da Universidade de Oxford (Inglaterra, 2006-2011) e Pós-Doutorado pelo Environmental Change Institute da Universidade de Oxford (2011-2014). Foi Pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) entre 2014 e 2025. Em 2025 iniciou a atuação como Pesquisadora no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, onde também é docente da Pós-Graduação do curso de Sensoriamento Remoto. Co-lidera o laboratório TREES lab (Tropical Ecosystems and Environmental Sciences lab), onde desenvolve pesquisas junto a jovens pesquisadores de iniciação científica a pós-doutorado nas temáticas de gestão do risco e de impactos associados a incêndios florestais e impactos de extremos climáticos nos ecossistemas e populações amazônicas. Página pessoal - http://www.liana-anderson.org/Página do laboratório - https://www.treeslab.org/Desde março de 2017 , Liana possuiu Bolsa de Produtividade do CNPq (processo 309247/2016-0; 314473/2020-3; 307364/2025-9)
Ana Paula Martins do Amaral Cunha possui graduação em Física pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004). Mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007) na área de micrometeorologia, com enfoque em calibração de modelo de superfície para área de caatinga. Doutorado em meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2013) com enfoque em impactos climáticos das mudanças dos usos e cobertura na região semiárida. Tem experiência em modelagem de processos de superfície, aplicação de dados de Sensoriamento Remoto em modelos de interação biosfera-atmosfera e calibração e validação de modelos de superfície. Atualmente é pesquisadora no Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), onde desde 2016 desenvolve pesquisas voltadas para o Monitoramento e Avaliação do Risco de desastres associados às secas em todo o Brasil. Desde 2015, é membro do Comitê Gestor do Programa Garantia-Safra do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e contribui sistematicamente na verificação de perdas agrícolas em razão da seca. Desde 2019, é docente no Programa de Pós-Graduação em Desastres (ICT/Unesp - Cemaden/MCTIC) onde ministra as disciplinas "Monitoramento e previsão de riscos de secas" e "Mudanças climáticas e desastres naturais". Entre 2021 e 2022 foi pesquisadora visitante na Universidade de Augsburg - Alemanha, onde na ocasião desenvolveu um projeto de pesquisa no tema de eventos compostos de seca e calor, financiado pela Deutscher Akademischer Austauschdienst - DAAD.
Fonte: Ascom/Cemaden (MRO)