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Cemaden promove diálogo sobre inclusão, diversidade e equidade
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), realizou na última quarta-feira (9) uma roda de conversa com o tema “Equidade e Combate a Todas as Formas de Discriminação e Assédio”. O evento, promovido em formato híbrido (presencial e com transmissão ao vivo pelo canal do Cemaden no YouTube), marcou um passo importante na implementação da Portaria nº 8.885/2025, que institui o Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação no âmbito do MCTI.
Na abertura, a diretora do Cemaden, Regina Alvalá, destacou a importância da pauta para o ambiente institucional e social: “É extremamente importante debater e erradicar a discriminação e o assédio nas instituições — e em todos os espaços de convivência social — para que prevaleçam o respeito, a ética, o companheirismo e a união entre as pessoas, independentemente de idade, gênero, cor ou raça. O que deve prevalecer é a competência, o respeito mútuo e a convivência harmoniosa, bases para que as instituições cumpram suas missões de forma profissional, ética e inclusiva”, afirmou a diretora.
Durante o evento, a coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, pesquisadora Ana Paula Cunha, apresentou os servidores nomeados para a Comissão de Inclusão, Diversidade e Equidade (CIDE), instituída pela Portaria nº 535/2025, que criou o Programa de Inclusão, Diversidade e Equidade do Cemaden. “Nosso objetivo é estabelecer diretrizes que promovam ações eficazes de prevenção, acolhimento, apuração, responsabilização e mediação de conflitos, contribuindo para ambientes de trabalho seguros, inclusivos e livres de qualquer forma de violência”, destacou.
Compõem a comissão sete membros, designados pela Direção, entre servidoras e servidores do Cemaden, com previsão de atualização de sua composição a cada dois anos.
A presidente da Comissão e tecnologista sênior da Sala de Situação do Cemaden, Regla Somoza, moderou o diálogo da roda de conversa e enfatizou o papel transformador do serviço público: “É uma honra contar com mulheres líderes e protagonistas na defesa e implementação de programas de diversidade em instituições públicas. O setor público tem papel estratégico na construção de políticas e instituições mais justas, acessíveis e verdadeiramente democráticas. Diversidade é tema prioritário na agenda global.”
Apresentações do Diálogo: “Equidade e combate a todas formas de discriminação e assédio”
Elisangela Lizardo, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), foi a primeira painelista do evento. Informou que, desde o final de 2023, o governo federal instituiu assessorias de participação social (ASPAD), integrando o Sistema Nacional de Participação Social, coordenado pela Secretaria Geral da Presidência. “O objetivo é a retomada e o fortalecimento da democracia participativa no Brasil, sobretudo na reestruturação dos órgãos federais” afirma Elisangela Lizardo. Apresentou alguns dados de pesquisa, analisando os aspectos e desafios de inclusão, diversidade e equidade. “Os diálogos sociais fortalecem as instâncias democráticas e articulam a atuação conjunta entre Estado e sociedade civil. As unidades de pesquisa devem integrar essa rede de participação ativa.” destacou a chefe da Participação Social e Diversidade no MCTI. Também citou alguns exemplos de programas e ações inclusivas do MCTI, enfatizando a importância das unidades de pesquisas integrarem a rede de participação social.
Mychelle Alves, pesquisadora em Saúde Pública e coordenadora Colegiada do Comitê de Pró-equidade de Gênero e Raça na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), falou sobre os desafios sociais e as ações e políticas de diversidade que a Fiocruz desenvolve, tanto na questão de raça, quanto de gênero. “O comitê tem promovido diálogos constantes sobre raça, gênero e diversidade, com forte engajamento social.”, destacou Mychelle Alves. A coordenadora trouxe as experiencias do comitê da Fiocruz, exemplificadas com ações e conquistas desde sua criação como: a creche para crianças de até 5 anos, ações para acessibilidade dentro da instituição, facilidades para maternidade e amamentação, intérprete de Libras, materiais educativos acessivos e ações efetivas com mais investimentos.
“Quem somos nós? (Auto) Percepção racial na hora da validação cadastral ” foi o tema abordado por Magali Dantas, técnica judiciária no Conselho Nacional de Justiça e Professora do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores do Poder Judiciário (CEAJUD). Em sua apresentação, revisitou vários aspectos do cotidiano e do histórico da sociedade no país e no mundo, levando à reflexão sobre a dificuldade de distinguir o pertencimento racial das pessoas não brancas, assim como ocorre, geralmente, nas questões das bancas de heteroidentificação. E abordou sobre a própria autopercepção racial das pessoas, que envolve não só a cor da pele, como também julgamentos e posicionamentos para se enquadrar na convivência social. “A autopercepção racial envolve construções sociais, identitárias e históricas. É necessário encarar o racismo institucional para avançarmos na distribuição equitativa de poder também no setor público.”, ressalta Magali Dantas, do Conselho Nacional de Justiça.
Érica de Holanda Leite, chefe da Divisão de Relações Multilaterais do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) apresentou as experiências com o Comitê Estratégico de Gênero, Diversidade e Inclusão no INPI e a recepção de novos servidores e servidoras. Explanou sobre os serviços prestados pela instituição para os registros de propriedades imateriais. Citou o desafio de identificar o público atendido, mas que, desde 2021, adotando cruzamentos de dados do INPI com os dados de outras instituições, além de consultorias, puderam levantar estatísticas e identificar as desigualdades expressivas de gênero e raça, nos atendimentos de registros. “Com os impactos provocados por essa exclusão, nós perdemos talentos no Brasil, porque afinal de contas toda a inovação brasileira tem que passar pelo registro do INPI”, afirma Érica Leite. Contou sobre os desafios e as experiências de participação de todos os setores do INPI nesse comitê estratégico, que desde 2024, os membros passaram a ser escolhidos por eleição o que fortaleceu a participação interna.
A plateia presencial e virtual interagiu ativamente com as painelistas, trazendo questionamentos e reflexões que enriqueceram ainda mais o debate sobre equidade, diversidade e combate a todas as formas de discriminação e assédio, temas que ocupam lugar central na agenda global e nos desafios contemporâneos da administração pública.
“Agradeço, imensamente, a todas as painelistas pela generosidade, excelência e profundidade de suas contribuições, que proporcionaram um momento valioso de escuta, troca e aprendizado para toda a equipe e, em especial, para o recém-formado Comitê de Inclusão, Diversidade e Equidade (CIDE) do Cemaden.”, disse a presidente do comitê do Cemaden, Regla Somoza. Destacou que com a realização do evento, o Centro reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente institucional ético, plural, seguro e verdadeiramente inclusivo.
As apresentações e os debates do tema “Equidade e combate a todas formas de discriminação e assédio” estão disponíveis na íntegra no canal do Cemaden no YouTube : https://www.youtube.com/watch?v=gibaDCzPrs8
📎 Portaria e Plano Setorial MCTI
Fonte: Ascom/Cemaden (MRO)


- Painelistas debatem e respondem perguntas aos participantes da roda de conversa no Cemaden, sobre "Equidade, discriminação e assédio”
