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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – OUTUBRO/2025
Monitoramento de Secas
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3): OUTUBRO/2025
De acordo com o Índice Integrado de Secas (IIS) referente a outubro, observa-se uma intensificação das condições de seca em diversas regiões do Brasil, com destaque para o Nordeste, especialmente na área do Matopiba (que abrange Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins). O interior da Bahia também se sobressai como uma das regiões com maior déficit hídrico, com expansão das áreas classificadas como seca severa e extrema. Outra região do país que registrou agravamento, mantendo a tendência já observada no mês anterior, é a área composta por partes de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, que engloba grande parte da Bacia do Paraná. Nesses estados, a seca aumentou tanto em extensão quanto em intensidade, evidenciando a continuidade da piora no déficit hídrico. Rondônia também apresentou piora em relação a setembro, com intensificação das condições de seca em seu território.
Em termos de número de municípios, entre setembro e outubro, o número de municípios com seca moderada a excepcional aumentou de 1.849 para 2.014, indicando uma ampliação das áreas com déficit hídrico e o agravamento das condições de seca, incluindo o crescimento nas categorias moderada e severa e o aparecimento de casos de seca extrema.
Quer saber como está a situação da seca no seu município? Acesse o Mapa Interativo de Secas do CEMADEN e consulte os dados dos últimos 12 meses para qualquer município do Brasil: CEMADEN: Mapa Interativo
C. MONITORAMENTO DA SECA EM ÁREAS INDÍGENAS: OUTUBRO/2025

- Monitoramento de Secas em terras indígenas
Entre setembro e outubro, houve também um leve agravamento das condições de seca nas Terras Indígenas. O número de áreas afetadas por seca moderada aumentou de 94 para 124, enquanto os casos de seca severa passaram de 6 para 5, mantendo-se praticamente estáveis. Embora a maior parte das Terras Indígenas continue sob seca fraca ou em condições normais, o aumento de 30 áreas em situação de seca moderada indica uma expansão das regiões indígenas expostas a níveis mais significativos de déficit hídrico durante o período. Esse agravamento foi particularmente observado em Terras Indígenas localizadas no Tocantins, Rondônia, Acre e Mato Grosso.
D. MONITORAMENTO DA SECA EM ASSENTAMENTOS RURAIS: OUTUBRO/2025

- Monitoramento da Seca no Assesntamentos
Entre setembro e outubro, também se observou um agravamento das condições de seca nos assentamentos rurais, em linha com o padrão identificado no Índice Integrado de Secas (IIS) e nas Terras Indígenas. O número de assentamentos em seca moderada aumentou de 1.197 para 1.737, enquanto os casos de seca severa subiram de 33 para 328 e surgiram 34 áreas em seca extrema.
E. MONITORAMENTO DA SECA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: OUTUBRO/2025

- Monitoramento de Seca nas Áreas de Conservação
Nas Unidades de Conservação, o mês de outubro apresentou piora das condições de seca em relação a setembro. As áreas em seca moderada aumentaram de 34 para 82, e surgiram 8 UCs em seca severa, categoria que não havia aparecido no mês anterior. Essa intensificação ocorreu principalmente na região Norte — com destaque para áreas do Acre e de Rondônia — e, em menor escala, em pontos do Nordeste e do Centro-Oeste.
F. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: OUTUBRO/2025

- Monitoramento de Seca em Áreas Agroprodutivas
Em termos de áreas agroprodutivas, os municípios com mais de 80% de suas áreas potencialmente afetadas pela seca concentram-se principalmente na região do Matopiba, no interior da Bahia e em partes do Sul de Minas. Também se destacam municípios situados entre o Mato Grosso do Sul, o sul de Goiás e o noroeste de São Paulo, delineando uma ampla faixa do país onde a atividade agrícola tende a enfrentar maior pressão hídrica.
G. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
Em outubro, o Sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, apresentou seca hidrológica extrema, segundo o Índice Bivariado de Seca Precipitação-Vazão (TSI). No Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas (rio Grande) e Três Marias (rio São Francisco) estão em seca desde março e, atualmente, apresentam intensidade excepcional. As bacias dos rios Paraíba do Sul, Doce e Jequitinhonha apresentam seca variando de extrema a excepcional, enquanto no rio São Mateus a condição é severa. No Centro-Oeste, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) voltou a registrar seca em abril e, atualmente, está em condição excepcional. Também nessa região, a bacia do rio Paraguai enfrenta uma seca moderada. Entre o Sudeste e o Sul, a bacia do rio Paraná apresenta seca de severa a excepcional, exceto nas sub-bacias do rio Iguaçu, que permanecem em normalidade. As bacias afluentes das UHEs localizadas no rio Uruguai mantêm normalidade desde junho, enquanto, em Passo Real (rio Jacuí), a seca é moderada. Na região Norte, as bacias dos rios Madeira, Xingu, Tapajós e Amazonas seguem em condições normais, enquanto a bacia do rio Negro apresenta seca moderada. A bacia da UHE Tucuruí (rios Araguaia e Tocantins), entre o Norte e o Centro-Oeste, apresenta seca variando de moderada a extrema. No Nordeste, as bacias das UHEs Sobradinho (rio São Francisco) e Boa Esperança (rio Parnaíba) registraram seca extrema e excepcional, respectivamente. As previsões para os próximos 30 dias indicam condições entre a estabilidade e a leve melhora, impulsionadas por chuvas próximas à média. A melhora deve se concentrar nas cabeceiras dos rios Paraná, São Francisco e Tocantins, além dos rios Doce, Jequitinhonha, Negro, Jacuí, Parnaíba, Paraíba do Sul e no Sistema Cantareira. Nas demais regiões, prevê-se manutenção do cenário atual, com exceção das bacias do rio Araguaia e da UHE Tucuruí, onde pode haver agravamento da seca, de severa a extrema.
H. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
No início de novembro de 2025, o Oceano Pacífico apresenta sinais de um episódio de La Niña. A anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região do Niño 3.4 apresentou, na última semana, um valor médio de -0,7 °C; porém, a abrangência espacial desta região de águas mais frias é pouco extensa em comparação com outros episódios. As águas subsuperficiais permanecem mais frias do que o normal, sustentando este episódio, que deve ser curto, e extinguindo-se em janeiro-fevereiro de 2026. O cenário para o trimestre novembro-dezembro-janeiro de 2025-26 (NDJ/25-26) é de persistência do La Niña (70% de chance). As previsões sazonais mais recentes do multimodelo C3S Copernicus para o trimestre NDJ/25-26 indicam chances de chuvas abaixo da média na região Nordeste, no noroeste da Amazônia e no sul do Brasil. O multi-modelo do INMET-FUNCEME-CPTEC concorda em indicar chuvas abaixo da média na região Nordeste. As previsões subsazonais indicam um cenário de chuvas abaixo na região Sudeste, principalmente em MG, no início e no final de novembro. A região Sul também tem chances de chuvas abaixo da média.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br

