MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – JULHO/2023

FAÇA DOWNLOAD DO IIS

B. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA

Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: JULHO/2023

De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (agroprodutivas), 1.189 municípios apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de julho. Destaque para o de Minas Gerais, com respectivamente, 269 municípios com mais de 80% de área agroprodutiva impactada pela seca no mês de julho.

C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS

De acordo com o IIS-6 (Figura abaixo), a bacia afluente ao reservatório da UHE Serra da Mesa (Centro-Oeste), registrou, em julho de 2023 , intensificação da seca em comparação ao mês anterior (fraca a severa), visto que, atualmente, Serra da Mesa encontra-se numa condição variando entre seca fraca a extrema.

Na bacia afluente ao reservatório da UHE Três Marias, no Sudeste, foi registrada uma intensificação da seca em relação ao mês de junho (seca fraca a moderada). Ao passo que no mês de julho apresenta uma condição variando entre seca hidrológica fraca e seca severa (porção norte da bacia). Na bacia afluente ao reservatório da UHE Furnas (Sudeste) ocorreu uma leve intensificação da seca em comparação ao mês anterior (normalidade e fraca). Atualmente, Furnas apresenta uma situação oscilando entre a normalidade e seca moderada (pequena porção ao Norte da bacia). Ainda no Sudeste, o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com o IIS-6, apresentou, no mês de julho, estabilidade em relação ao mês anterior, com uma condição variando entre normal e seca fraca.

Na bacia do rio Paraná, afluente à UHE Itaipu, o IIS-6  aponta, para o mês de julho, uma condição similar ao mês anterior, variando entre normal a seca extrema. Na região de cabeceira (Norte da bacia) ainda é possível notar uma situação de seca mais grave comparativamente ao Sul. De acordo com o IIS-6, as sub-bacias afluentes às UHEs Itumbiara e Emborcação, localizadas na bacia do rio Paraná, apresentaram intensificação da seca em relação ao mês anterior (seca fraca a moderada), ao passo que no mês de julho variando de seca fraca a severa. Na bacia afluente à UHE Nova Ponte, o IIS-6 indica condição variando entre seca fraca e moderada (condição semelhante ao mês anterior). Estabilidade em relação ao mês anterior, também foi registrada na bacia afluente à UHE Marimbondo (condição de normalidade a moderada), e, na bacia afluente à UHE Jurumirim, variando entre normalidade e seca fraca. Adicionalmente, desintensificação da seca foi registrada na bacia afluente à UHE Capivara, atualmente encontra-se numa condição de normalidade a seca fraca, ao passo que no mês anterior estava em condição de normalidade a seca moderada.

Na região mais ao Sul do país, foi registrada uma desintensificação da seca na bacia afluente à UHE Passo Real, que no mês anterior apresentava seca moderada a severa, e no mês de julho foi registrada uma condição de seca fraca a moderada. As bacias afluentes às UHEs Segredo e Barra Grande se mantiveram em condição similar ao mês anterior, variando entre a normalidade e seca fraca.

D. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL

O estado atual do fenômeno El Niño-Oscilação Sul é de um episódio quente (El Niño) em sua fase de evolução inicial.  Desde o mês de maio as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) têm apresentado um paulatino aquecimento, principalmente nas regiões mais próximas à costa do Peru e Equador. A Temperatura da Superfície do Mar neste setor, conhecido como Niño 1+2, registrou uma média de 3,4⁰C acima do normal. Entretanto, a componente atmosférica ainda não está mostrando os sinais característicos de um episódio de El Nino. A componente atmosférica é fundamental para um acoplamento total entre o oceano e a atmosfera e consequentemente um amadurecimento do El Niño dentro do seu ciclo de vida. Ainda assim, os principais centros de previsão sazonal no mundo ressaltam que este episódio deve continuar se desenvolvendo e atingirá o seu ápice entre outubro e dezembro deste ano (2023). As chances são superiores a 90% para a ocorrência de um El Niño no trimestre ASO/2023. As previsões multi-modelo de chuva, para o trimestre ASO/2023, do International Research Institute (IRI-EUA), do Centro Europeu (ECMWF) concordam com chances para chuvas abaixo da média no norte do país abrangendo os estados do Amazonas, Pará, Roraima e Maranhão. Para este mesmo período (ASO/2023), o multi-modelo do CPTEC/INPE indica regiões com seca mais severa nos estados da região Centro-Oeste e Sudeste.  Na região sul do Brasil as previsões indicam maior chance para chuva acima da média durante o trimestre ASO/2023. Sabe-se que o sinal característico do El Niño é de chuvas acima da média nos estados da região sul e chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste. As previsões subsazonais do ECMWF, CFS e CPTEC/INPE indicam condições para chuvas acima da média no extremo sul do Rio Grande do Sul e abaixo da média nos demais estados da região Sul (Santa Catarina). Esta previsão é válida para o final de agosto e início de setembro (3 a - 4 a semana, a partir de 07/08). Na região Norte as previsões mostram maiores chances para chuvas reduzidas no mesmo período.

CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD DO BOLETIM EM PDF