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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – AGOSTO/2025
Monioramento de Secas
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3): AGOSTO/2025 (MÉDIA MUNICIPAL)
De acordo com o Índice Integrado de Secas (IIS), em comparação a julho, o cenário de seca apresentou redução no número de municípios em situação mais crítica. No recorte de 3 meses, a seca severa caiu de 148 municípios em julho para 109 em agosto, enquanto a seca moderada passou de 1331 para 1327 municípios e a seca fraca reduziu de 2350 para 2010. Apenas um município (NOVA GUARITA-MT) permaneceu em condição de seca extrema, sem registro de seca excepcional.
No recorte de 6 meses, observou-se também diminuição da severidade da seca. O número de municípios em condição severa caiu de 587 em julho para 460 em agosto, enquanto os casos de seca extrema deixaram de ser registrados (de 3 para 0). A seca moderada apresentou leve queda de 1561 para 1386 municípios e a seca fraca passou de 2319 para 2263.
A região central do país continua concentrando as áreas mais críticas, com a seca persistindo no corredor que abrange partes do Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso), Nordeste (Bahia e Piauí) e Norte (Tocantins e Pará).
É importante ressaltar que, embora grande parte do país ainda se encontre no período de estação seca – caracterizado naturalmente por menores volumes de chuva –, o monitoramento das secas avalia especificamente os desvios em relação às condições consideradas normais para o período. Isso significa que são analisados parâmetros como precipitação, umidade do solo, saúde da vegetação e vazão de rios, comparando-os com a média histórica. Dessa forma, mesmo durante a estação seca, é possível identificar situações mais críticas do que o esperado para a época, confirmando a existência de condições de seca relativas que ultrapassam a normalidade climática sazonal.
Quer saber como anda a situação da seca no seu município? Acesse o Mapa Interativo de Secas do CEMADEN e consulte os dados dos últimos 12 meses para qualquer município do Brasil: CEMADEN: Mapa Interativo
B. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3): PREVISÃO - SETEMBRO/2025 (MÉDIA MUNICIPAL)
As projeções do Índice Integrado de Seca (IIS-3) para o final de setembro de 2025 indicam uma redução no número de municípios com seca moderada a extrema, sinalizando uma tendência de atenuação da situação de seca em todo o país.
C. MONITORAMENTO DA SECA EM ÁREAS INDÍGENAS: AGOSTO/2025
Com base no monitoramento de secas em terras indígenas, observa-se uma redução no número de áreas potencialmente afetadas por seca de intensidade moderada a extrema entre os meses de julho e agosto. Essa tendência de melhora relativa acompanha o cenário geral de suavização das condições de seca verificado no período.
D. MONITORAMENTO DA SECA EM ASSENTAMENTOS RURAIS: AGOSTO/2025
Entre julho e agosto, o número de assentamentos rurais em condições de seca entre as categorias fraca e severa registrou uma redução de 15,9%, passando de 5.113 para 4.301 localidades. Essa tendência de melhora, no entanto, não foi uniforme em todos os níveis de severidade. Concomitantemente, houve um aumento de 37,5% no número de territórios atingidos pela seca extrema, que saltou de 24 para 33. Este agravamento, especialmente crítico no estado do Pará e na região norte do Mato Grosso, contrasta com a melhora geral e destaca a persistência de condições severas em determinadas localidades.
E. MONITORAMENTO DA SECA EM UNIDADES DE CONSERVACAO: AGOSTO/2025
Entre julho e agosto, observou-se uma redução nas áreas potencialmente afetadas por seca nas categorias de fraca a severa. Contudo, apesar dessa tendência de melhora, 79 Unidades de Conservação permanecem em situação de seca moderada a severa. Dentre as cinco unidades em condição de seca severa, uma está localizada em São Paulo, uma no Pará, duas na Bahia e uma em Goiás.
F. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: AGOSTO/2025
G. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
Em agosto, o Sistema Cantareira — principal fonte de água da Região Metropolitana de São Paulo — apresentou condição de seca hidrológica severa, segundo o Índice Bivariado de Seca Precipitação-Vazão (TSI). No Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas (rio Grande) e Três Marias (rio São Francisco), que voltaram a enfrentar seca desde março deste ano, estão atualmente classificadas com intensidades variando entre moderada e severa, respectivamente. A bacia do rio Paraíba do Sul apresenta seca variando de moderada a extrema, enquanto as bacias dos rios Doce e São Mateus registram condição severa e moderada, respectivamente. Em Minas Gerais, as bacias afluentes às UHEs Irapé e Itapebi (rio Jequitinhonha) registram seca moderada e extrema, respectivamente. Na região Centro-Oeste, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) voltou a apresentar seca desde abril deste ano e, atualmente, está classificada com intensidade extrema. Ainda na região, as bacias afluentes às estações fluviométricas de Porto Murtinho e Ladário (rio Paraguai) enfrentam seca hidrológica extrema. Entre as regiões Sudeste e Sul, a bacia do rio Paraná apresenta seca hidrológica variando entre fraca e extrema, com exceção da sub-bacia de Salto Caxias (rio Iguaçu), que retornou à normalidade desde julho. As bacias afluentes às UHEs Foz do Chapecó e Barra Grande (rio Uruguai), e Passo Real (rio Jacuí), voltaram à condição de normalidade em junho e assim permanecem. Na região Norte, as bacias dos rios Madeira (UHE Santo Antônio) e Xingu (UHE Belo Monte) seguem em condição normal. Já as bacias afluentes à UHE Tucuruí (rios Araguaia e Tocantins), situadas entre as regiões Norte e Centro-Oeste, apresentam seca com intensidade entre moderada e severa. Na região Nordeste, as bacias afluentes às UHE Sobradinho (rio São Francisco) e UHE Boa Esperança (rio Parnaíba) apresentam seca de intensidade severa. As previsões para os próximos 30 dias indicam que as condições hidrológicas nas bacias monitoradas do país devem oscilar entre estabilidade e leve melhora, impulsionadas por chuvas com volumes na média ou acima da média histórica. Regiões com potencial de melhora incluem as bacias dos rios São Francisco, Doce, Tocantins-Araguaia, Parnaíba, Jequitinhonha e parte do Paraná. Nas áreas mais críticas — Paraguai, Paraíba do Sul, cabeceira do Tocantins, médio e baixo Paraná e Sistema Cantareira — a tendência é de estabilidade, com precipitações suficientes para evitar o agravamento da seca e favorecer a recuperação gradual das vazões e dos reservatórios.
H. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
Neste início de setembro de 2025, não predomina nem El Niño nem La Niña. A anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região do Niño 3.4 apresentou na última semana um valor médio de -0,3°C, porém a abrangência espacial desta região de águas mais frias é pouco extensa. O cenário para o trimestre setembro-outubro-novembro/2025 (SON/2025) é que este estado de neutralidade se mantenha (56% de chance). As previsões sazonais mais recentes do multimodelo C3S Copernicus para o trimestre SON/2025, inicializadas em agosto/2025, indicam um cenário para chuvas desfavoráveis nos estados da região Sul, principalmente o Rio Grande do Sul, e condições para chuvas acima da média em Minas Gerais, Bahia e no oeste da Amazônia brasileira. No restante do país, as previsões mostram índices pluviométricos normais para o trimestre SON/2025. As previsões subsazonais apresentam um cenário para chuvas acima da média no último decênio de setembro e início de outubro. Estas chuvas devem beneficiar os estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Tocantins.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br






