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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 16/02/2024 ANO 07 Nº 63
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de janeiro, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre fevereiro, março e abril (FMA) de 2024.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de janeiro de 2024, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 755 alertas, com 101 eventos registrados em municípios monitorados, sendo 60 de origem hidrológica e 41 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 15 de fevereiro de 2024 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios na porção leste das regiões Nordeste e Sudeste e em grande parte da região Sul do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica. Na porção central da região Norte e grande parte da região Centro-Oeste do Brasil apresentam níveis abaixo ou muito abaixo da climatologia e, rios dentro da média climatológica nas demais áreas do Brasil.
- Situação dos níveis dos rios no Brasil em 15 de janeiro em relação a climatologia da estação hidrológica de medição (a) e previsão sazonal de vazão de janeiro a março de 2024 – FMA, (b).
A previsão sazonal para o trimestre FMA do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões acima da média nos rios localizados nos principais rios na porção leste dos estados da Bahia e Minas Gerais e porção norte do estado do Espírito Santo. Na porção oeste da região Norte, em grande parte da região Centro-oeste, e na porção oeste das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, a previsão indica probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica para o período e vazões dentro da média climatológica nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3 e 6) referente ao mês de janeiro mostra condições de seca severa e extrema nos estados da região Norte, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Na escala de 3 meses, é importante destacar que 935 municípios do Brasil estão classificados com seca severa e 70 com seca extrema.
- Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de janeiro de 2024 nas escalas de 3 meses (IIS3, esquerda) (a) e 6 meses (IIS6, direita) (b). Previsão do Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de fevereiro de 2024 na escala de 3 meses (c).
De acordo com a previsão de IIS-3 para o mês de fevereiro nota-se que na Região Norte as condições de seca na categoria severa e moderada localizam-se principalmente sobre os estados do Amazonas, Acre, Roraima e na metade sul do estado do Pará e no norte do estado do Amapá. As condições de seca extrema são observadas nos Estados de Rondônia e extremo oeste e sudeste do Mato-Grosso, e em pequenas regiões de Goiás e São Paulo. Em comparação com o mês de janeiro de 2023, observa-se uma intensificação das condições de seca severa,nos estados da região Centro-Oeste, São Paulo e Minas Gerais. De acordo com a previsão 44 municípios estão classificados com seca extrema, 1164 com seca severa, 873 com seca moderada e 1510 com seca fraca.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de novembro, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
De acordo com Índice Padronizado Bivariado (Chuva-Vazão) - TSI-12 (Figura 3), ocorreu intensificação da seca hidrológica no mês de janeiro, comparativamente ao mês anterior, nas bacias afluentes às UHE’s Emborcação e Itumbiara, localizadas na bacia do rio Paraná, apresentando no mês de janeiro uma seca hidrológica extrema. Ainda na bacia do rio Paraná, ocorreu intensificação da seca hidrológica nas bacias afluentes às UHE’s Nova Ponte, Capivara e Itaipu, passando de uma condição de normalidade a seca fraca para uma seca hidrológica moderada. Intensificação da seca hidrológica também foi registrada na bacia afluente à UHE Porto Primavera, que se encontra em uma condição de seca severa. Na bacia afluente à UHE Furnas também ocorreu intensificação da seca hidrológica, passando de uma condição de normalidade para seca fraca no mês de janeiro.
Intensificação da seca também foi observada nas sub-bacias das estações de Ladário e Porto Murtinho, localizadas as margens do rio Paraguai (região Centro-Oeste), apresentando uma seca hidrológica excepcional no mês de janeiro.
As bacias afluentes às UHE’s Tucuruí (rio Tocantins), Sobradinho (rio São Francisco) e Santo Antônio (rio Madeira) também registraram intensificação da seca hidrológica no mês de janeiro, apresentando uma seca extrema. Na bacia afluente à UHE Belo Monte (no rio Xingu), ocorreu intensificação da seca hidrológica, comparativamente ao mês anterior, passando de uma condição de normalidade para seca moderada.
Na região Sudeste, a bacia afluente à UHE Três Marias registrou intensificação da seca hidrológica, apresentando nesse mês de janeiro uma condição de seca moderada, ao passo que no mês anterior estava em uma seca hidrológica fraca.
- Figura 3 - Índice Padronizado Bivariado (Chuva-Vazão) - TSI-12 (Two-variate Standardized Index) - para o mês de novembro e dezembro de 2023. As delimitações coloridas representam as principais bacias monitoradas ao longo do país com suas respectivas classes de seca (variando de excepcional a seca fraca) e à condição dentro da normalidade.
Previsão Sazonal de Vazão na Região Amazônica
Segundo previsão de vazão do modelo GloFas (Figura 4), em escala sazonal, indica uma recuperação dos níveis dos rios na bacia do Amazonas, porém, ainda com vazões abaixo da média climatológica ao longo do trimestre FMA nos seguintes municípios: Porto Velho (Estado de Rondônia) no rio Madeira; Caracaraí (Estado de Roraima) no rio Branco e Monte Alegre (Estado do Pará) no rio Amazonas.
- Previsão sazonal do modelo Global Flood Awareness System (GloFas), trimestre FMA, para a região da bacia do rio Amazonas.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Fernando Silva, Jerusa Peixoto, Larissa Silva, Lidiane Costa, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.