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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR OUT/25
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dezessete estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção. Por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período em que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e, caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de outubro, a região Sudeste apresentou 3 municípios com condição extrema, todos em São Paulo; 196 municípios com condição de seca severa, destes 147 em Minas Gerais, os demais em são Paulo e Rio de Janeiro; e 772 municípios classificados como de seca moderada, sendo 456 em Minas Gerais, 298 em São Paulo e 18 no Rio de Janeiro.
Em relação à região Sul, para o mês de outubro, 1 município apresentou condição de seca severa no estado do Paraná. Além disso, outros 44 municípios apresentaram condição de seca moderada, destes 36 no Paraná, (7) em Santa Catarina e (1) no Rio Grande do Sul.
Na região Centro-Oeste, para o mês de outubro, 1 município apresentou condição de seca extrema no estado de Goiás. 40 municípios apresentaram condição de seca severa destes 36 no estado de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul cada um com dois municípios outros 245 municípios estão em condição de seca moderada destes 148 em Goiás, 71 no Mato Grosso e 26 no Mato Grosso do Sul.
Na região Norte, por sua vez, 1 município com condição de seca extrema no estado do Tocantins, 18 em condição de seca severa no Tocantins. Outros 150 municípios em condição de seca moderada destes 78 no Tocantins, 35 em Rondônia, 23 Pará, 7 na Amazônia e 7 no Acre.
A região Nordeste, para o mês de outubro, possui calendário de plantio vigente, segundo a CONAB para a Bahia, sendo que este estado possui 26 municípios em condução de seca severa e 139 moderada.

- Figura 1 – Severidade da seca (IIS1) referente ao mês de outubro considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 evidenciam, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de outubro/25, setembro/25 e agosto/25. Para o plantio realizado no mês de outubro (Figura 2), 13 municípios apresentaram risco muito alto de seca distribuídos na região Nordeste, Sudeste e Norte; 279 municípios com risco alto à seca, sendo 122 no Sudeste, 98 no Nordeste, 40 no Norte, 17 no Centro-Oeste e 2 no Sul. Outros 389 municípios apresentaram risco moderado à seca: 239 na região Sudeste, 65 na região Centro-Oeste, 42 na região Nordeste, 41 na região Norte e 2 na região Sul.
Considerando o plantio em setembro (Figura 3), 78 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos entre as regiões Sudeste (75) e Norte (3). Além disso, outros 157 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (149) e Centro-Oeste e Sul (4) em cada região.
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de agosto (Figura 4) e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de outubro. Ao todo, 54 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, sendo 51 na região Sudeste e 3 na região Norte. Outros 47 municípios apresentaram risco moderado, sendo 31 na região Sudeste, 8 na região Centro-Oeste e 8 na região Sul.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais commodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2025 para a safra de grãos 2025/26, previa-se uma produção total de 354,7 milhões de toneladas, volume 0,8% ou 2,8 milhões de toneladas superior ao obtido na primeira estimativa de outubro de 2024 para a safra 2024/25. Neste início de outubro, as áreas estão em fase de preparo, e o plantio da primeira safra ainda se encontra em estágio inicial.
Para o primeiro levantamento da safra de grãos 2025/26 às condições climáticas observadas no início da safra tem gerado preocupações para o feijão e milho. Em várias regiões, a irregularidade das chuvas contribui para o déficit de umidade no solo no período de implantação das lavouras, favorecendo atraso de plantio, falhas de germinação e estandes desuniformes. Com a precipitação irregular associada a dias consecutivos de elevada temperatura, tem-se uma intensificação do estresse hídrico inicial, reduzindo o vigor das plantas na fase vegetativa e limitando seu potencial produtivo.
A escassez de chuvas, distribuição irregular dos volumes, temperaturas extremas e a manutenção de umidade insuficiente no solo preocupa os produtores, uma vez que esses fatores podem resultar em produtividade abaixo do esperado caso as condições não se regularizem.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v. 5, n.61, OUTUBRO, 2025. ISSN: 2965-2014


