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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR MAR/25
RiSAF
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dezesseis estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, no entanto, não necessariamente um impacto na produção. Por outro lado, secas variando nas classes de moderada a excepcional podem sinalizar algum impacto, dependendo do período em que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e, caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar redução significativa na safra.
Assim, referente ao mês de março, a região Sudeste apresentou 8 municípios com condição de seca extrema, sendo todos eles no estado de São Paulo; 199 com condição severa; e, por fim, 723 com condição de seca moderada.
Na região Centro-Oeste, apresentou 2 municípios em condição de seca extrema; 27 municípios apresentaram condição de seca severa em março. Outros 113 municípios apresentaram condição de seca moderada no mês de março.
A região Norte, por sua vez, 9 municípios apresentaram condição de severa e outros 51 municípios com condição de seca moderada. Na região Nordeste, apenas 10 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de março.
Por fim, em relação à região Sul, apenas o Paraná estava com calendário vigente e apresentou 6 municípios com condição de seca extrema, 57 municípios com condição de seca severa e 224 municípios com condição de seca moderada.

- Figura 1 - Severidade da Seca (IIS1) Referente ao mês de março considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 evidenciam, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de março/25, fevereiro/25 e janeiro/25. Para o plantio realizado no mês de março (Figura 2), 63 municípios apresentaram risco alto em relação à seca: 18 na região Sudeste, 18 na região Norte, 10 na região Centro-Oeste, 10 na região Nordeste e 7 na região Sul. Outros 382 municípios apresentaram risco moderado: 256 na região Sudeste, 69 na região Sul, 36 na região Centro-Oeste, 21 na região Norte. Nenhum município da região Nordeste encontra-se com risco moderado, considerando o plantio em março.
Considerando o plantio em fevereiro (Figura 3), 125 municípios apresentaram risco alto, distribuídos entre as regiões Nordeste (74), Sudeste (21), Norte (15), Centro-Oeste (10) e Sul (5). Além disso, outros 346 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (213), Sul (61), Centro-Oeste (27), Norte (23) e Nordeste (22).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de janeiro (Figura 4) e, portanto, encerraram o seu ciclo com colheita no mês de março. Ao todo, 284 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas regiões Nordeste (178), Sudeste (74), Norte (16), Centro-Oeste (12) e Sul (4). Outros 372 apresentaram risco moderado, sendo 231 na região Sudeste, 42 na região Sul, 37 na região Nordeste, 31 na região Centro-Oeste e 31 na região Norte.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais commodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2024 para a safra de grãos 2024/25, previa-se uma produção total de 322,5 milhões de toneladas. A sexta estimativa da safra, divulgada em março de 2024, indica o volume de produção de 328,3 milhões de toneladas. Comparativamente à primeira estimativa, observa-se um acréscimo de 1,8% ou aproximadamente 5,8 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em março de 2025, estimativa seis, comparada com a primeira estimativa (outubro de 2024). Além da seca, outros fatores, como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e infestação de pragas, podem influenciar a variação na produção.

- Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção divulgada em março de 2025 comparado a primeira estimativa de outubro 2024. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
Atualmente, conforme a Conab os impactos na produção agrícola em alguns estados se destacam:
Bahia: Feijão Cores 1ª safra: A escassez hídrica nas regiões centrais limitou o plantio e comprometeu o desenvolvimento das lavouras, reduzindo fortemente o potencial produtivo em fases críticas como floração e enchimento de grãos. As condições climáticas adversas no centro-norte e sul do estado contribuem para a redução do milho 1ª safra.
Piauí: Feijão-caupi 1ª safra: no sudeste e em áreas do centro-norte, a falta de chuvas trouxe prejuízos às lavouras, embora essa cultura tenha maior tolerância às restrições hídricas. A redução no volume de chuvas gerou estresse hídrico em algumas lavouras de milho 1ª safra, diminuindo parte do potencial produtivo.
Santa Catarina: Feijão Cores 1ª safra: A escassez de precipitações, somadas às altas temperaturas, reduziram o potencial produtivo das lavouras mais tardias.
Rio Grande do Sul: Feijão Cores 1ª safra: As lavouras em fases críticas, como a floração e o enchimento de grãos, requerendo maiores cuidados e boa disponibilidade hídrica, somadas a menores índices térmicos, para mitigar as perdas por evapotranspiração e manter um potencial produtivo adequado.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v. 5, n. 54, MARÇO 2025. ISSN: 2965-2014


