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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR JUN/25
RiSAF
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, quinze estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção. Por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período em que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e, caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de junho, a região Sudeste apresentou 467 municípios com condição de seca moderada, sendo 243 no estado de São Paulo e 224 no estado de Minas Gerais.
A Centro-Oeste, para o mês de junho, 14 municípios apresentaram condição de seca severa, 11 em Mato Grosso e 3 em Goiás. Além disso, a região apresentou 192 municípios com condição moderada: 157 em Goiás e 35 em Mato Grosso.
Na região Norte, por sua vez, 13 municípios apresentaram condição de seca severa, sendo eles distribuídos nos estados do Amazonas (6), Pará (4) e Tocantins (3). E, por fim, 144 municípios com condição seca moderada, distribuídos principalmente nos estados do Tocantins (88), no Amazonas (30) e Pará (26).
Na região Nordeste, 4 municípios apresentaram condição de seca severa: 3 na Bahia e 1 em Pernambuco. Outros 128 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de junho, sendo destes 93 municípios na Bahia.
Por fim, em relação à região Sul, para o mês de junho, segundo o calendário da CONAB, não tem calendário vigente para plantio.

- Figura 1 - Severidade da Seca (IIS1) Referente ao mês de junho considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 evidenciam, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de junho/25, maio/25 e abril/25. Para o plantio realizado no mês de junho (Figura 2), 2 municípios apresentaram risco muito alto, ambos na região Nordeste. Outros 163 municípios apresentaram risco alto em relação à seca: 77 na região Nordeste, 43 na região Sudeste, 32 na região Norte e 11 na região Centro-Oeste. Outros 176 municípios apresentaram risco moderado: 63 na região Norte, 39 na região Nordeste e 37 na região Sudeste e Centro-Oeste.
Considerando o plantio em maio (Figura 3), 87 municípios apresentaram risco alto: 43 na região Norte, 35 na região Nordeste, 6 na região Centro-Oeste e 3 na região Sudeste. Outros 217 municípios apresentaram risco em relação à seca moderada, distribuídos entre as regiões Norte (81), Sudeste (62), Nordeste (59) e Centro-Oeste (15).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de abril (Figura 4) e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de junho. Ao todo, 1 município da região Norte apresentou risco muito alto em relação à seca. Outros 149 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas regiões Nordeste (87), Norte (50), Sudeste (8) e Centro-Oeste (4). Outros 346 municípios apresentaram risco moderado, sendo 163 na região Sudeste, 87 na região Norte, 77 na região Nordeste, 12 na região Centro-Oeste e 7 na região Sul.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais commodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2024 para a safra de grãos 2024/25, previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A nona estimativa da safra, divulgada em junho de 2025, indica o volume de produção de 336,1 milhões de toneladas. Comparativamente à primeira estimativa, observa-se um acréscimo de 5,9% ou aproximadamente 18,6 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em junho de 2025 comparada com a primeira estimativa (outubro de 2024). Além da seca, outros fatores, como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e infestação de pragas, podem influenciar a variação na produção.

- Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção divulgada em junho de 2025 comparado a primeira estimativa de outubro 2024. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
Atualmente, conforme a Conab os impactos na produção agrícola em alguns estados se destacam:
Piauí: Feijão-caupi 1ª safra: áreas na região Sudeste Piauiense com irregularidade de chuva promovem restrições em diferentes fases de desenvolvimento da cultura, o que reduz o potencial em termos de produção. Milho 1ª Safra: No Sudeste e parte do Centro-Norte, onde prevalece a agricultura familiar, a falta de precipitações regulares provocou perdas totais em várias áreas, além de produtividades abaixo das estimadas inicialmente nas demais lavouras.
Maranhão: Milho 1ª Safra: Na região de Caxias, leste do estado, as precipitações irregulares afetaram o potencial produtivo das lavouras, porém, em menor intensidade, não influenciando a produção geral.
Santa Catarina: Feijão cores 1ª safra: áreas agrícolas no Oeste Catarinense tiveram escassez de chuva, levando a restrições hídricas em fases críticas de desenvolvimento da cultura, o que reduz o potencial em termos de produção, porém em menor intensidade, não influenciando a produção geral.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v. 5, n. 57, JUNHO 2025. ISSN: 2965-2014


