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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR JUL/25
RiSAF
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dez estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção; por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período em que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e, caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de julho, a região Centro-Oeste apresentou 23 municípios com condição de seca severa, todos em Mato Grosso. Além disso, a região apresentou 36 municípios com condição de seca moderada: Mato Grosso (27) e Mato Grosso do Sul (9).
Na região Norte, 19 municípios apresentaram condição de seca severa para o mês de julho, sendo destes 10 no estado do Tocantins e 9 no Amazonas. Outros 140 municípios com condição de seca moderada: Tocantins (101) e Amazonas (39).
A região Sudeste apresentou 1 município com condição de seca severa no estado de São Paulo. Com condição de seca moderada na região, 318 municípios, todos no estado de São Paulo.
Na região Nordeste, 43 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de julho, sendo Pernambuco o estado mais afetado, com 22 municípios.
Por fim, em relação à região Sul, para o mês de julho, segundo o calendário da CONAB, apenas o estado do Rio Grande do Sul encontra-se com calendário vigente para plantio e apresentou 4 municípios com condição de seca moderada.

- Figura 1 - Severidade da Seca (IIS1) Referente ao mês de julho considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de julho/25, junho/25 e maio/25. Para o plantio realizado no mês de julho (Figura 2), 80 municípios apresentaram risco alto: 49 na região Norte, 28 na região Nordeste e 3 na região Centro-Oeste. Outros 101 municípios apresentaram risco moderado, sendo 63 na região Norte, 23 na região Centro-Oeste, 12 na região Nordeste e 3 no Sudeste.
Considerando o plantio em junho (Figura 3), 1 município apresentou risco muito alto na região Nordeste, estado de Pernambuco. Outros 133 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos entre as regiões Nordeste (54), Norte e Sudeste (34) e Centro-Oeste (11). Além disso, outros 158 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Norte (65), Sudeste (44), Centro-Oeste (30) e Nordeste (19).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de maio (Figura 4) e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de julho. Ao todo, 1 município apresentou risco muito alto em relação à seca, na região Nordeste, estado da Bahia. Outros 141 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas regiões Nordeste (62), Norte (39), Sudeste (29) e Centro-Oeste (11). Outros 174 municípios apresentaram risco moderado, sendo 70 na região Nordeste, 40 na região Sudeste, 33 na região Centro-Oeste e 31 na região Nordeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais commodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2024 para a safra de grãos 2024/25, previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A décima estimativa da safra, divulgada em julho de 2025, indica o volume de produção de 339,6 milhões de toneladas. Comparativamente à primeira estimativa, observa-se um acréscimo de 6,96% ou aproximadamente 22,1 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em julho de 2025 comparada com a primeira estimativa (outubro de 2024). Além da seca, outros fatores, como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e infestação de pragas, podem influenciar a variação na produção.

- Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção divulgada em julho de 2025 comparado a primeira estimativa de outubro 2024. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
Atualmente, conforme a Conab os impactos na produção agrícola em alguns estados se destacam:
Bahia: Milho 1ª Safra: A colheita foi finalizada no estado, com produtividades abaixo das estimadas inicialmente, devido, principalmente, à irregularidade das precipitações.
Piauí: Milho 1ª safra: No sudeste e parte do centro-norte do estado, onde prevalece a agricultura familiar, a situação é crítica devido à falta de chuvas, e muitos agricultores chegaram a ter perda total de seus cultivos.
Maranhão: Milho 1ª Safra: Nos municípios de Caxias, na região leste do estado, as precipitações irregulares afetaram o potencial produtivo das lavouras.
Paraíba: Feijão 2ª safra: Em decorrência da escassez de chuvas, as lavouras se encontram em condições de regular a ruim, com as plantas variando entre as fases fenológicas de desenvolvimento vegetativo até o enchimento de grãos.
Ceará: Feijão-caupi 2ª safra: Volumes pluviométricos ficarem abaixo da média histórica, na maioria das regiões produtoras. Essa irregularidade nas precipitações influenciou o potencial produtivo da cultura.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v. 5, n. 58, JULHO 2025. ISSN: 2965-2014


